sexta-feira, 28 de maio de 2010

Sobre Bebidas (4)

Open de Heineken e vodka ao som de rock and roll ... ai sim compensa.

Minha dessabença.

Ao meu senso
Não o pó
Ou o átomo
Não o câncer
Nem o genoma
Não o verde
Ou a organela
Não o micro
Nem a energia
Não o macro
Ou o cosmo
Não a extinção
Nem a explosão
Meu problema
São as datas comemorativas
Não a fome
Nem a seca
Não a poesia
Ou o trema
Não a cultura
Nem o ufanismo
Não o lado certo
Ou o Calabar
Não a censura
Nem o Parangolé
Não o véu
Ou a humilhação
Não me importo
Nem me concentro
Ou me estudo
Se tu não estás como outrora
Meu problema agora
São as datas comemorativas
Comemorando números
Em memórias nossas
Presenças
Em ausência de ti
E ausências
Em presença de outros
As datas comemorativas
Comemoram nossa falta
Desse ano
Em fartura de
Anos passados
Para mim, o problema do mundo
São as datas comemorativas
Ademais, meu problema é amor
E amor é a dessabença do meu mundo.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

3ª Mostra Marília de Cinema

Tartarugas! Hoje começa a 3ª mostra de Cinema (antigamente era mostra de curtas, agora tem vários longas também), em que alguns de nós já estiveram presentes montando barracas e morando na frente do clube de cinema por alguns dias. Bons tempos. Esse ano, a mostra tá 10x mais chique que ano passado, pois conseguiram que o Cine Esmeralda colaborasse e abrisse uma sala por 4 dias (SALA EXCLUSIVA, GRANDONA, COM AR CONDICIONADO, AF) pra ficar passando os filmes da mostra. Vai ter premiações, vai ter a visita de um cara que fez trilha sonora do Glauber Rocha (um cineasta brasileiro famoso aí), vai ter o cara que fez fotografia de um monte de filmes fodas fazendo palestra, vai ter eventos com bandinhas bacanas, tudo de bom. Esse ano parece que o negócio tá bonito mesmo. O maior problema disso é que estou com diarréia. Mas diarréia estética, é claro, para emagrecer, pois bulimia é glamouroso demais pra mim, e não quero me passar por transtornada. Então estou expelindo pelo outro buraco. Doença sempre vem nas piores horas. Hunf. Bom, pra quem quiser ver a programação completa, siga esse link cheio de imagens e explicações: http://mostramarilia.com/programacao-completa/ Me amem! Beijos

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Engano da Nazaré

-Alô!?
-Oi! Olha, é bem rápido! Tô fazendo aquela abobrinha fritinha e eu...
-Desculpe, mas que é?
-Como assim 'Quem é' ? Sou eu! A Nazaré!!!
-Mas com quem você quer falar, exatamente?
-Com quem????? Ué! Com a Andressa! Andressa..... é você?
-Veja bem, não tem nenhuma Andressa. É engano, minha senhora.
-Não pode ser! É algum tipo de pegadinha?
-Huumm...acho que não.
-Você J-U-R-A por Deus????
-Se eu juro?? Bem,...
-Nossa! Tem a voz da Andressa! Ainn! Que raiva!!....desculpa, viu.
TUTUTUTUTUTUTUTUTUTUTUTUTUTUTUTUTUTUTUTUTUTUTUTUTU
Galera, desculpem meu sumiço. Final de semestre é sempre complicado. Bom, este diálogo surgiu (como podem constatar de primeira) de um telefonema de uma tiazona, que além de interromper meu lindo almoço, vem com este papinho de "é pegadinha???". Custa se certificar de que ligou para o número certo? Mas, tudo bem. Essas são as situações mais engraçadas e enrroladas que acontecem no mundo telefonístico. Na verdade, sempre me dá vontade de usar deste engano para puxar papo com a pessoa. Deve ser no mínimo interessante.
É isso aí, povo tartaruguista! Bom revê-los!
Arriverderci!

