quinta-feira, 12 de julho de 2018

...

Me sinto perdido. Apesar de estar já com 25, estou naquela fase de transição em que se começa, ao mesmo tempo, a trabalhar e cuidar da casa. Meu serviço é estúpido e eu detesto a sensação de limpar meu apartamento ou lavar a louça, não pela atividade em si, mas pela sensação de que deveria estar VIVENDO enquanto não estou trabalhando.

Hoje eu abonei. Pra ser mais específico, meu serviço é na divisão de licitação da prefeitura de bolacha city. Sou pregoeiro há uma semana e meia e já fiquei sabendo de uma licitação em que houve má-fé de um secretário (mas não tenho como provar, é um rumor).

Não me me sinto satisfeito com a conexão que tenho com meus amigos, porque a impressão é que estou tão cansado e desanimado que não tenho papo, não tenho graça. Sinto que meus amigos estão meio borocochôs como eu, o que agrava a dificuldade de se compartilhar bons momentos.

Mas isso é hoje, na semana passada eu estava bem. Ando muito instável nesse sentido. Na verdade, acho que faz muito tempo que estou instável. Estavelmente instável, então. Rs. Que coisa boba de se dizer.

A palavra da ponta da minha língua é cansaço. Cansei dessa vida desconectada e fria que constitui meu cotidiano, ou pelo menos boa parte dele. Queria sair dessa, mas nem sei o que significa sair dessa...

Queria abraçar um amigo e ouvir dele que ficará tudo bem, que eu sou legal sim e que é pra eu tirar isso da cabeça de que estou sozinho e sou um poço de desinteresse.

Não quero me adaptar demais, se não eu sumo.

quinta-feira, 28 de junho de 2018

eu vou falar porque não aguento mais isso me sufocando
e eu não aguento mais viver com esse defunto me acompanhando
eu tinha enterrado isso, I mourned it, e nunca quis ter de lidar com isso
em algum momento eu deixei de confiar nos meus pais
acho que quando eles se separaram e eu não sei porquê
(once, back in the 90s, then they came back together)

e isso não era um problema até semanas atrás
quando essa realização simplesmente caiu no meu colo
e eu entendi o que é ser filho numa família que não se sustenta

ok, the past is in the past and it doesn't really matter
mas até "ontem" eu não lembrava disso e não me importava
agora eu lembro e não consigo deixar de notar como isso me afetou
e essa realização traz mágoa de coisas que não eram um problema e agora são
porque agora eu sei

de repente, lembranças ocasionais de tempos em que tudo era mais simples e mais verdadeiro
onde tudo era menos fancy e mais natural
de coisas que eram feitas em família simplesmente pra gente estar junto
e eu, que não sou uma pessoa muito adepta a nostalgias, fui abarcado com essa sensação agridoce

e isso está no meu peito há dias
é um cadáver que eu não consigo encarar nos olhos
e que parece que foi retirado do fundo do oceano, depois de décadas
eu já tinha sofrido esse luto, mas agora eu sei que sofri esse luto e sei o que ele representa
agora dói

segunda-feira, 30 de abril de 2018

olha só se eu não voltei
sei lá porquê
não, mentira, eu sei
voltei porque eu não aguento mais conviver
eu aceito lidar com pessoas em momentos determinados
mas não quero lidar com pessoas o tempo todo
fujo de relacionamentos
fujo de qualquer relação interpessoal
porque as pessoas me cansam
me fascinam, mas me cansam
gosto de observar pessoas à distância, onde posso parar de observá-las quando me convém
de novo: um egocêntrico maluco (achei que escroto não era uma boa descrição)
mas maluco, maníaco

silêncio reflexivo
daqueles em que só olhamos baixo para a parede e deixamos a mente nos mutilar com verdades que não queremos enxergar

bebo tanto que não sinto os efeitos físicos do álcool, só os psicológicos
por conta disso, bebo cada vez mais
por falta de dinheiro, bebo cada vez pior

não consigo dormir a noite
deito na cama e rolo a noite toda
só durmo com o Sol nascendo
porque me sinto rodeado de fantasmas e preocupações
coisas que me atormentam e só vão embora quando estou exausto ao amanhecer

a única coisa que me afasta de uma overdose de heroína é o preço dela
(drama on)

falo pra vocês, mas acho fora de lugar. deveria ir no twitter
mas no twitter, às vezes atraio atenção de pessoas que vão se preocupar
e eu não sei se vcs se preocupão
mas pensar que se preocupam incomoda
porque eu só queria digitar e esquecer
apagar
mas nem apago, nem esqueço
porque sou um doente maluco
esquizofrênico
maníaco
psicótico
depressivo
ansioso
inconsequente
irresponsável

