quarta-feira, 24 de abril de 2024

Um momento genuinamente feliz

"Quando eu venho aqui, sinto que estou falando com um alguém possível, mas se paro pra pensar, efetivamente acaba sendo o Chu, a Lídia e/ou a Ari.

Tem uma tentativa de reconexão envolvida. Agora as coisas da vida são tantas, se misturam e se confundem de um jeito que a saudade acaba sendo um meio de recuar e olhar pro presente de um jeito diferente. Não necessariamente pior ou melhor, só diferente. Quando falo com vocês eu me sinto menos o Felipe que já colecionou muitos desencantamentos em frentes diferentes, já lidou (e lida) com perrengues muito intensos... e mais o Felipe adolescente, que, por não estar completamente sobrecarregado, tinha uma visão de mundo. Melhor dizendo, é como se eu tentasse recuperar algo que estava ali e atualizar pra minha vida atual, porque tenha a constante impressão que algo importante se perdeu. Tem a ver com se importar, com negar a indiferença perante à vida, indiferença essa que veio se nutrindo das angústias muito fortes que vêm, e que estimulam uma espécie de semi-desistência. Se eu semi-desisto, o ruim da vida segue ali, mas atenuado. Só que tem, claro, uma armadilha envolvida nisso: a gente acaba se viciando nessa apatia, visto que forma de defesa, mas ela não leva só o ruim, deixa o bom acinzentado também.

Outro aspecto: vir aqui é reviver, numa medida imperfeita, mas ainda genuína, um tipo de troca importante e...

é, esse texto não vai sair"


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Olá, tortuguitas

Escrevi esse quase-texto aí de cima há mais de um ano, comecinho de 2023.
Não me lembro porque desisti dele, mas parece que desistência era o tema, então perfeito.
Eu não sei o que falar direito, mas eu gostaria que, quem quer que passe aqui, possa saber como anda um pouco da minha vida. É que guardo um carinho gigante por esse espaço e por vocês, e já que os rumos da vida dificultam muito a possibilidade de reencontros, fica aqui meu relato. Adoraria saber o de vocês também.
Eu não sou mais o menino calado que vocês conheceram. E, ao mesmo tempo, eu sou exatamente aquele menino. Eu estou numa banda de MPB e samba, o que tem sido muito divertido: tocamos algumas vezes em bares e uma vez na versão mariliense da Virada Cultural. Fazer música ao vivo envolve dar a cara a tapa, e para o menino calado seria impossível fazer isso sem quebrar emocionalmente: muito inseguro e nervoso, é possível que ele acabasse desistindo. O menino calado ainda sou eu: quase desisti várias vezes, fiquei com um medão enorme; na primeira vez que tocamos, eu tinha certeza de que estava errando tudo, de que as pessoas aplaudiam por educação, um misto de gentileza e farsa. Mas os erros só o menino calado que viu, os vídeos que a Lari () fez ignoravam meus desleixos gritantes; no lugar deles, magicamente existia só... música. Aliás, bizarramente, era boa música.
Eu não sou mais o menino calado que vocês conheceram, mas sou sim, porque hoje eu trabalho de fiscal municipal e o gosto do dia-a-dia é de quem mastiga angústia em ritmo diminuto, sem sinal de engolir. Isso é porque aqui lido com pessoas, e há o plus de estarem em situação desagradável, como levar uma multa; eu sempre tive um bloqueio com relação a pessoas, e ao mesmo tempo sempre tive uma paixão pelos laços que, em dupla, trio ou mais, construí.
Aquele menino calado grita muito dentro de mim, ele me diz que não tenho direitos, só deveres; que meu espaço é meu corpo apenas, e que, na intermediária, a bola já é dos outros. Esse menino calado precisa de um abraço, e tem que ser dele mesmo,  que se for dos outros, o impacto não será profundo o bastante. Uma vez que, apesar de não sê-lo, sou ele... então que o abraço venha de um outro que é o mesmo, que no caso sou eu.
Uma amiga preciosa disse que preciso me amar, porque eu sei sim viver, só estou perdido.
"As pessoas não são más, irmão. Só estão perdidas". Eu me sinto mau às vezes, sinto inveja de quem não está depressivo, ou de quem não sofre de transtorno de ansiedade.
Outro dia, semana passada, fazia frio, coisa de que gosto e muito. Uma brisa levemente gelada me deu um encontrão, logo enquanto eu ouvia a voz de quem não poderia deixar de ser uma das minhas melhores amigas da vida toda: Chu me atualizava um pouco da sua vida, dando algumas notícias boas que me deixaram com ótimo humor. Fazia tempo que algo tão simples não me causava um bom bocado de alegria: foi um raro momento em que eu não fui fiscal, eu esqueci de verdade desse emprego que detesto; também não experimentava inveja, estava tranquilo e meus olhos sorriam; a única coisa que eu era naquele instante era amigo de Chu, e isso me deixava feliz.

