sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Um aninho!



Ele chegou assim. E me ganhou no ato.

Eu não sei direito quando o John nasceu, gato de ong é assim, eles vem só com uma história triste e uma idade aproximada. A história dele é igual a de um monte de outros gatinhos por aí, a gata de alguém teve gatinhos, a pessoa não quis e jogou fora, encontraram ele e a irmã dentro de um saco, resgataram e colocaram no site, prontos pra adoção.

Só quem viveu comigo o final de 2012 e começo de 2013 sabe como eu estava emocionalmente devastada. Entre uma auto estima que eu começava a reconstruir e todas as mudanças que me via obrigada a enfrentar, mudei de apartamento e decidi adotar um gato. O dono do meu apartamento cuidava de uma ong. O John estava lá.

Era dia 28 de fevereiro, um dia depois do meu aniversário e nós fomos assinar meu contrato (já levando a caixinha de transporte, o dono do apê tinha muitos gatos prontos pra adoção e iria me confiar um), enquanto meu pai cuidava da coisa chata, eu me sentei no chão e comecei a brincar com os gatinhos, entre um e outro que se aproximavam, o John veio com sua delicadeza característica (sempre) e subiu no meu ombro, coloquei ele no chão e levantei pra ver outros gatos um pouco depois ele, insistente (sempre), escalou minha calça (deus abençoe que eu estava de jeans nesse dia), minha camiseta e voltou pro meu ombro de onde, como vocês já devem saber, eu não deixei que saísse nunca mais.

Pouca gente entende eu achar tão importante o primeiro ano de um animal. Pouca gente também seria capaz de entender o relacionamento que eu desenvolvi com o John. Menos pessoas ainda entenderiam a gratidão que eu tenho para com ele. Os primeiros três meses dele foram no meu colo, os primeiros três meses dele foram me fazendo levantar, os primeiros três meses que ele passou em casa, foram dele me ensinando que eu podia ser de novo, que eu estava pronta. Foi uma ligação tão intensa que se formou, que eu não imagino mais minha vida em São Paulo sem o John por perto.


Esse mês (ou começo do mês que vem, não dá pra saber ao certo) meu neném faz um aninho. Eu não vou comprar mais a ração de bebê e logo (espero que não tão logo assim), ele vai deixar de ser demoninho pra ser um gato gordo e dorminhoco, mas o amor que nós temos... Ah, o amor que nós temos... Esse dura muitos aniversários ainda. :)

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Carta ao Leitor

Leitor,
Eu quero dizer que entre outras, que algo está acontecendo o tempo todo no mundo e uma pessoa comum, como eu, escreve um texto para esclarecer o subconsciente coletivo das pessoas, que por mais negócio ilícitos entre a India e o Casaquistão, continuamos fora da zona de influência do Euro.
Bom, a minha vida tem estado entre a cruz e a espada, e as vezes, monótona e chata. Eu divido bem o meu tempo entre ser um ser aparentemente normal, o que é extremamente desgastante, o que só pode ser bem realizado, a base de morfina e outros opióides endógenos, e estar despertando para uma realidade maior, que é a minha própria vida, que após um longo período de coma profundo, me parece que resolveu abrir os olhos lentamente. Eu disse lentamente, não corra gritar para as paredes, que eu despertei e estou andando com as próprias pernas. Eu sei que você me ama desesperadamente e quer as coisas rápidas, mas a vida não é assim.
O sol me parece voltou a brilhar como brilhava, começo a gostar de ser o que eu era e tinha me esquecido de habitualmente ser. As profundas convicções inconscientes de que eu necessitava desesperadamente me punir a todo custo, aos poucos estão mais brandas. Estou na UTI, não se esqueça. Mas me recordo dos bons tempos vividos, não como um passado que não voltará, mas como algo vivo e forte, que o tempo não será capaz de apagar.
Guardo por ti um imenso carinho,

Yo

sábado, 3 de agosto de 2013

Let go

Deixar partir.É tão fácil falar,é tão bonito pensar no desapego.Agora desapegar de pessoas,ideias,planos,sonhos..é bem mais fácil na teoria.
Por que é tão difícil?Por que parece errado deixar velhos objetivos?Sinto que é como se estivesse traindo alguma coisa,como se estivesse fazendo algo muito errado.E não sei como construir coisas novas,parece que não posso,pois já havia planejado algo anterior,que nem cumpri.
Confusão.Angustia.
Aliás,como viver com um sentimento tão forte?Ver tantos problemas ignorados,tratados como coisinhas banais.Mas são problemas,vamos resolvê-lo?NÃO.
PORQUE NÃO.FIQUE QUIETA.AS COISAS SÃO ASSIM.ELAS SEMPRE FORAM ASSIM.
Agressão.
Não quero aceitar as coisas,não quero ficar quieta.
Não sei o que fazer.
Sei um pouco,na verdade.Tenho vontade de fazer,mas o bom senso (ou seria medo/vergonha?) me impede.
Alguém mais já sentiu vontade de rasgar o peito?Pra tudo o que está sufocando explodir.Vazar.
Vazar.
Vontade de ser bem radial.Cuspir palavras.
Vontade de ligar e berrar.
BERRAR.FAZER UM ESCÂNDALO.TODOS TÊM QUE SABER.Eles vão julgar.Vão culpar.Tenho medo.
Como vão reagir?
Como explicar?
O que ele vai fazer?

Tenho medo.
Mas tenho mais medo de deixar passar.
Não posso deixar passar.
Busco apoio,preciso de força.E é isso que espero.Um telefonema.
Ansiedade.

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Dia dos Namorados

Saí do trabalho hoje e precisei passar no mercado. Quando estava quase entrando, meu cadarço desamarrou. Abaixei para amarrar e comecei a prestar atenção na conversa de um casal que estava do meu lado.