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Fofurinhas, preciso compartilhar coisas com vocês, não aguento mais sufocá-las no meu âmago. São as novidades que ando vendo atualmente na internets. Gostaria também de deixar aqui registrado que se você fizer compras no MUSEUDACERVEJA eles indistintamente vão ATRASAR seu pedido mesmo que voce diga que PRECISA antes do dia 20 (hoje é aniversário do zé e não tenho quase nada para dar). HUNF. Bom, vamos às indicações: A primeira é um CD que ando ouvindo muito atualmente (essa indicação é mais pras meninas mesmo): Lilly Allen, primeiro cd, Alright Still. O segundo é uma porcaria. A segunda coisa é que hoje eu me lembrei de uma música que eu nunca soube a letra. Marcou a minha infância, porque eu sempre me referia à ela como Na Bundinha do Down. Quero compartilhar com vocês que eu finalmente entendi a letra. E a terceira coisa, e mais importante de todas, é que eu finalmente (depois de me indicarem muitas vezes) fui ver o seriado The Guild. E, porra do caralho do cu da bunda, é muito bom. Essa indicação vai principalmente pro Lucas/Thales que jogam WOW. O seriado é sobre uma garota que é viciada em jogos de computador e não consegue se relacionar com pessoas no mundo 'real'. Essa garota é interpretada pela nerd linda maravilhosa e inteligente Felicia Days, que além de atuar é escritora e produtora do seriado. A Codex, que coincidentemente joga da mesma classe que eu, faz parte de uma Guilda com mais 5 amigos que se encontram pela primeira vez fora do jogo. O seriado é feito pra Youtube, e cada episódio tem ~5 minutos, portanto voces conseguem ver as 3 temporadas em três horas sem problemas. LEIAM TUDO E VEJAM TUDO EU VOS OBRIGO!!!!

segunda-feira, 17 de maio de 2010

direto da metrópole de Marília

Crianças, estou aqui para lhes contar uma história verídica. Vocês lembram do dono da livraria que tinha na frente do Cine Pedutti, bem pequena, com muitos livros de arte e um senhor que lembrava muito o Woody Allen? Aposto que a Gigi vai lembrar, a Lídia provavelmente, o Chu e o Lhamo. Nós fomos comprar o presente do Fernando lá em um dos aniversários dele, e *espero* que ele se lembre do livro também. Pois bem, naquele dia ficamos um tempão vendo livros, a Gigi pegou um livro de Pop-Art, o Lhamo ou a Lídia (não lembro) de Arte Egípcia e eu um livro de Arte Erótica. Me zoaram pra sempre sobre isso, ainda mais quando eu desenhei uma NAJA no teste do Mané (lembram disso também né? haha, no segundo colegial). Enfim, naquele dia o dono da loja também mostrou um capacete da Guerra do Golfo, ou Palestina, sei lá, que era muito legal também. A livraria foi fechada menos de um ano depois pra virar uma loja de confecções em tamanhos especiais (leia gordinhas), e não voltou a abrir em outro lugar. O dono da loja passou a trabalhar na Nobel, e aposto que ele deve ser o único funcionário com conhecimento livrístico daquele lugar. E creio que ele está morando em algum lugar perto da minha rua, pois de vez em quando vejo ele passar descendo a Frei Jacinto. Eu me lembro daquela livraria quando eu era bem pequena e minha mãe fazia faculdade, sempre passava lá para comprar livros especializados em Pedagogia. E ela dizia que se eu fizesse Medicina, iria ter que ler livros que eram mais grossos que a Bíblia na estante de casa. Não fiz medicina e não me livrei de ler livros enormes. E um outro dia, minha mãe veio me contar que esse homem se chamava Sérgio e era amigo dela de faculdade, e ela veio a conhecer a mulher dele quando era mais jovem. Agora ele estava morando em algum lugar perto de casa e conversou com a minha mãe um dia desses. Disse também que a esposa havia se mudado pro interior de um estado do Nordeste e levou os filhos com ela, deixando ele sozinho em Marília. Minha mãe não perguntou mais detalhes, é claro. E disse que ele era uma pessoa extremamente culta, educada e entendia muito sobre cinema e artes, e ainda tem caixas cheias de livros sobre arte (e que eu poderia ver se quisesse). Fiquei imaginando a vida dessa pessoa. Passou muito tempo cuidando da sua livraria, normalmente sentado quase escondido atrás de um balcão no fundo da loja, fica sem loja, sem mulher, sem filhos e agora trabalha na Nobel no Shopping Aquarius. Sempre que vejo ele passar sinto essa curiosidade de saber mais sobre essa pessoa e quantas coisas interessantes ele deve ter pra falar. Mas talvez ele seja só mais uma pessoa que passou na rua perto de mim, como tantas outras, que só notei porque se parece com o Woody Allen.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Virada! \o/