Saudades,
Chala.

sábado, 23 de dezembro de 2023

Acordo para mais um dia útil qualquer que só se difere do fim de semana por eu ter de me manter sóbria entre nove da manhã e oito da noite. Abro o site X, que se chamava Twitter antes de ser comprado por um bilionário divorciado em crise, e rolo a timeline, "folheando" notícias do mundo todo, numa curadoria cuidadosa por mim e o tal algoritmo.

Passam pelos meus olhos notícias atrozes que denunciam crueldades em tempo real: uma vítima de abuso humilhada pelo advogado do abusador, mais uma criança morta numa ação desastrosa e truculenta da PM, bombardeios destroem bairros inteiros, somando números de vidas humanas ceifadas e desamparadas... Horror, né?

Fecho o site e encosto o celular longe de mim, porque isso não é o que eu quero lembrar. Vou viver o que há pra ser vivido no mundo real: uma rotina atordoante de trabalho e estudo, que não pode parar, pois é a esperança de trabalhos menos mal remunerador, algum futuro em que possa confraternizar com meus amigos sem medo de comprometer a quantia reservada aos boletos, como anos atrás, quando a gente ainda não entendia quase nada da vida. Éramos mais inocentes e acho que por isso as memórias tem um gosto especial...



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minha redação nota 6 no vestibular da UFSC :P

sábado, 12 de fevereiro de 2022

Life after the happily ever after

 » Estava comentando o texto do Chala e decidi transformar em postagem :)

[abraço virtual]
Oi Chala!
As vezes me pego pensando "em como a vida deveria ser épica mas não é". Parece que tenho uma crença de que a vida tinha que ser cheia de feitos heroicos, fogos de artifício, aplausos e grandes conquistas. Não consegui delimitar isso melhor ainda, é uma sensação vaga e incômoda de que deveria ter feito/sido mais.

Pode ser só algo individual, um tipo de autossabotagem, mas acabei lembrando dela quando você fez a comparação com The Good Place (não assisti mas já tinha ouvido falar).
Estar na média parece pouco, né? A média não parece suficiente porque sempre vai faltar um item importante ou a realidade não vai ser brilhante como a fantasia.

No momento, não estou trabalhando, então a vida profissional dos outros me deixa pensativa. Até que outro dia, me dei conta de que uma das minhas colegas de sala mais louconas agora tá casada, com filho e é dona de casa. E a vida dela não poderia ser mais autêntica, ela constrói os próprios móveis, reforma a própria casa (ela e o marido acabaram de refazer a fossa da casa, e eles fizeram um trabalho genial! Detalhe: ela é designer de produto e ele é professor de educação física em uma escola municipal).
Já uma outra colega, que sempre foi mega família e não conseguiu morar um semestre em Bauru porque era de Jaú e preferia ir e vir da casa dos pais, foi fazer mestrado em Portugal. Ela namorava um rapaz do colegial, eles tinham até um golden juntos, mesmo não morando na mesma casa ainda. E ela tá super blogueira designer na Europa fazendo mestrado, amigos internacionais, chique demais. Parece que não está mais namorando.
Fiquei pensando que essa segunda colega está muito bem, ela trabalhou alguns anos como designer de produto e agora tá fazendo mestrado, tá morando fora, fazendo contatos etc. Estava começando aquela auto comparação básica quando me dei conta do quão família ela é e lembrei da primeira colega. Elas são amigas, inclusive.

Me ocorreu que mesmo nesse momento bem sucedido, essa moça pode olhar pra a amiga e sentir que não fez o suficiente, pois mesmo que esteja num momento profissional bom, ela ainda não tem uma família.
Respondi pra auto comparação:

"Nunca vai ser suficiente, né?"


Estava falando tudo isso porque quando você disse que sente nostalgia do passado romântico e indeterminado, especulei se seria algum lugar tipo colegial ou faculdade. Acho que são dois momentos onde temos expectativas brilhantes, todo mundo em volta tá pensando no futuro, cheios de ambições e sonhos. É como se estivessemos na antesala da vida, imaginando como vai ser, principalmente no colegial, quando temos pouca autonomia.


E aos poucos vamos nos tornando adultos, conseguindo autonomia, acumulando responsabilidades e descobrindo (ou não) quem somos e quais são nossos limites. A realidade vai se apresentando e não só ela costuma ser menor e menos brilhante do que a fantasia (após 2020 cabe acrescentar: pode ter um plot twist que ninguém sonhou). Mas também acho que pode dar saudade de imaginar.

Estamos em um ponto que a lista de grandes conquistas vai ficando vazia, ou porque já realizamos ou porque não temos muito o que colocar. E acho que, pelo menos pra mim, isso traz uma sensação de "e agora?". Um vazio, uma sensação de falta de propósito. E vem a crença de "deveria ter feito mais/deveria ser mais assim ou assado".

Será que ficamos viciados em esperar pelo futuro? Será que é tipo um esgotamento de futuro com forte depreciação do presente? É isso que acontece depois do "felizes para sempre"? (No caso depois da formatura kkkk)

Essa foi a interpretação que dei pro seu texto, espero não ter viajado muito na maionese XD

Espero que possamos aproveitar mais nossas vidas como são. E que se estivermos muito descontentes ou há muito tempo com a sensação de "mais ou menos/tanto faz", que tenhamos coragem pra encarar o que precisa mudar. Mesmo que sejam mudanças tão grandes que joguem por terra inclusive nossas identificações mais sólidas.