ok, chega

terça-feira, 10 de abril de 2018

eu vim no blog falar mais coisas da minha vida, que eu não queria colocar nos meus lugares virtuais
engraçado pensar que eu entrei no blog querendo dividir, mas agora venho pra cá quando preciso gritar pra mim mesmo
eu poderia fazer isso no twitter, mas sempre que tenho uma crise lá eu fico com a impressão que só parece que eu quero chamar atenção... e não é o caso
eu só preciso dizer, mesmo... colocar algumas coisas em palavras pra não me afogar nos meus sentimentos
ou eu só queria um abraço, eu não sei
não devo me deixar levar por meus sentimentos, porque o mundo gira e eu preciso estar presente
mas eu sempre fui intenso demais, sempre muito ligado aos sentimentos mais do que ao mundo real
são tantas dúvidas, tantos conflitos
todos a minha volta parecem estranhos e eu não tenho vontade de me abrir a ninguém
já se sentiu alguém muito especial?
alguém que é puro demais, alguém que é só coisas boas?
mas incapaz de fazer algo por si próprio
sempre as voltas com os problemas alheios, com questões alheias
quando olha pra si, falha
o tempo passa e eu só me sinto um egocêntrico escroto
eu fugi desse blog porque não conseguia me resolver com o que eu sentia
agora eu volto pelo mesmo motivo
talvez o blog tenha sido o primeiro momento em que tive que lidar com a ausência das pessoas com quem eu me permitia ser
aí, agora, me permito ser a um grupo de pessoas, mas com n ressalvas porque não quero depender de ninguém
vivo um desejo de autonomia emocional
me afasto das pessoas e me isolo num ambiente seguro
e vcs são seguros porque são quase como fantasmas
não sabem da minha vida, só sabem que eu existo. vcs são pessoas a quem eu posso falar sem me expor
e eu sou um egocêntrico escroto, perdão por ser assim
eu queria dizer algo fofo
mas eu não sei mais o que era
talvez porque eu esteja bêbado, ou sei lá
egocentrismo a parte, eu vim no blog porque queria contar algo a vocês
eu me formei em Artes Visuais. grande merda... mais uma conquista que não vai pra lugar nenhum

quarta-feira, 21 de março de 2018

Embalos de uma quarta a noite



I walked across an empty land
I knew the pathway like the back of my hand
I felt the earth beneath my feet
Sat by the river, and it made me complete
Oh, simple thing, where have you gone?
I'm getting old, and I need something to rely on
So tell me when you're gonna let me in
I'm getting tired, and I need somewhere to begin
I came across a fallen tree
I felt the branches of it looking at me
Is this the place we used to love?
Is this the place that I've been dreaming of?
Oh, simple thing, where have you gone?
I'm getting old, and I need something to rely on
So tell me when you're gonna let me in
I'm getting tired, and I need somewhere to begin
And if you have a minute, why don't we go
Talk about it somewhere only we know?
This could be the end of everything
So why don't we go
Somewhere only we know?
Oh, simple thing, where have you gone?
I'm getting old, and I need something to rely on
So tell me when you're gonna let me in
I'm getting tired, and I need somewhere to begin
And if you have a minute, why don't we go
Talk about it somewhere only we know?
This could be the end of everything
So why don't we go?
So why don't we go?
This could be the end of everything
So why don't we go
Somewhere only we know
Somewhere only we know
Somewhere only we know?
Queria dizer que continuo estranha, continuo vegetariana, continuo gostando de janelas abertas - menos a noite, porque não sei lidar com baratas, ainda.
Em 2013, seis meses depois de terminar com o Lean, conheci o Tiago. Ele me deu uma carona aleatória quando eu estava indo pra Unesp, entrei no carro porque achei que o conhecia, mas não conhecia. A Ariadne apertou o enter e eu acabei mandando uma cantada pra ele numa daquelas páginas de Facebook (mais alguém aí conhece spotteds da vida?). Ele respondeu, eu o adicionei e comecei nossa conversa com "Oi, tudo bem? Sou a louca do spotted". Estamos juntos desde então.
Entre 2014 e 2015 morei na Inglaterra, estudei, viajei, fiz amigos de outros países, entrei em depressão e comecei a fazer terapia. Foi o melhor pior ano da minha vida até hoje.
Em 2016 me formei em design de produto e decidi me dar a chance de fazer design gráfico, o amor verdadeiro que não tive coragem de cursar antes porque achava que não era boa o bastante.
Vim aqui hoje porque estou começando meu segundo TCC, um curta sobre um cogumelo que ganha vida e sai andando pela floresta. Precisava de inspiração e resolvi buscar meus textos antigos, relembrar aquela pessoa que escrevia contos e crônicas com facilidade [saudades]. 
Quando vi as postagens mais recentes, essa música, que sempre tinha embalado meus antigos sonhos de voltar com o Lean, de repente começou a me falar sobre raízes. Não dá pra crescer sem raízes. Não dá pra crescer sem olhar pro passado, sem lembrar de vez em quando de onde viemos, quais eram nossos antigos sonhos, nossos antigos amigos. Acho que é por isso que pedi pra Ari me convidar pra colaborar com o blog de novo (tinha perdido o acesso com todas as mudanças). Quero manter esse pedaço de história com todo o carinho e cuidado que ele merece.
É muito fofo que onze anos depois esse espaço ainda exista. E é muito fofo ver que, mesmo silenciosamente, nós continuamos a voltar pra visitar nossas antigas versões.
O afeto continua. Nunca se esqueçam disso.