E ai galera Groovial! Queria saber se alguem vai vir pra Sampólio pra virada. =D Podiamos combinar algo (se sim.) =DDD Ubaubaubaê!

sexta-feira, 7 de maio de 2010

The Man Comes Around

"And I heard, as it were, the noise of thunder: One of the four beasts saying: "Come and see." And I saw. And behold, a white horse." Arthur olhou a cidade do alto de seu prédio e um sentimento de tristeza invadiu seu peito, o que um dia havia sido uma cidade próspera e cheia de vida, hoje era caos. O constante som de sirenes, gritos, vidros quebrando, carros batendo e daqueles seres brutais, era insuportável. No horizonte e em alguns pontos mais próximos haviam vários focos de incêndios, o ar já fedia a fumaça a fuligens grudavam em sua pele suada, a noite seria clara, mas o dia que estava por vir escuro. Uma profunda respiração, as mãos limparam o rosto cheio de suor e lágrimas, e a calma clareou o possível na sua mente, e algumas idéias de sobrevivência chegaram a sua mente. Agora era somente ele, e esse mundo perdido. Com um jogo de passos Arthur virou o corpo, saio do parapeito e começou a trocar o sentimento de tristeza e culpa por raiva, afinal não foi ele que fez todas aquelas atrocidades, ele somente sobreviveu, e isso não era um pecado. Com passos lentos ele se dirigiu a escada de incêndio, passou pela porta aberta, e começou a descer com certa calma a escada que ele havia corrido para subir. Cada andar que ele passava ele percebia que a melhor opção era esperar a euforia passar, talvez essa não fosse realmente a melhor opção, mas era realmente sua única, já que ele não tinha nenhum tipo de arma, ou experiências em brigas ou combates. Ele teria que sobreviver principalmente com sua experiência. Com esse pensamento Arthur parou de descer a escada e mais silenciosamente subiu de volta os poucos andares que ele passou, deveriam faltar umas 2 horas para o por-do-sol e essa primeira noite de terror seria melhor passada sem chamar a atenção. Ao chegar ao terraço moveu algumas pedras e tralhas que estavam lá para impedir a passagem de qualquer um que tentasse entrar lá, e foi descansando e pensando em o que tudo aquilo significava e formulando o que fazer no próximo dia. A melhor conclusão que chegou foi correr até a delegacia que havia dali dois quarteirões com o carro que estava na garagem, e conseguir algumas armas e munição, afinal de contas não deve ser tão difícil manipular uma arma, pensou Arthur. E com esses pensamentos Arthur adormeceu, e teve o pior pesadelo que ele podeira ter, ele assistiu tudo o que havia passado durante a tarde. PS.: Cançado de gritar para ninguem ouvir vim aqui fazer o que todo mundo acaba fazendo ... publicar meu blog hehe ... demorei um pouco pra por o link aki por que eu ainda não sabia se ele ia vingar ou não .. mas acho que vai pra frente sim ... e... só pra esclarecer, não vou parar de postar aki e nem ficar fazendo somente posts repitidos aki e lá. E .. sobre o texto, esse é o primeiro de uma série que eu pretendo fazer e que foi uma utupia de livro pra min, projeto que eu ainda não sei se vou concretizar, mas pelo menos já deu o primeiro passo .

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Quem vigia os vigilantes?