Abraços <3

terça-feira, 1 de fevereiro de 2022

vcs têm tido a impressão...

 ...de que as coisas tão tudo errado, aí vem uma nostalgia absurda, só que quando paramos pra pensar nesse passado meio romantizado, percebemos que tinha tanto ou mais angústia e impressão de incompletude do que agora?

tem em mim uma saudade absurda de um passado meio indeterminado no qual eu era supostamente mais feliz, só que não era de fato, mas a mesma saudade grita com força, como se antes eu tivesse passeando contente num campo idílico lindão e hj tivesse, não o inferno, mas um purgatório bem mais ou menos

já assistiram a the good place? eu adoro essa série

nela tem um "lugar médio" que é o lugar das pessoas nem mto boas, nem mto ruins (depois que morrem); me sinto meio que nesse lugar.

acho que a dificuldade é em me conectar; eu amo os amigos que tenho hj (beijo, chu), mas não compartilho minha vida com eles (ou será que compartilho e só to brisando feito um tonto?), e, se de fato não compartilho, nem sei como se faz isso nessa fase da vida. antes era simples, né? sei lá, nem era simples na vdd. eu digo que era por conta dessa nostalgia infundada.

enfim, foi bom desabafar aqui: mesmo que ninguém leia, guardo com mto carinho esse lugarzinho virtual

espero de coração que estejam super bem! 💓



segunda-feira, 11 de outubro de 2021

pode crê né

 minha meditação me levou até a Grove, e as lembranças da Grove me trouxeram aqui

tem tanta coisa que eu queria dividir aqui que não caberia num texto

e o Brasil hein? e a pandemia?

eu fiz 30 e to absolutamente enlouquecendo. alguém mais?

life sucks awesomely


ps: é esquisito querer ter DRs de amizade da escola? ou de ex namorada?

segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

Texto maluco da virada do ano!

 Nem sei por onde começar. Acho que vou começar pelo começo...


Tava de boa em casa aproveitando meu primeiro dia de férias mexendo no pc por diversão quando a Priscila veio falar comigo no atis e me mandou o link do blog.

Não sei descrever em palavras os sentimentos todos que me vieram. Gente... que coisa louca... nem lembrava mais do blog e jurava que todos vocês também não. Que surpresa boa! Que nem alguém escreveu em algum texto pra baixo: é como se fossem encontros a distância e secretos (ok, não sei se tava escrito assim... mas tá valendo)

Outro dia lembrei da piada do Volta pro mar, tartaruga e confesso que sinto vergonha dela, hoje em dia vejo como ela é problemática... =/

Mas tirando o título do nosso blog, que alegria encontrar vocês aqui!

Nossa. Das pessoas daqui pouquíssimas revi. Acho que a última vez que nos vimos ainda estava na faculdade...

Minha mãe virou espírita e um dia encontrou o Fernando num encontro espírita, assim, do nada.

Também encontrei a Karina por acaso em Marília na última vez que fui... Acho que 2019... não tenho mais noção de tempo.

E o Chu é a pessoa que sigo nas redes, o Chala e a Ariadne no insta... (cadê o resto?)

Depois de 2009, todos os anos se embaralham...

Vi aqui que não estou só em descobrir que ser adulto é bem chato, mas fazer o que, tem suas vantagens.


Atualmente estou trabalhando com tecnologia porque decidi ser mercenária, é muito a vida de artista.
E agora convivo com a Gigi artista que fica dentro de mim angustiada pra ter um espaço ao sol...

Todo ano começo com a promessa de conciliação entre partes. To com fé!


É isso.

Ah, a meia noite do dia 5/10/2025 é na virada tipo natal?

sexta-feira, 5 de junho de 2020

olá

é repentino e meio estranho, mas é importante!

pelo jeito que eu falo, algumas coisas podem soar meio pesadas, pode parecer que eu não to bem, mas eu to bem, juro

peço que vcs vejam até o final antes de falar sobre (até pra não ficar impressão que eu to mal)

é um convite pra nos articularmos

https://drive.google.com/file/d/1WXuA-N7Ph97c1iwqx70FyuDQrLXceH6C/view?usp=sharing

quinta-feira, 12 de julho de 2018

...

Me sinto perdido. Apesar de estar já com 25, estou naquela fase de transição em que se começa, ao mesmo tempo, a trabalhar e cuidar da casa. Meu serviço é estúpido e eu detesto a sensação de limpar meu apartamento ou lavar a louça, não pela atividade em si, mas pela sensação de que deveria estar VIVENDO enquanto não estou trabalhando.

Hoje eu abonei. Pra ser mais específico, meu serviço é na divisão de licitação da prefeitura de bolacha city. Sou pregoeiro há uma semana e meia e já fiquei sabendo de uma licitação em que houve má-fé de um secretário (mas não tenho como provar, é um rumor).

