sábado, 23 de maio de 2009

Orquídea de Sangue

Observava as orquídeas com carinho, quando a porta da estufa se abriu. Era meu marido:
-Você não vem?Seus pais já chegaram.
-Estou indo. As crianças estão prontas?
-Até quando você vai chamá-los de crianças?Já são adolescentes.
-Até quando eu quiser. Vá na frente e diga que já chego - ele fechou a porta com força ao sair.Respirei fundo, em alguns instantes seria a esposa dedicada muito feliz pelos seus 25 anos de casada.
Mal entrei na sala e meu marido disparou seu clássico elogio:
-Como você está linda! - tive que abrir um sorriso, fazia parte de nosso teatro.
Os convidados foram chegando, as risadas aumentaram, os salgadinhos foram servidos. Tudo acontecia como o planejado, quando meu cônjuge começou a paquerar uma amiga na frente de todos. Sabia que ele tinha amantes e não me importava.Mas deixar claro para nossos amigos e parentes o quão falso era nosso casamento, fazia meu sangue ferver.
Felizmente, minha melhor amiga me chamou para o jardim, dizendo que precisava contar algo importante. Quando estávamos bem isoladas da festa, ela olhou nos meus olhos e disse:
-Estou noiva! - a sensação foi a de um soco no estômago.Dois segundos depois meu automático, bem treinado, abriu um sorriso, desejou felicidades e a abraçou.Depois ela começou a contar detalhes do pedido, das idéias dela pra festa.Poderia até parecer que prestava atenção, mas minha mente estava ocupada com recordações das tardes maravilhosas que passamos juntas na estufa, compartilhando nossa paixão por orquídeas, nas festas, nos jantares, nas risadas... Não conseguia acreditar, ela sempre dissera que o casamento limitava as pessoas, que estragava qualquer relação!Provavelmente depois da boda, não passaríamos tanto tempo sozinhas.
No decorrer da festa, fui tomando consciência do vazio que existia dentro de mim e que durante muitos anos, eu maquiara. Foi ficando cada vez mais difícil sorrir para as fotos. Quem era aquela mãe?Aquela esposa?Eu era totalmente diferente, eu não queria ter um marido, talvez não quisesse ter filhos.
Quando percebi, a festa tinha acabado.Meu automático tinha cuidado de tudo, como sempre. Achei que devia ir para a cama, mas quando fui apagar a luz da cozinha, vi os talheres secando no escorredor. Então me lembrei da técnica de entalhe que minha amiga tinha me ensinado, era relaxante.Decidi entalhar uma flor na mesa da estufa, peguei uma faca.
Já estava no meio do quintal quando ouvi a porta da cozinha se abrir. Congelei. Sabia que era ele:
-Vai chorar pelo casamento da sua amiga? – não me virei, ele se aproximou e sussurrando, continuou-Que pena!Ela ama o noivo, não você... - “Estou noiva!”,lágrimas escorreram pelo meu rosto-Nem ela te quer... - lembrei das cartas apaixonadas que escrevera para ela,há muitos anos- Você se tornou amarga - pais tradicionais, namorado obcecado - Você nunca tentou me amar - chantagem-Só não peço o divórcio por causa do status - medo, casamento, frustração-Mas eu te odeio!
-Eu também.- respondi com voz trêmula.
-Começou a perder a covardia?- me virei para encará-lo, sentia um profundo ódio-Você sempre foi covar... - com um movimento rápido, cravei a faca em sua barriga, ele tentou me bater, mas eu estava muito forte, tapei sua boca e o derrubei no chão. Eu estava completamente cega pelo ódio, não me importava se ele estava sentindo dor, se seu sangue estava espirando em mim, nem se meus filhos estavam ouvindo.
Não me lembro de quando parei , quando voltei a mim estava sentada em cima dele,coberta de sangue. Eu o golpeei dezoito vezes. Inconscientemente, entalhei uma orquídea em seu peito.
Deitei-me ao seu lado, estava em paz.
Acordei com os primeiros raios do sol e, por um instante ousei pensar em um recomeço. Olhei para o corpo de meu marido. Que belo recomeço de vida, eu seria presa, meus filhos e minha querida amiga me odiariam, sentiriam vergonha pela minha covardia.
A minha vida era um fracasso. Não tivera coragem quando deveria e assassinara meu marido. Só me restava uma saída. Corri para meu quarto e peguei um lençol. Escrevi uma carta para meus filhos. Deitei-me novamente ao lado dele e nos cobri. Em pouco tempo, o sangue que saía de meus pulsos manchou o lençol. Era a última vez que nos deitávamos lado a lado.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Desconstruindo o cotidiano.