O Lhamo e o thales devem conhecer o texto já, mas vale muito a pena para todos. "Um professor, candidato à prefeito de uma pequena cidade do interior, não tinha muito dinheiro para fazer campanha. Conseguiu o apoio de uma gráfica, um desconto para imprimir dois mil panfletos, em duas cores, que iam lhe custar mil reais. Este professor trabalhava há muito tempo com comunidades carentes, criou bibliotecas comunitárias, incentivando à leitura. E aí ele teve uma idéia: cortando seu panfleto, transformaria cada um em quatro marcadores de livros. Assim, pelo mesmo custo, teria quatro vezes mais material para divulgar sua candidatura e ainda lembraria aos eleitores do seu trabalho, talvez até incentivasse algum deles a ler, parecia uma ótima idéia. E assim fez, e assim foi eleito. Eleito e cassado, distribuir panfletos não é crime mas distribuir marcadores de livro sim, o marcador é considerado um brinde, é crime eleitoral. Este absurdo, possível pela lei já em vigor no país, seria ainda pior se a chamada lei da “ficha limpa” fosse aprovada. O nosso prefeito, julgado e condenado, não poderia sequer ser candidato outra vez, mesmo que a maioria dos eleitores de sua cidade quisesse vê-lo na prefeitura, mesmo que fosse absolvido em última instância e, portanto, julgado inocente. Se aprovar o projeto da “ficha limpa” a sociedade brasileira estará sinalizando que o poder judiciário, não eleito, é mais confiável que os poderes executivo e legislativo, eleitos. Estará sinalizando que ela, a sociedade brasileira, é incompetente para governar a si mesma. Se for aprovado, o tal projeto da “ficha limpa” tem muita chance de ser considerado inconstitucional, já que a constituição estabelece a presunção de inocência, ninguém é considerado culpado até o trânsito em julgado da sentença, com todas as possibilidades de recurso. Tenho certeza que todos que assinaram o projeto de lei da “ficha limpa” têm ótimas intenções: melhorar o nível da política brasileira, impedir que contraventores se refugiem na imunidade parlamentar ou que picaretas assumam cargos públicos. Criar uma nova lei, mais uma, ou entregar ao poder judiciário – não eleito - a tarefa de determinar quem pode ou não representar a vontade do eleitor, não parece ser a melhor maneira de atingir estes objetivos. Nossa democracia tem 21 anos e, na minha opinião, não para de melhorar. Nosso presidentes só melhoraram, o país melhorou muito, as maracutaias são divulgadas, a polícia prende pessoas de várias classes sociais, a imprensa trabalha com total liberdade, a internet garante a diversidade de opiniões. Numa democracia os segredos minguam. Por aqui sobram secretos os arquivos da ditadura, algumas provas apreendidas por operações policiais que vazam de conta-gotas conforme o interesse de quem as detém, onde anda o Picasso do INSS, o grampo sem áudio, de onde veio o dinheiro do dossiê? Ouvi de um empresário, que preferiu não receber créditos pela ótima frase: “Numa democracia com liberdade de expressão somos condenados a ser éticos”. Enquanto os totalitarismos e as religiões lidam com a culpa, uma doença, a democracia opera com o “medo de ser apanhado”, uma atitude muito saudável. Os que não tem gostado das escolhas que o povo brasileiro tem feito e acham que o país vai de mal (Lula) a pior (Dilma), apelam para a moral e os bons costumes, quando não à etiqueta. Vi com meus próprios