Não me me sinto satisfeito com a conexão que tenho com meus amigos, porque a impressão é que estou tão cansado e desanimado que não tenho papo, não tenho graça. Sinto que meus amigos estão meio borocochôs como eu, o que agrava a dificuldade de se compartilhar bons momentos.

Mas isso é hoje, na semana passada eu estava bem. Ando muito instável nesse sentido. Na verdade, acho que faz muito tempo que estou instável. Estavelmente instável, então. Rs. Que coisa boba de se dizer.

A palavra da ponta da minha língua é cansaço. Cansei dessa vida desconectada e fria que constitui meu cotidiano, ou pelo menos boa parte dele. Queria sair dessa, mas nem sei o que significa sair dessa...

Queria abraçar um amigo e ouvir dele que ficará tudo bem, que eu sou legal sim e que é pra eu tirar isso da cabeça de que estou sozinho e sou um poço de desinteresse.

Não quero me adaptar demais, se não eu sumo.

quinta-feira, 28 de junho de 2018

eu vou falar porque não aguento mais isso me sufocando
e eu não aguento mais viver com esse defunto me acompanhando
eu tinha enterrado isso, I mourned it, e nunca quis ter de lidar com isso
em algum momento eu deixei de confiar nos meus pais
acho que quando eles se separaram e eu não sei porquê
(once, back in the 90s, then they came back together)

e isso não era um problema até semanas atrás
quando essa realização simplesmente caiu no meu colo
e eu entendi o que é ser filho numa família que não se sustenta

ok, the past is in the past and it doesn't really matter
mas até "ontem" eu não lembrava disso e não me importava
agora eu lembro e não consigo deixar de notar como isso me afetou
e essa realização traz mágoa de coisas que não eram um problema e agora são
porque agora eu sei

de repente, lembranças ocasionais de tempos em que tudo era mais simples e mais verdadeiro
onde tudo era menos fancy e mais natural
de coisas que eram feitas em família simplesmente pra gente estar junto
e eu, que não sou uma pessoa muito adepta a nostalgias, fui abarcado com essa sensação agridoce

e isso está no meu peito há dias
é um cadáver que eu não consigo encarar nos olhos
e que parece que foi retirado do fundo do oceano, depois de décadas
eu já tinha sofrido esse luto, mas agora eu sei que sofri esse luto e sei o que ele representa
agora dói

segunda-feira, 30 de abril de 2018

olha só se eu não voltei
sei lá porquê
não, mentira, eu sei
voltei porque eu não aguento mais conviver
eu aceito lidar com pessoas em momentos determinados
mas não quero lidar com pessoas o tempo todo
fujo de relacionamentos
fujo de qualquer relação interpessoal
porque as pessoas me cansam
me fascinam, mas me cansam
gosto de observar pessoas à distância, onde posso parar de observá-las quando me convém
de novo: um egocêntrico maluco (achei que escroto não era uma boa descrição)
mas maluco, maníaco

silêncio reflexivo
daqueles em que só olhamos baixo para a parede e deixamos a mente nos mutilar com verdades que não queremos enxergar

bebo tanto que não sinto os efeitos físicos do álcool, só os psicológicos
por conta disso, bebo cada vez mais
por falta de dinheiro, bebo cada vez pior

não consigo dormir a noite
deito na cama e rolo a noite toda
só durmo com o Sol nascendo
porque me sinto rodeado de fantasmas e preocupações
coisas que me atormentam e só vão embora quando estou exausto ao amanhecer

a única coisa que me afasta de uma overdose de heroína é o preço dela
(drama on)

falo pra vocês, mas acho fora de lugar. deveria ir no twitter
mas no twitter, às vezes atraio atenção de pessoas que vão se preocupar
e eu não sei se vcs se preocupão
mas pensar que se preocupam incomoda
porque eu só queria digitar e esquecer
apagar
mas nem apago, nem esqueço
porque sou um doente maluco
esquizofrênico
maníaco
psicótico
depressivo
ansioso
inconsequente
irresponsável

ok, chega

terça-feira, 10 de abril de 2018

eu vim no blog falar mais coisas da minha vida, que eu não queria colocar nos meus lugares virtuais
engraçado pensar que eu entrei no blog querendo dividir, mas agora venho pra cá quando preciso gritar pra mim mesmo
eu poderia fazer isso no twitter, mas sempre que tenho uma crise lá eu fico com a impressão que só parece que eu quero chamar atenção... e não é o caso
eu só preciso dizer, mesmo... colocar algumas coisas em palavras pra não me afogar nos meus sentimentos
ou eu só queria um abraço, eu não sei
não devo me deixar levar por meus sentimentos, porque o mundo gira e eu preciso estar presente
mas eu sempre fui intenso demais, sempre muito ligado aos sentimentos mais do que ao mundo real
são tantas dúvidas, tantos conflitos
todos a minha volta parecem estranhos e eu não tenho vontade de me abrir a ninguém
já se sentiu alguém muito especial?
alguém que é puro demais, alguém que é só coisas boas?
mas incapaz de fazer algo por si próprio
sempre as voltas com os problemas alheios, com questões alheias
quando olha pra si, falha
o tempo passa e eu só me sinto um egocêntrico escroto
eu fugi desse blog porque não conseguia me resolver com o que eu sentia
agora eu volto pelo mesmo motivo
talvez o blog tenha sido o primeiro momento em que tive que lidar com a ausência das pessoas com quem eu me permitia ser
aí, agora, me permito ser a um grupo de pessoas, mas com n ressalvas porque não quero depender de ninguém
vivo um desejo de autonomia emocional
me afasto das pessoas e me isolo num ambiente seguro
e vcs são seguros porque são quase como fantasmas
não sabem da minha vida, só sabem que eu existo. vcs são pessoas a quem eu posso falar sem me expor
e eu sou um egocêntrico escroto, perdão por ser assim
eu queria dizer algo fofo
mas eu não sei mais o que era
talvez porque eu esteja bêbado, ou sei lá
egocentrismo a parte, eu vim no blog porque queria contar algo a vocês
eu me formei em Artes Visuais. grande merda... mais uma conquista que não vai pra lugar nenhum