Sobre Dez Anos

Eu vi que esse blog começou a existir em 2007. Em 2007 nós estávamos no Interação, vcs queriam fazer um jornal da escola e eu jurava que ia ser jornalista.


A Lídia que me fez relembrar a existência desse blog, mas mesmo walking down the memory lane, resisti fortemente ao impulso de procurar meus textos antigos. É bem difícil relacionar a Ariadne de hoje com a Ariadne que eu fui onze anos atrás.

Acho que todos entramos na idade da nostalgia, e creio que também é normal. As pressões da vida adulta estão aumentando. Eu estou prestes a me formar (amém senhor que ano que vem o diploma sai), tentando me firmar na minha carreira (e já pensando em ser diretora, dona de escola, trabalhar na Avenue...) e no namoro mais sério que eu já tive na minha vida. A maioria aqui já está formada, sei que tem gente já casada e com filho, a maioria já saiu da casa dos pais ou está querendo sair de vez, quer levantar as asas e pagar as próprias contas (bom, querer ninguém quer, mas tem horas que o relógio apita que a hora está chegando e é difícil ignorar).

Nessas horas é que a gente olha pra trás. Olha pros amigos que ficaram pelo caminho, pras pessoas que nós gostaríamos de reencontrar, pra todo mundo que passou a tarde no msn com a gente quando o nosso único medo era o Joãozinho assoviando no corredor.
Eu não tenho mais o mesmo ímpeto e a força de meter o louco que eu tinha em 2014 quando fui trabalhar na Turquia, eu confesso que 2018 tem sido mesmo o ano de agrupar lembranças e tentar juntar as que me tornaram quem eu sou hoje.

E é por isso que eu resolvi escrever aqui. Todo mundo que está aqui (em maior ou menor escala), me ajudou a ser quem eu sou hoje. Vocês estiveram em uma das fases mais importantes da minha vida. Não sei se vocês já assistiram Conta Comigo (ou leram o conto do Stephen King), mas em determinado momento o narrador diz que você nunca terá amigos como teve aos 11 anos. Eu expandiria, porque aos 11 eu não tive amigos, mas entre os 13 e os 16... Ah não, nenhuma amizade conseguiu ser igual. Crescer junto é fantástico, e eu só posso ser grata por ainda ter a Lídia no meu whatsapp e conseguir ver como nós mudamos, como nós amadurecemos e como nós estamos prontas.

Agora que eu já andei pela memória e mergulhei na nostalgia (e que puta frase brega, senhor), eu queria agradecer quem ler por aqui. Quem de certa forma contribuiu para os caminhos que eu tomei, vocês todos que estiveram presentes nos anos que ajudaram a definir quem eu sou hoje, onde eu estou hoje. E obrigada ao Chala por ter revivido isso aqui (e ter feito com que eu revivesse enquanto lia), eu realmente sinto a sua falta :)

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Não sei

Oi vocês.

Tem teia de aranha aqui, né? Nossa, que coisa... dá um aperto esquisito vir aqui, mesmo eu nunca tendo sido tão próximo da maioria de vcs.

É isso mesmo, eu vou falar de todos os lugares comuns. Queria dizer algo pra vcs que não vejo mais, principalmente com quem eu convivi um pouco mais, como a Ari e a Lídia (olá se estiverem aí, gosto das memórias que tenho com vcs), e só vem um turbilhão absurdo de clichês. Hehe.

A vida arrasta violentamente a gente pra longe de si. Nostalgia é um dos sentimentos mais duros e apertados que tem.

Como será que vcs estão? Quem será que vcs são? Quem está aí me lendo? Tem alguém aí? Hahaha. To rindo, mas é de nervouser.

Responder às postagens dos outros aqui é difícil. Me sinto forçando a barra por alguma razão qualquer.

Sempre gostei bastante de vcs todos, quieto lá no meu canto hahaha, bota quieto nisso!
Sempre achei um máximo o jeitão da dinâmica de vcs, a dinâmica dessa amizade que vcs felizmente tiveram, e que eu pude meio presenciar meio participar.

Dedico a vcs esse texto sem pé nem cabeça. Uma coisa que suspeito que vcs preservaram é a disposição para falar e ouvir sinceridades abstratas e algo socialmente inviáveis. Pois bem, cá estou. E vcs, ah, eu agradeço o esbarrão que nos demos na adolescência, foi bem gostoso e divertido. Baixando minhas defesas, eu digo: sou grato.