olhos e ouvi com meus próprios ouvidos cientistas políticos criticando duramente o fato de um presidente democraticamente eleito, deposto por um golpe de estado e asilado político de uma embaixada brasileira, estar estendendo roupas no jardim e colocando os seus pés sobre a mesinha da sala! A nossa mesinha! E usando aquele chapéu! Ontem mesmo vi e ouvi jornalistas, cientistas políticos, deputados de diferentes partidos, rindo e fazendo piadas sobre o estado do Maranhão. A frase “ele e o Maranhão se merecem” foi festejada às gargalhadas. A onda moralista e os preconceitos, incentivados pela mídia, não são um problema apenas brasileiro. Noam Chomsky, entrevistado por Chris Hedges no site Internet Truthdig, alerta para o desencanto com a política nos Estados Unidos, sentimento amplificado pela ultra-direita americana: “Nunca vi nada parecido em toda a minha vida. O humor do país é assustador. O nível de ira, frustração e ódio às instituições não está organizado de maneira construtiva. É desviado para fantasias auto-destrutivas. É muito similar a Alemanha de Weimar, os paralelos são notáveis. Também ali havia uma desilusão tremenda com o sistema parlamentar. (...) Os Estados Unidos tem muita sorte que nenhuma figura carismática e honesta tenha surgido. Todas estas figuras carismáticas são trapaceiros tão evidentes que destroem a si mesmos, como McCarthy ou Nixon ou os pregadores evangelistas. Se surgir alguém carismático e honesto este país estará em sérios problemas, graças a frustração, a desilusão, a compreensível raiva e a ausência de respostas coerentes. O que as pessoas supostamente querem é alguém que lhes diga: ‘Eu tenho a resposta: nós temos um inimigo’. Na Alemanha, o inimigo criado para justificar a crise foram os judeus. Aqui serão os imigrantes ilegais e os negros. Nos dirão que os homens brancos são uma minoria perseguida. Nos dirão que temos que nos defender e defender a honra da nação. Se exaltará a força militar. As pessoas vão apanhar. Esta força pode tomar conta de tudo. E se acontecer será mais perigoso do que foi na Alemanha. Os Estados Unidos detém o poder mundial. A Alemanha era poderosa, mas tinha inimigos mais poderosos.” Republico aqui trecho de um texto que escrevi um dia desses: No momento em que quase todos, mais do que nunca, repetem que "políticos são todos ladrões" e que "política é tudo a mesma coisa", me permito dissentir. Nunca me arrependi dos meus votos. Tive sorte? Acho que não. Votei 8 vezes para presidente (considerando primeiros e segundos turnos), sempre no Lula. (Aliás, Lula também votou 8 vezes para presidente, sempre nele mesmo, suponho.) Já votei em Olivio Dutra , Tarso Genro e Raul Pont, para a prefeitura de Porto Alegre o para o governo gaúcho. Votei também nos senadores Pedro Simon e Paulo Paim, no deputado Henrique Fontana, no deputado Flavio Koutzi, na candidata (não-eleita) ao senado Vera Guasso e em vários candidatos a vereador, alguns eleitos outros não, candidatos do PT, PMDB, PDT ou do PSOL. Repito: nunca me arrependi dos meus votos. Há centenas de políticos honestos, desempenhando a tarefa indispensável de manter viva a democracia brasileira. Não digam que são todos iguais. E, se disserem, não acreditem. Basta saber escolher." -- Texto de Jorge Furtado, podendo ser lido em seu blog: http://www.casacinepoa.com.br/o-blog/jorge-furtado/quem-vigia-os-vigilantes ---