quarta-feira, 21 de março de 2018

Embalos de uma quarta a noite



I walked across an empty land
I knew the pathway like the back of my hand
I felt the earth beneath my feet
Sat by the river, and it made me complete
Oh, simple thing, where have you gone?
I'm getting old, and I need something to rely on
So tell me when you're gonna let me in
I'm getting tired, and I need somewhere to begin
I came across a fallen tree
I felt the branches of it looking at me
Is this the place we used to love?
Is this the place that I've been dreaming of?
Oh, simple thing, where have you gone?
I'm getting old, and I need something to rely on
So tell me when you're gonna let me in
I'm getting tired, and I need somewhere to begin
And if you have a minute, why don't we go
Talk about it somewhere only we know?
This could be the end of everything
So why don't we go
Somewhere only we know?
Oh, simple thing, where have you gone?
I'm getting old, and I need something to rely on
So tell me when you're gonna let me in
I'm getting tired, and I need somewhere to begin
And if you have a minute, why don't we go
Talk about it somewhere only we know?
This could be the end of everything
So why don't we go?
So why don't we go?
This could be the end of everything
So why don't we go
Somewhere only we know
Somewhere only we know
Somewhere only we know?
Queria dizer que continuo estranha, continuo vegetariana, continuo gostando de janelas abertas - menos a noite, porque não sei lidar com baratas, ainda.
Em 2013, seis meses depois de terminar com o Lean, conheci o Tiago. Ele me deu uma carona aleatória quando eu estava indo pra Unesp, entrei no carro porque achei que o conhecia, mas não conhecia. A Ariadne apertou o enter e eu acabei mandando uma cantada pra ele numa daquelas páginas de Facebook (mais alguém aí conhece spotteds da vida?). Ele respondeu, eu o adicionei e comecei nossa conversa com "Oi, tudo bem? Sou a louca do spotted". Estamos juntos desde então.
Entre 2014 e 2015 morei na Inglaterra, estudei, viajei, fiz amigos de outros países, entrei em depressão e comecei a fazer terapia. Foi o melhor pior ano da minha vida até hoje.
Em 2016 me formei em design de produto e decidi me dar a chance de fazer design gráfico, o amor verdadeiro que não tive coragem de cursar antes porque achava que não era boa o bastante.
Vim aqui hoje porque estou começando meu segundo TCC, um curta sobre um cogumelo que ganha vida e sai andando pela floresta. Precisava de inspiração e resolvi buscar meus textos antigos, relembrar aquela pessoa que escrevia contos e crônicas com facilidade [saudades]. 
Quando vi as postagens mais recentes, essa música, que sempre tinha embalado meus antigos sonhos de voltar com o Lean, de repente começou a me falar sobre raízes. Não dá pra crescer sem raízes. Não dá pra crescer sem olhar pro passado, sem lembrar de vez em quando de onde viemos, quais eram nossos antigos sonhos, nossos antigos amigos. Acho que é por isso que pedi pra Ari me convidar pra colaborar com o blog de novo (tinha perdido o acesso com todas as mudanças). Quero manter esse pedaço de história com todo o carinho e cuidado que ele merece.
É muito fofo que onze anos depois esse espaço ainda exista. E é muito fofo ver que, mesmo silenciosamente, nós continuamos a voltar pra visitar nossas antigas versões.
O afeto continua. Nunca se esqueçam disso.

Sobre Dez Anos

Eu vi que esse blog começou a existir em 2007. Em 2007 nós estávamos no Interação, vcs queriam fazer um jornal da escola e eu jurava que ia ser jornalista.


A Lídia que me fez relembrar a existência desse blog, mas mesmo walking down the memory lane, resisti fortemente ao impulso de procurar meus textos antigos. É bem difícil relacionar a Ariadne de hoje com a Ariadne que eu fui onze anos atrás.

