quarta-feira, 21 de março de 2018

Embalos de uma quarta a noite



I walked across an empty land
I knew the pathway like the back of my hand
I felt the earth beneath my feet
Sat by the river, and it made me complete
Oh, simple thing, where have you gone?
I'm getting old, and I need something to rely on
So tell me when you're gonna let me in
I'm getting tired, and I need somewhere to begin
I came across a fallen tree
I felt the branches of it looking at me
Is this the place we used to love?
Is this the place that I've been dreaming of?
Oh, simple thing, where have you gone?
I'm getting old, and I need something to rely on
So tell me when you're gonna let me in
I'm getting tired, and I need somewhere to begin
And if you have a minute, why don't we go
Talk about it somewhere only we know?
This could be the end of everything
So why don't we go
Somewhere only we know?
Oh, simple thing, where have you gone?
I'm getting old, and I need something to rely on
So tell me when you're gonna let me in
I'm getting tired, and I need somewhere to begin
And if you have a minute, why don't we go
Talk about it somewhere only we know?
This could be the end of everything
So why don't we go?
So why don't we go?
This could be the end of everything
So why don't we go
Somewhere only we know
Somewhere only we know
Somewhere only we know?
Queria dizer que continuo estranha, continuo vegetariana, continuo gostando de janelas abertas - menos a noite, porque não sei lidar com baratas, ainda.
Em 2013, seis meses depois de terminar com o Lean, conheci o Tiago. Ele me deu uma carona aleatória quando eu estava indo pra Unesp, entrei no carro porque achei que o conhecia, mas não conhecia. A Ariadne apertou o enter e eu acabei mandando uma cantada pra ele numa daquelas páginas de Facebook (mais alguém aí conhece spotteds da vida?). Ele respondeu, eu o adicionei e comecei nossa conversa com "Oi, tudo bem? Sou a louca do spotted". Estamos juntos desde então.
Entre 2014 e 2015 morei na Inglaterra, estudei, viajei, fiz amigos de outros países, entrei em depressão e comecei a fazer terapia. Foi o melhor pior ano da minha vida até hoje.
Em 2016 me formei em design de produto e decidi me dar a chance de fazer design gráfico, o amor verdadeiro que não tive coragem de cursar antes porque achava que não era boa o bastante.
Vim aqui hoje porque estou começando meu segundo TCC, um curta sobre um cogumelo que ganha vida e sai andando pela floresta. Precisava de inspiração e resolvi buscar meus textos antigos, relembrar aquela pessoa que escrevia contos e crônicas com facilidade [saudades]. 
Quando vi as postagens mais recentes, essa música, que sempre tinha embalado meus antigos sonhos de voltar com o Lean, de repente começou a me falar sobre raízes. Não dá pra crescer sem raízes. Não dá pra crescer sem olhar pro passado, sem lembrar de vez em quando de onde viemos, quais eram nossos antigos sonhos, nossos antigos amigos. Acho que é por isso que pedi pra Ari me convidar pra colaborar com o blog de novo (tinha perdido o acesso com todas as mudanças). Quero manter esse pedaço de história com todo o carinho e cuidado que ele merece.
É muito fofo que onze anos depois esse espaço ainda exista. E é muito fofo ver que, mesmo silenciosamente, nós continuamos a voltar pra visitar nossas antigas versões.
O afeto continua. Nunca se esqueçam disso.

Sobre Dez Anos

Eu vi que esse blog começou a existir em 2007. Em 2007 nós estávamos no Interação, vcs queriam fazer um jornal da escola e eu jurava que ia ser jornalista.


A Lídia que me fez relembrar a existência desse blog, mas mesmo walking down the memory lane, resisti fortemente ao impulso de procurar meus textos antigos. É bem difícil relacionar a Ariadne de hoje com a Ariadne que eu fui onze anos atrás.

Acho que todos entramos na idade da nostalgia, e creio que também é normal. As pressões da vida adulta estão aumentando. Eu estou prestes a me formar (amém senhor que ano que vem o diploma sai), tentando me firmar na minha carreira (e já pensando em ser diretora, dona de escola, trabalhar na Avenue...) e no namoro mais sério que eu já tive na minha vida. A maioria aqui já está formada, sei que tem gente já casada e com filho, a maioria já saiu da casa dos pais ou está querendo sair de vez, quer levantar as asas e pagar as próprias contas (bom, querer ninguém quer, mas tem horas que o relógio apita que a hora está chegando e é difícil ignorar).

Nessas horas é que a gente olha pra trás. Olha pros amigos que ficaram pelo caminho, pras pessoas que nós gostaríamos de reencontrar, pra todo mundo que passou a tarde no msn com a gente quando o nosso único medo era o Joãozinho assoviando no corredor.
Eu não tenho mais o mesmo ímpeto e a força de meter o louco que eu tinha em 2014 quando fui trabalhar na Turquia, eu confesso que 2018 tem sido mesmo o ano de agrupar lembranças e tentar juntar as que me tornaram quem eu sou hoje.

E é por isso que eu resolvi escrever aqui. Todo mundo que está aqui (em maior ou menor escala), me ajudou a ser quem eu sou hoje. Vocês estiveram em uma das fases mais importantes da minha vida. Não sei se vocês já assistiram Conta Comigo (ou leram o conto do Stephen King), mas em determinado momento o narrador diz que você nunca terá amigos como teve aos 11 anos. Eu expandiria, porque aos 11 eu não tive amigos, mas entre os 13 e os 16... Ah não, nenhuma amizade conseguiu ser igual. Crescer junto é fantástico, e eu só posso ser grata por ainda ter a Lídia no meu whatsapp e conseguir ver como nós mudamos, como nós amadurecemos e como nós estamos prontas.

Agora que eu já andei pela memória e mergulhei na nostalgia (e que puta frase brega, senhor), eu queria agradecer quem ler por aqui. Quem de certa forma contribuiu para os caminhos que eu tomei, vocês todos que estiveram presentes nos anos que ajudaram a definir quem eu sou hoje, onde eu estou hoje. E obrigada ao Chala por ter revivido isso aqui (e ter feito com que eu revivesse enquanto lia), eu realmente sinto a sua falta :)