Quantidade maior ou menor de pessoas indeterminadas! Conto-lhes um sonho meu. O ruim é que selecionei um que não revele o que reprimi e que agora está em meu inconsciente. OK!? Não achei algo transcrito após meu despertar forçoso ( esta palavra me lembra o Professor Moraes de biologia, quando nos dizia que algumas plantas são coloridas,ou seja, VISTOSAS...forçosas é bem parecida foneticamente). ^^ Estou vos enrolando. Uhumm. Beeem.... AH! Vou escrever-lhes as cirscunstâncias da prosa que tive hoje, sexta, com meu colega de faculdade. Ele se chama Rubens, é casado e tem 3 filhas e um cachorro que se chama...não lembro.=P Tudo começou quando ao me dirigir pro metrô percebi que teria muuuito tempo livre antes do almoço...então me veio uma vontade de ir a algum sebo. Sei que Rubens tem como programa cotidiano ir aos sebos na sextas- feiras. Procurei-o e ele concordou em irmos juntos. _______________TO BE CONTINUED________________ JÁ QUE ESTAMOS COM FALTA DE LEITORES E NOSSAS PRODUÇÕES ESTÃO EXCESSIVAMENTE EM EXCESSO, CONTINUO NO BLOG Em idéias! Para continuar a ler este...humm...texto clique no link abaixo: http://www.prizapozzoli.blogspot.com/

Fala sério...ótima jogada de marketing! ;)

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Maria Amélia poderia ser o nome dela.É um nome bonito.

Foi ontem mas vale por hoje, vale enquanto estiver na memória. Uma moça aos seus 33, 34, 35 ou talvez 36 anos. Extremamente cansada, olha, não só olha, observa as pessoas ao seu redor, tomando pra si a essência que emana de cada um ali. Em seu tour de sucção essencial encontra o meu olhar, não desvia,pelo contrário, busca entrar na mente. Não desvia, como todos fazem com medo de assim revelarem seu mais íntimo ser, e ainda por cima toma a minha função de tentar entrar nas mentes das pessoas... que absurdo! Desvio o olhar. Auto-decepção, devia ter mantido, não é sempre que encontramos amigos. Ela, mantem o brilho especial no olhar que contrasta com a fisionomia e está para ir embora. Pego o caderno, dá tempo, dá tempo, vai dessa vez não irá se arrepender de não ter feito. Um bilhete, colocar na bolsa? Dar pessoalmente? ou colocá-lo no capuz da blusa? Ela está ainda lá, aora, na minha frente, é a oportunidade certa. "Apesar de tudo. Ainda há um um brilho no olhar." Este é o bilhete que nunca escrevi, algumas palavras, até mesmo a frase inteira pode ter se alterado no caminho... Mais um dia, cansado, lento e vivido. Mais uma vez uma vida passageira perdida. Lala lalala la la lalala la lala lalaala lá. Falta algo. Na hora certa será lembrado.

sábado, 16 de maio de 2009

Fuga fuga fuga.

Artista não, artista não mesmo. Nem o idealizado nem o real. Todos são meio forçados (pausa), esteriotipados. eahueahueahueahua (pausa) haha. Franz Weissmann, um dia decoro esse nome. Mas vamos pra outro artista. Kurt Schwitters,esse quase decorei. Esse é o cara da MERZ. Lindo demais. A desconstrução já foi toda desconstruida e teorizada? O que nos resta? Chega de arte, isso mata. Mas isso também é toda vida. Pois então entramos num dilema cuja a problemática...eahueauheauhaeeauaehuaeuh Arte e vida, Marlene. Precisamos de outra guerra ou já estamos em uma? CLICK tá tudo voltando CLICK tá voltando CLICK TÁ TUDO VOLTANDO e nada é por acaso. Dúvidas e certezas nem tão cetas e nem tão reais ao ar.

Com creta-ti-ismo.

Ééé...devia estar pesquisando isso. É bem interressante o concretismo. Mas rapidão, escreverei brisas de trabalho. SABE O TENHO QUE FAZER PARA FAZER? FAZER. FORMA TO FOR MORFATO MATO MORFA TO FARTO MORTO FATO FORMATO. Pronto. Pesquisarei em paz. =D

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Sequestro de blog? Talvez....

Dia nublado. Tempo. Não tenho todo esse tempo do mundo (haha! homenagem à Berenice), porém, de alguma forma meu corpo acha que sim. Ando e converso automaticamente. Durmo à tarde toda. E claro me sinto mal, pois não podemos deixar de produzir. Muitas idéias, nenhuma realizada. Não é novidade. Idéias que não são passadas a diante não existem (segundo professor de filosofia), logo, não existo. haha =D Falando tudo isso parece que estou muito depressiva e blablabla. Mas gente eu to bem! eu to bem! Muito bem, mesmo. Causo do metro rejeitado: Sé 7:00, lotado é pouco. Arranja-se um cantinho bem, mas bem pequeno pra ficar. Próxima estação, Paraíso ( muita sacanagem do metro colocarem esse nome.). Mulher quer descer, como está na porta, desce também para dar passagem. Um casal de japoneses velhinho ficam felizes. "Olha! Tem um espacinho ali". Entram felizes. Fico pra fora. No vagão todos riem. Metro fecha as portas e vai. Vento no rosto. Respiração. Já já chega outro. Alegria por dentro. " Pelo menos tenho algo pra contar quando chegar em casa" Pronto, algo mais feliz. Descarregada a vontade de escrever.