Acho que todos entramos na idade da nostalgia, e creio que também é normal. As pressões da vida adulta estão aumentando. Eu estou prestes a me formar (amém senhor que ano que vem o diploma sai), tentando me firmar na minha carreira (e já pensando em ser diretora, dona de escola, trabalhar na Avenue...) e no namoro mais sério que eu já tive na minha vida. A maioria aqui já está formada, sei que tem gente já casada e com filho, a maioria já saiu da casa dos pais ou está querendo sair de vez, quer levantar as asas e pagar as próprias contas (bom, querer ninguém quer, mas tem horas que o relógio apita que a hora está chegando e é difícil ignorar).

Nessas horas é que a gente olha pra trás. Olha pros amigos que ficaram pelo caminho, pras pessoas que nós gostaríamos de reencontrar, pra todo mundo que passou a tarde no msn com a gente quando o nosso único medo era o Joãozinho assoviando no corredor.
Eu não tenho mais o mesmo ímpeto e a força de meter o louco que eu tinha em 2014 quando fui trabalhar na Turquia, eu confesso que 2018 tem sido mesmo o ano de agrupar lembranças e tentar juntar as que me tornaram quem eu sou hoje.

E é por isso que eu resolvi escrever aqui. Todo mundo que está aqui (em maior ou menor escala), me ajudou a ser quem eu sou hoje. Vocês estiveram em uma das fases mais importantes da minha vida. Não sei se vocês já assistiram Conta Comigo (ou leram o conto do Stephen King), mas em determinado momento o narrador diz que você nunca terá amigos como teve aos 11 anos. Eu expandiria, porque aos 11 eu não tive amigos, mas entre os 13 e os 16... Ah não, nenhuma amizade conseguiu ser igual. Crescer junto é fantástico, e eu só posso ser grata por ainda ter a Lídia no meu whatsapp e conseguir ver como nós mudamos, como nós amadurecemos e como nós estamos prontas.

Agora que eu já andei pela memória e mergulhei na nostalgia (e que puta frase brega, senhor), eu queria agradecer quem ler por aqui. Quem de certa forma contribuiu para os caminhos que eu tomei, vocês todos que estiveram presentes nos anos que ajudaram a definir quem eu sou hoje, onde eu estou hoje. E obrigada ao Chala por ter revivido isso aqui (e ter feito com que eu revivesse enquanto lia), eu realmente sinto a sua falta :)

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Não sei

Oi vocês.

Tem teia de aranha aqui, né? Nossa, que coisa... dá um aperto esquisito vir aqui, mesmo eu nunca tendo sido tão próximo da maioria de vcs.

É isso mesmo, eu vou falar de todos os lugares comuns. Queria dizer algo pra vcs que não vejo mais, principalmente com quem eu convivi um pouco mais, como a Ari e a Lídia (olá se estiverem aí, gosto das memórias que tenho com vcs), e só vem um turbilhão absurdo de clichês. Hehe.

A vida arrasta violentamente a gente pra longe de si. Nostalgia é um dos sentimentos mais duros e apertados que tem.

Como será que vcs estão? Quem será que vcs são? Quem está aí me lendo? Tem alguém aí? Hahaha. To rindo, mas é de nervouser.

Responder às postagens dos outros aqui é difícil. Me sinto forçando a barra por alguma razão qualquer.

Sempre gostei bastante de vcs todos, quieto lá no meu canto hahaha, bota quieto nisso!
Sempre achei um máximo o jeitão da dinâmica de vcs, a dinâmica dessa amizade que vcs felizmente tiveram, e que eu pude meio presenciar meio participar.

Dedico a vcs esse texto sem pé nem cabeça. Uma coisa que suspeito que vcs preservaram é a disposição para falar e ouvir sinceridades abstratas e algo socialmente inviáveis. Pois bem, cá estou. E vcs, ah, eu agradeço o esbarrão que nos demos na adolescência, foi bem gostoso e divertido. Baixando minhas defesas, eu digo: sou grato.




sexta-feira, 24 de novembro de 2017

sobre crescer, eu acho

sempre mil coisas que eu queria dizer
mas eu fico mudo quando tento
viver é tão complexo que não pode ser expresso
como o monstro de Lovecraft
é terrível de tão incompreensível
e leva à loucura

mas as coisas são observáveis em pequenas partes
se quebrar o todo e analisar os pedacinhos
é o que a Ciência faz com o universo
é o que a Humanidade faz para tentar compreender

ok, até aí estamos juntos, certo?
algumas pequenas partes são mais fáceis de compreender
e outras são mais difíceis
não por serem complexas, na verdade são bem simples
o tipo de coisa para o que você tem uma resposta pronta
na ponta da língua

essas coisas difíceis se embrenham em outras coisas
observando as partes separadas, você desenvolve conceitos
em cima dos conceitos, você desenvolve moralidades
isso é normal

mas então, essas coisas difíceis
elas se entrelaçam com coisas que você já estabeleceu
mas esse entrelace te coloca em contradição
porque você tem uma resposta bem prática pra essa coisa
apenas sim ou não
mas esse sim ou não vai (in)validar as coisas com que se relaciona
e aí, você tenta juntar as partes
percebe que criou um monstro novo
compreensível, mas ilógico por tudo que você aprendeu antes

aí, meus amigos, você tem duas saídas (ao menos)
ignorar o fato de que criou um monstro e fingir que está tudo bem
ou dividir o todo, de novo, e tentar solucionar as partes
a gente sabe que ignorar o problema não resolve
então, porque não só jogar fora a parte conflituosa?

estava tudo tão bem estabelecido
uma coisa idiota como um "sim ou não" estragou tudo
porque não apenas jogar fora esse conflito?
e aí, você pode perceber
algumas coisas serão mais fáceis de descartar que outras
depende do seu apego a essa coisa
e de quanto você está disposte a descartá-la

falar é fácil
fazer também
e apesar de ser fácil
eu estou sofrendo há meses com isso
sem nenhuma perspectiva de acabar o sofrimento
porque eu realmente não sei o que fazer

ou melhor
eu sei
mas e daí que eu sei?