Ele, transtornado, tentava lidar com o término aparentemente imposto por ela. Eu conhecia aquela conversa.
Desamarrei meus cadarços e comecei a amarrar de novo, só pra poder ouvir mais. Era igual, o mesmo roteiro, os mesmos pedidos, as promessas.

Mudei o pé só para ouvir a pior parte, ele disse: "tá, então me olha nos olhos e diz que não me ama mais.". Se eu tivesse como voltar no tempo, eu puxaria o motoqueiro pelo braço e levaria ele comigo até novembro do ano passado, só pra ele me ver fazendo o mesmo pedido e saber qual era o final, minha vontade era entrar pulando naquela cena, me fazer de nova namorada do motoqueiro e ajudar ele a sair daquela conversa de dignidade, sei lá, tudo, menos deixar aquilo acontecer.
Ela falou. Virou as costas. Saiu andando.
Eu me levantei, mas olhei pro motoqueiro. Ele olhava pras costas dela, fungou algumas vezes, colocou o capacete e foi embora também.

Ainda desiludida e inundada por essas lembranças de como acaba o amor entrei no supermercado.
Bem na entrada, sou recepcionada por um expositório cheio de chocolates importados e caixas de bombons, dois seguranças conversavam sobre o dia dos namorados e chocolates. Peguei um chocolate pra mim, olhei para os seguranças e disse: "o que os publicitários não sabem, é que as vendas de chocolate aumentam tanto nessa data, graças às pessoas que não tem um namorado.". Pra completar a pose de mal amada, ainda tinha entrado lá só pra comprar ração pro John (nada diz mais "você é solteira" do que sair de um mercado com 7 latas de whiskas...).

Ao passar no caixa, a moça me avisa que meu chocolate já está pago, pergunto por quem, ela aponta o segurança com a cabeça.
Pago a ração do gato e vou agradecer ao segurança pela gentileza, ele me deseja boa noite e fala: "Você é uma moça bonita demais pra ter qualquer namorado".

Porque mesmo quando você acha que não tem mais jeito pro amor, ele dá um tapa na sua nuca e fala:
"Eu estou em todo lugar."

Feliz dia dos namorados adiantado tartaruguinhas :)

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Texto maluco de declaração de saudade

Na vibe de ensaios pra uma escrita, de textos malucos para esvaziar o silêncio desse blog, venho aqui dizer que estamos em sintonia de alma e olhar.

Também quero dizer que quando volto pra Marília, tudo volta junto. =)

Beijins

domingo, 12 de maio de 2013

Texto maluco de quem ainda não dormiu

Eu queria poder e abraçar o mundo com os dois braços e acalentar tudo isso que incomoda.
Eu queria conseguir falar sempre as coisas certas pra fazer com que as pessoas que eu me importo não estivessem tristes.
Eu queria ser capaz de colocar no meu bolso todo mundo que eu não quero que se machuque e carregar por aí.
Eu queria que da minha boca saísse aquilo que eu estou sentindo e não aquelas coisas que eu me programo pra dizer.
Eu queria fazer um cafuné agora até você dormir e te falar que tanto faz como vai ser amanhã, me abraça e deixa ser hoje.
Eu queria ter um teletransporte, um carro, um avião, uma aeronave, um trem, um barco, um iate, um patins, um patinete, uma bicicleta... Qualquer coisa que pudesse me levar pra onde eu preciso estar, qualquer coisa que me permitisse fazer mais do que isso.
Eu queria que o mundo não fosse tão grande, eu queria poder percorrer ele a pé.
Eu queria conseguir entender essa angústia, essa coisa que me puxa, me chama, me deixa ver o tempo passar torcendo pras coisas ficarem melhores.
Eu queria ser mais do que eu sou, ou entender o que eu sou, eu queria...
Eu queria ir até o fim pra ver onde chegar, eu queria ter a certeza que eu não tenho, eu queria tanta coisa.
Mas agora, nesse instante, enquanto eu digito um monte de coisas que não sei se fazem sentido e olho pra fora e vejo o sol nascer, eu só quero estar ali vendo o sol nascer do mesmo lugar que você. 

quinta-feira, 28 de março de 2013

Como sempre,um texto maluco.

Eu deveria estar dormindo.
Eu deveria estar com os dentes escovados,de banho tomado e dormindo.
Por que não estou?
Alguma coisa não me deixa.Essa coisa não tem me deixado viver nos últimos tempos,não muito,talvez um mês.
E estou consciente disso,sabia que aconteceria,escolhi passar por isso.Em todos os momentos anteriores de estranhamento,repeti pra mim mesma que era assim mesmo,que tinha que ser.Era necessário.
Pra quê?Crescer?Sair da zona de conforto?
Acho que sim.Não me arrependo,foi um mês de desafio aos meus medos.Olhei pra todos eles e disse: POSSO.Fiz,realizei.
Mas agora,já começo a me cansar.Não quero voltar pro conforto antigo,mas preciso de uma parada.Ou algo assim.
É uma questão física.Como mal,durmo mal,minha pele é o maior indicativo do estresse.Me sinto dispersa,meio que fazendo tudo correndo,percebendo as coisas na última hora.
Tem mais uma coisa.Algo que não tinha previsto.Ou será que tinha?
Ele.Ele que apareceu na minha vida de um jeito discreto e de repente se jogou na minha frente  e nunca mais esqueci dele.
Passou a estar em meus sonhos e eles se realizaram.Há um mês temos alguma coisa.Preciso dizer a ele,dizer que gosto dele.Sinceramente gosto.Mas não tenho energia pra construir algo mais.
Então penso que ele talvez não queira também e portanto não preciso tocar nesse assunto que nem sei como começar.
Você tem que falar.
Mas agora,você tem que dormir.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013