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Lembranças de vidas passadas.

O amor é como uma planta. Nasce com uma semente, cresce rápido, libera cheiros, cores, sabores e em alguns casos até frutos ele dá. Mas quando ele morre, vira um corpo negro e fétido estendido no chão, que somente o tempo fará o fedor passar. E quando esse fedor passa, e o corpo do que uma vez foi algo bonito e sadio é reincorporado pela mesma terra que o nutriu, você percebe que ainda existem raízes cravadas bem fundo nessa terra. PS.: WTF!?!?!?! O.o

domingo, 2 de maio de 2010

Overdose

Queridos!!estou no Brasil! A Lídia me intimou a vir e,admito,estava com saudades desse fim de mundo. Passamos uma agradável tarde,eu,a Lídia e a Celeste. Eu reformei um texto da minha adolescência.Procurei manter as caracteríscas originais.Afinal pra quem é querida e conhecida como eu,essas gafezinhas literárias são motivo de apreciação,análise e de futuros leilões. A Lídia fez um desenho,se exercitando para a prova de habilidades e desabafando ao mesmo tempo. E a Celeste escreveu um texto sobre um breve romance. Amanhã voltarei para minha Paris amada,mas não se desesperem,em breve venho animá-los!beijinhoos!

Estrela

O vento soprava delicadamente as folhas das árvores,o pôr-do-sol estava lindo.Entretanto,Rafael não reparava em nada disso,vagava sem rumo por uma alameda qualquer do cemitério. Desde os nove anos eram bons amigos. Com o passar do tempo,os sentimentos de ambos mudaram.Luisa preferiu o silêncio por medo de estragar a amizade.Rafael,no início,não se declarou pois sabia que a amiga iria querer namorar.Quando finalmente sentiu vontade de ter um compromisso,criou uma lista de qualidades que a sua futura namorada deveria ter. Muitos amigos o avisaram que era bastante infantil de sua parte acreditar que isso seria possível.Ninguém conseguiu convencê-lo. Durante três anos,se envolveu em muitos relacionamentos desastrados. Começou a mudar quando Luisa teve uma pneumonia muito forte e passou dias internada.O medo de perdê-la fez com que ele se analisasse. Quando ela saiu do hospital,Rafael estava determinado a se declarar. Infelizmente,apenas dois dias depois,a garota voltou a ser internada.O novo antibiótico lhe causou uma terrível alergia. Todos os médicos garantiam a seus pais que ficaria bem,mas Luisa discordava. Devido ao problema com o antibiótico,a pneumonia piorara.Assim que pôde,escreveu cartas a todos que amava. Algumas semanas depois,melhorou. Novamente diante da recuperação,o médico decidiu trocar os remédios.Novamente,ela era alérgica. Rafael estava saindo para visitá-la quando o telefone tocou. Sentiu-se vazio. Ao seu redor,pessoas se desesperavam,se abraçavam,se indignavam.Ele apenas chorava. O pai de Luisa lhe entregou um envelope,que mecanicamente guardou no bolso. Demorou um mês para abri-lo. Na carta,ela agradecia por todos os momentos maravilhosos que haviam compartilhado,por todas as vezes em que ele a apoiara.Se declarava e lamentava não ter arriscado.Também pedia que ele abandonasse a idéia da ‘garota perfeita’,já passava da hora de ser mais maduro.Por fim prometia que onde estivesse,estaria cuidando dele. Depois da leitura,saiu.Foi ao cemitério.Não lembrava aonde ela estava,naquele dia fora levado pela pequena multidão de familiares e amigos. Então vagou. Estava ficando escuro,as primeiras estrelas surgiam.Em sua mente havia arrependimento,vergonha pela infantilidade,saudade e uma vontade enorme de gritar que também a amava,que ele fora um estúpido por nunca ter falado.Começou a chorar. Gritou. Gritou para o céu,para as estrelas,para as árvores e para um grupo assustado de passantes tudo o que o sufocava. Acabou deitado no chão. Um vigia o arrastou para fora. ‘Descanse em paz,Luisa’,desejou.E voltou para casa olhando para a mais nova e mais brilhante estrela do céu. Marie Flufflin

Onde?

"Em que espelho ficou perdida minha face?"-Cecília Meireles Tenho me feito essa pergunta com frequencia e já tenho quase certeza de que vou ter que fazer uma face nova.A velha já era. Lídia

Delícia de verão

Nos conhecemos no meu barzinho preferido.Apesar de não termos,aparentemente, quase nada em comum,tínhamos alguém pra nos apresentar. E que conversa boa tivemos.Confesso,fiquei de queixo caído por você.Nunca conhecera um engravatadinho tão interessante.
Melhor ainda foi nosso segundo encontro.Meu caro,que maravilha,superou folgadamente todas as minhas expectativas. Foi ficando cada vez mais divertido. Passávamos os finais de semana juntos,nos alimentando basicamente de amor..Éramos tão piegas.Na verdade,me descobri piegas ao seu lado.Agradeço,tinha que ter consciência disso. Era tanto amor,tantas risadas,tantas conversas,tanto prazer,tanto tanto...Tão intenso.
Foi num domingo,enquanto tomávamos banho,que pela primeira vez pressenti.Iria acabar.Afinal querido,o amor de Romeu e Julieta só foi eterno porque eles morreram.
Não me leve a mal, nosso romance nasceu pra ser temporário.Foi uma chuva de verão bem bem forte.Foi intenso,foi lindo,foi produtivo. Só que somos seres completamente opostos que casualmente se encontraram no universo,não conseguimos andar assim tão juntos.
Fiquei aliviada quando nos abraçamos,tive medo que você acabasse com raiva de mim.Ambos sentíamos o mesmo,apenas nos expressávamos de maneiras diferentes.Amei.Você continuava a me encantar.Mesmo assim,segui meu caminho.
Nosso delicioso caso terminara.
Celeste Lobato