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como nota pós textual, eu preciso deixar um desabafo aqui
é uma coisa que está me sufocando e que eu não tenho controle sobre, mas estou muito envolvido
e é sobre alguém que eu gosto muito, então peço desculpas a essa pessoa por estar desabafando
mas realmente cheguei num ponto que não posso deixar isso sufocado no peito

bom, tem essa pessoa, né? essa pessoa tem um relacionamento tóxico
essa pessoa sabe sobre seu relacionamento ser tóxico
mas o maior problema com relacionamentos tóxicos é que as pessoas envolvidas se embaralham com os seus sentimentos e apesar de todas as dores da relação, se trancam nessa bolha que ainda lhes é mais segura do que estar fora dela

eu mesmo, só pude deixar um relacionamento infeliz quando percebi que sair da bolha só me traria benefícios
encarei um relacionamento destrutivo por três anos porque era mais confortável estar nele do que me arriscar fora dele.

voltando a aquela pessoa:
hoje, estamos num ponto em que eu não consigo lidar com tudo isso
eu observo essa pessoa sofrer, ajudo a curto prazo e volto ao meu lugar, observando essa pessoa sofrer
claro que o sofrimento faz parte da vida, eu não sou retardado
mas alguns sofreres (principalmente os que vêm e vão rotineiramente) são evitáveis
e são evitáveis, porque se deve aprender com eles e impedi-los de acontecer de novo

você chora quando cai tentando dar seus primeiros passos. cair incomoda, dói
mas eventualmente você domina o ato de andar e não cai mais (ou cai muito menos)
quando cai de novo, depois de aprender a andar, você sabe que tá tudo bem, faz parte, e você continua andando

se você insiste no erro e tudo continua acontecendo num looping
você não aprendeu alguma coisa e está se submetendo ao erro por medo de não repetir o ciclo
temendo que se o ciclo for quebrado algo muito absurdo aconteça
e essa é a maior dificuldade de sair da zona de conforto
entender que tá tudo bem e perder o controle da situação faz parte de seguir em frente

o Stu faz pudim de chocolate às quatro da manhã porque perdeu o controle da vida dele e tá tudo bem

a vida continua e depois de algum tempo até é possível olhar o descontrole e rir
mas você tem que se permitir perder o controle

eu acho que segui uma linha de raciocínio meio obscura aí, mas é um desabafo, então pode

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Escrevi ouvindo o álbum A Dream In Static, de Earthside

terça-feira, 25 de julho de 2017

a Marixah não é a única

eu passo muito por aqui, mas eu permaneço em silêncio. só observo, como normalmente faço na vida.
eu tive que amadurecer alguns sentimentos antes de poder voltar a entrar nesse blog sem me sentir angustiado.
e a verdade é que se eu encontrasse qualquer de vocês pessoalmente, eu ia sofrer de uma agonia cabulosa e inexplicável.
mas sei lá, a vida é loka.
se eu não estiver no nosso encontro, provavelmente eu morri, mas o plano é estar

ps: sonhei com o Lhamo e o Fernando uns dois dias atrás. a gente estava numa casa (suponho), num sofá, falando várias bobagens sobre a vida e tal. até parecia que tínhamos voltado no tempo.

sexta-feira, 24 de março de 2017

Contagem regressiva

Uau, que coisa incrível encontrar esse blog aberto, e mais incrível ainda, que eu tenha acesso e possa fazer uma postagem aqui.
Mais incrível ainda encontrar uma postagem da Priza de 2015, que provavelmente ninguém tenha entrado para ler ainda, exceto eu, em horário de almoço, com nada pra fazer, que resolvi dar um Google em mim mesma para descobrir se algo vergonhoso aparecia.

Ao invés de algo vergonhoso, encontro esse blog, que foi um presente pra mim por me relembrar da nossa amizade de tantos anos.
Nessas horas agradeço à tecnologia por eternizar nossos momentos e nossos pensamentos em "textos malucos" e sinto um orgulho misturado com saudade por saber que não dividimos mais 1/3 dos nossos dias.

Ontem conversei com a Ieda pelo Facebook, que hoje é uma enfermeira e faz duas pós graduações ao mesmo tempo (quem diria?); e agora mora em São Paulo.
E eu ainda posso colocar um terninho rosa e salvar crianças na África. Hoje sou oficialmente advogada de um escritório de advocacia em Marília; mas quem sabe?

