quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Nasce uma ideia

Bom, como vocês sabem, eu tenho o sonho bem consolidado dentro de mim de que um dia vou escrever e publicar um livro, daí que eu amo literatura, sou fã do Mané e me casaria com o Biti se ele me pedisse agora.

Enfim, gosto muito de um filme que se chama Crepúsculo dos Deuses, não vou falar da história do filme aqui porque todo mundo conhece o imdb, mas em determinado momento, o 'mocinho' começa a escrever um roteiro sobre uma mulher e um homem que moram no mesmo apartamento mas não se conhecem porque ele trabalha de noite e ela de dia, então eles dormem na mesma cama mas nunca se encontram. Hoje na aula de química me veio esse filme na cabeça e uma inspiração fora do comum para escrever.

Foi aí que nasceram o Diogo e a Lorena, ele professor de literatura anti social e ultra metódico, ela uma atendente de bar completamente perdida na vida. De início eles eram um conto, mas aí eles cresceram tanto na minha cabeça que eu já consigo ver os dois sentados do meu lado me mandando continuar. Vou postar aqui o que seria o "primeiro capítulo", e o resto vou ir colocando no meu blog (www.aprendizdelygia.blogspot.com), ainda está bem cru e eu provavelmente vou querer modificar n+1 vezes assim que postar aqui, mas eu estou tão orgulhosa dele que vou deixar aqui como está *-* Espero que gostem.


Um Quarto
Parte 1: Quando ele sabe que ela existe e ela sabe que ele existe, mas ninguém se conhece.
Capítulo 1 - Diogo

O despertador tocou 5 da manhã e Diogo rolou na cama por alguns segundos, levantou preguiçosamente e calçou os chinelos que estavam ao lado da cama. Tateou pelos óculos que deixara em cima da cômoda e arrastou-se até o banheiro.
Despiu-se com a lerdeza habitual e forçou-se até o chuveiro que ainda estava com a resistência queimada, alguém tinha que dar um jeito naquilo.
Foi então que viu no registro o tormento de todas as suas manhãs, o que fazia que ele acordasse mais rapidamente que qualquer despertador no mundo faria, o que o impelia para crises de raiva permeadas com impaciência quando o sol ainda nem tinha raiado direito: a calcinha pendurada. Naquele dia ela era de renda vermelha. Na cabeça de Diogo só aparecia uma palavra: Vulgar.
Enrolou-se na toalha e destrancou seu armário para escolher uma roupa, já vestido seguiu novamente para o banheiro onde fez a barba enquanto repassava a aula do dia – o arcadismo buscava a fuga para o campo, eles queriam a natureza utópica, o pastoreio, as musas, a... – distraiu-se quando seu olhar encontrou a calcinha de novo. Acabou a barba, pegou a maldita calcinha e colocou em cima da cama, apenas um lembrete, tinha certeza que eventualmente ela se envergonharia daquilo e passaria a colocar suas calcinhas no lugar adequado.
Voltou para o armário, pegou sua pasta, um guarda chuva e o trancou novamente, guardou a chave do armário no bolso e exatamente ás 5:45 estava pronto para sair de casa. Ainda precisaria passar na padaria para tomar seu café (um pão na chapa, um pingado e uma barra de cereais, caso o leitor tenha curiosidade) e pegar dois ônibus para chegar a escola onde lecionava. Trancou a porta e colocou a chave debaixo do capacho de boas vindas, já estava quase no horário dela chegar.
Ás 5:55 chegou na padaria, tomaria seu café com uma calma apressada enquanto lia o jornal do dia, precisava estar no ponto de ônibus por volta de 6:10. Pagou, agradeceu e andou até o ponto de ônibus, que ficava a exatamente 16 passos da padaria (no começo eram 25, mas Diogo otimizara seu andar nos últimos tempos), no caminho deu dinheiro para um bêbado e acenou para uma senhora que andava apressada na direção oposta.
Exatamente ás 6:13 subiu no ônibus, sentou-se no acento ao lado do cobrador e ficou olhando pela janela enquanto ouvia conversas do ônibus. Ouvir conversas no ônibus era seu maior passatempo, e ele mantinha um caderno de capa marrom na pasta em que anotava as conversas que lhe chamavam atenção, naquele dia sentia-se especialmente interessado em uma adolescente que contava para outra como iria fazer pro professor passá-la de ano – minhas alunas nunca fazem isso comigo -  pensou enquanto anotava a conversa.
                Desceu do primeiro ônibus e andou os 19 passos que o levavam até o ponto do segundo, já no ponto foi presenteado com a conversa de uma mulher com a outra sobre como a diferença que ela notara em seu xixi a havia salvado de um câncer – fabuloso – era tudo que Diogo conseguia pensar enquanto ouvia aquilo.
                Ás 7:00 chegou na escola, teria 10 minutos para tomar um café na sala dos professores e usar o banheiro antes de sua primeira aula do dia. Não gostava muito de ficar na sala dos professores, era obrigado a socializar com outras pessoas, o que não era exatamente sua coisa favorita a se fazer e, embora a maioria dos professores respeitasse sua decisão de tomar café sozinho enquanto olhava para parede, outros pareciam não se conformar com a sua solidão voluntária e gostavam de perturbá-lo com todos os assuntos chatos que as pessoas usam para iniciar uma conversa. Odiava aquilo.
                Finalmente o sinal para a primeira aula tocou. Tirou o paletó, deixou dependurado sobre uma cadeira e dirigiu-se animado até a sala, apesar de odiar os alunos, amava literatura e estava bem disposto. Seu dia estava começando.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Você tem dimensões fellinianas!

