quinta-feira, 21 de maio de 2009

Maria Amélia poderia ser o nome dela.É um nome bonito.

Foi ontem mas vale por hoje, vale enquanto estiver na memória. Uma moça aos seus 33, 34, 35 ou talvez 36 anos. Extremamente cansada, olha, não só olha, observa as pessoas ao seu redor, tomando pra si a essência que emana de cada um ali. Em seu tour de sucção essencial encontra o meu olhar, não desvia,pelo contrário, busca entrar na mente. Não desvia, como todos fazem com medo de assim revelarem seu mais íntimo ser, e ainda por cima toma a minha função de tentar entrar nas mentes das pessoas... que absurdo! Desvio o olhar. Auto-decepção, devia ter mantido, não é sempre que encontramos amigos. Ela, mantem o brilho especial no olhar que contrasta com a fisionomia e está para ir embora. Pego o caderno, dá tempo, dá tempo, vai dessa vez não irá se arrepender de não ter feito. Um bilhete, colocar na bolsa? Dar pessoalmente? ou colocá-lo no capuz da blusa? Ela está ainda lá, aora, na minha frente, é a oportunidade certa. "Apesar de tudo. Ainda há um um brilho no olhar." Este é o bilhete que nunca escrevi, algumas palavras, até mesmo a frase inteira pode ter se alterado no caminho... Mais um dia, cansado, lento e vivido. Mais uma vez uma vida passageira perdida. Lala lalala la la lalala la lala lalaala lá. Falta algo. Na hora certa será lembrado.

4 comentários:

Purple-Headed Tang Chasa disse...

Momentos que parecem filmes ... ou quase.

Priscila Pozzoli disse...

adore sua descrição do olhar...e realmente, desviamos o olhar com medo de não sei o quê...de passar intenções,de passar idéias que não são as de verdade...

Imaginei a cena na Barra Funda.

nadamuitoriginal disse...

Mas era na Barra Funda mesmo. ^^

Anônimo disse...

Sustentar olhares é superestimoso. Gosto disso. Parece se come a pessoa com o olhar, que tira dela alguma coisa que ela não fala. Isso é lindo.

Amei o texto.