Não sei se vocês se lembram, mas a gente tem um pacto para daqui 8 anos e alguns meses, do qual eu nunca vou me esquecer porque uso como senha nos meus emails.

Resolvi deixar um lembrete a todos em forma de contagem regressiva.



Aguardando nosso abraço no dia 05/10/2025, às 00h00, na frente de onde quer que seja a Prefeitura de Marília no futuro.

sábado, 8 de agosto de 2015

Cadê? Saudade!

Alguém ainda aqui?

Estou à toa. Tudo saudade, tudo saudar e lembrar.

Um beijo

Daquela.

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Nus?

A ideia desse texto era a de um strip ao contrário. Não consegui o efeito desejado e provavelmente vou republicar, vai ter uma notinha depois explicando o que eu espero atingir.

Levantou às 3 da manhã. Saiu da cama, acendeu as luzes e disse:

- Marcelo, estou indo.

Já tinha vestido as meias e procurava a calcinha quando ele, assustado, puxou o lençol e sentou na cama:

- Aconteceu alguma coisa?

- Você diz só agora ou sempre que eu estou com você? - terminou de vestir a calcinha - Aconteceu o de sempre, eu estou cansada de aguentar sempre a mesma merda vinda de você. - subia o zíper da calça.

- Do que nós estamos falando? - subiu mais um pouco o lençol.

- Você dorme abraçado comigo mas é com ela que você sonha. - achou o sutiã enrolado na camiseta dele e já começava a vesti-lo - eu existo, Marcelo! Eu estou aqui, eu sou de verdade. - puxou o lençol e encontrou sua camiseta debaixo dos joelhos dele, vestiu e se sentou na ponta da cama para calçar os tênis - Você sabe onde ela está agora? Eu sei onde não está. Aqui. Nunca esteve. - calçou o pé direito - Você tem medo, Marcelo. Você tem medo de mim. Eu existo, eu sou de verdade e isso assuta. - pé esquerdo - Eu estou aqui gritando e quando você voltar a dormir vai sonhar com ela, e ela vai ser perfeita como sempre foi, longe de você, de dentro da caverna. - levantou-se e vestiu a jaqueta - Você é incapaz de lidar com toda essa merda que as pessoas carregam quando estão juntas e eu não quero mais entrar nesse barco furado que eu tento impedir de afundar sozinha - já na porta olhou pra ele com desprezo - se cuida.

A notinha de depois do texto:

A intenção do strip ao contrário era mostrar ela vestida, armada e ele nu com tudo que ela percebeu. Apesar de literal, era pra isso ficar figurado também. Não deu. Mas tá aí :) faz tanto tempo que eu não escrevo que eu quis compartilhar ^^.

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Um aninho!



Ele chegou assim. E me ganhou no ato.

Eu não sei direito quando o John nasceu, gato de ong é assim, eles vem só com uma história triste e uma idade aproximada. A história dele é igual a de um monte de outros gatinhos por aí, a gata de alguém teve gatinhos, a pessoa não quis e jogou fora, encontraram ele e a irmã dentro de um saco, resgataram e colocaram no site, prontos pra adoção.

Só quem viveu comigo o final de 2012 e começo de 2013 sabe como eu estava emocionalmente devastada. Entre uma auto estima que eu começava a reconstruir e todas as mudanças que me via obrigada a enfrentar, mudei de apartamento e decidi adotar um gato. O dono do meu apartamento cuidava de uma ong. O John estava lá.

Era dia 28 de fevereiro, um dia depois do meu aniversário e nós fomos assinar meu contrato (já levando a caixinha de transporte, o dono do apê tinha muitos gatos prontos pra adoção e iria me confiar um), enquanto meu pai cuidava da coisa chata, eu me sentei no chão e comecei a brincar com os gatinhos, entre um e outro que se aproximavam, o John veio com sua delicadeza característica (sempre) e subiu no meu ombro, coloquei ele no chão e levantei pra ver outros gatos um pouco depois ele, insistente (sempre), escalou minha calça (deus abençoe que eu estava de jeans nesse dia), minha camiseta e voltou pro meu ombro de onde, como vocês já devem saber, eu não deixei que saísse nunca mais.

Pouca gente entende eu achar tão importante o primeiro ano de um animal. Pouca gente também seria capaz de entender o relacionamento que eu desenvolvi com o John. Menos pessoas ainda entenderiam a gratidão que eu tenho para com ele. Os primeiros três meses dele foram no meu colo, os primeiros três meses dele foram me fazendo levantar, os primeiros três meses que ele passou em casa, foram dele me ensinando que eu podia ser de novo, que eu estava pronta. Foi uma ligação tão intensa que se formou, que eu não imagino mais minha vida em São Paulo sem o John por perto.


Esse mês (ou começo do mês que vem, não dá pra saber ao certo) meu neném faz um aninho. Eu não vou comprar mais a ração de bebê e logo (espero que não tão logo assim), ele vai deixar de ser demoninho pra ser um gato gordo e dorminhoco, mas o amor que nós temos... Ah, o amor que nós temos... Esse dura muitos aniversários ainda. :)