Quer saber o significa isso, meu caro companheiro de mar?


O bróg do água de banheiro é de graça lhe explica!


www.prizapozzoli.blogspot.com




Eu sei que algum dia vcs me expulsarão deste blog por propaganda inapropriada, tipo o tiozinho da natação do Pan.
=S

domingo, 16 de outubro de 2011

História de folhetim

* som de quando se está submerso * um, dois, três, quatro....
Tchuáááááá! * respiração ofegante *

Molhada, de suor, levanta de um sonho. Quarenta anos de vida; de sonhos; de experiência ou de aparência? Não sabia, e quem sabe?

[Chega de perguntas para um texto narrativo]

É fato que ela tinha uma casa (não própria), um cachorro (de rua), alguns móveis (velhos), um carro (aos pedaços), um emprego (chato) e talvez alguém que a amasse. Mas naquele dia duvidou de tudo aquilo, se tinha um objetivo para ter essas coisas o perdeu pelo caminho. Resolveu então procurar.

Já era tarde, em torno de onze horas ou duas, quando pegou sua mochila da moda e saiu para rua. Destino: objetivo. Foi para o último restaurante que entraria na vida, sentou no lugar mais improvável e chamou o garçom. Estava com muita fome.
- Oi....é, boa tarde, moço. Queria pedir comida...aahhhn...traz... * pausa consideravelmente grande para uma fala normal* opratoquevocêpediriaseestivessenomeulugar. É. É isso...traz isso pra mim...por favor.

Renato, que naquele dia tinha fumado uns antes de ir para o trabalho, demorou para assimilar aquele pedido, mas gostou da proposta (talvez por estar muito louco) e aceitou participar desse jogo. "E agora?" Que grande responsabilidade foi dada a ele sem uma prévia ou preparo. Havia anos que não comia mais em seu trabalho, tudo já não tinha gosto, tudo igual. Alguns minutos pensando entre pedidos e entregas lembrou de já ter gostado muito do escondidinho. Era isso: o prato escolhido.

Ansiosa esperava por algo que não sabia o que era. E se viesse algo muito estranho?  "Ai droga...por que que fui fazer isso? Já vou ligar pra minha mãe pra me despedir. Fato que não passarei de hoje, intoxicação alimentar na certa e das fortes..."

[Tchubicontinuédi...]

domingo, 9 de outubro de 2011

uma divagação

Não há nada de insano em acreditar na instabilidade das coisas. Eu realmente não sei direito o que vai ser do meu futuro e, de forma um pouco irônica, hoje ligo até que pouco para isso. Carreira, por exemplo... todos me dizem para me preocupar. Eu faço o que os outros estão fazendo, sinceramente. Não tenho coragem de tentar algo novo ainda. Soa muito verdadeiro, eu não consigo discordar, que "vencer na vida" do jeito que nossos pais fizeram/queriam é o único caminho lógico. É que eu sinto falta de certas coisas que vai ver ainda nem conheci, mas ainda muita coisa não se completa! O sentido da vida para mim, determinada oportunidade eu disse, são os pequenos gostos. Hoje, é como se eu sentisse um potencial em mim pedindo para que eu tomasse um rumo diferente, mais grandioso e condizente com meu destino. Talvez seja um romantismo bobo. Vai saber...

Eis um pequeno fato: o preço da liberdade é poder estar correndo pro lado contrário daonde se quer chegar. Meu problema é que nenhum caminho me cheira mais correto que o outro, uma vez que são tantas variáveis, tantos mínimos detalhes que influenciam nessa decisão. Creio que a solução, não desta ampla questão, mas da dúvida em como lidar com ela neste exato instante, está na yoga: ater-se no presente. Afinal, que adianta tentar um panorama geral ignorando dados essenciais que me passam pelos sentidos todo o tempo, inclusive o presente principalmente.

O mundo tem seu charme. É sim a vida uma interminável fonte de muitas coisas curiosas, não tem jeito. Vai ver estou é pasmo com tanta beleza, tantas peculiaridades.
Vai ver... é! Acho que é tempo livre demais.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Intraexposição

Entre prédios e arranha-céus, intra-cidade. Vila Mariana - São Paulo. Corpos passam entre ruas, ocupam espaços intramuros; fazem seus papéis. Neste contexto existe uma exposição numa pequena galeria com jovens artistas. Arte perdida em meio toda essa vida? Acho que não. Arte que observa toda essa vida.
Essas pessoas que não só fazem seus papéis, mas observam o movimentar, passar, transmutar de corpos pela cidade e dela por corpos, nos atentam para esse inter(valo de) -relações -> intra-relações -> atrelações peculiares das coisas com as pessoas.
Quando passarmos por essas ruas e avenidas depois de vermos Intra(dilatado), Intra(marginal), Intra(específico),Intra(celular) e também Intra(nsmutável), Intra(snponível), Intra(nsmissível), Intra(gável) desse espaço de tempo, de corpos e de espaços que nos modificam/ cercam, lembraremos dos observadores da Vila Mariana.