sábado, 23 de dezembro de 2023

Acordo para mais um dia útil qualquer que só se difere do fim de semana por eu ter de me manter sóbria entre nove da manhã e oito da noite. Abro o site X, que se chamava Twitter antes de ser comprado por um bilionário divorciado em crise, e rolo a timeline, "folheando" notícias do mundo todo, numa curadoria cuidadosa por mim e o tal algoritmo.

Passam pelos meus olhos notícias atrozes que denunciam crueldades em tempo real: uma vítima de abuso humilhada pelo advogado do abusador, mais uma criança morta numa ação desastrosa e truculenta da PM, bombardeios destroem bairros inteiros, somando números de vidas humanas ceifadas e desamparadas... Horror, né?

Fecho o site e encosto o celular longe de mim, porque isso não é o que eu quero lembrar. Vou viver o que há pra ser vivido no mundo real: uma rotina atordoante de trabalho e estudo, que não pode parar, pois é a esperança de trabalhos menos mal remunerados, algum futuro em que possa confraternizar com meus amigos sem medo de comprometer a quantia reservada aos boletos, como anos atrás, quando a gente ainda não entendia quase nada da vida. Éramos mais inocentes e acho que por isso as memórias tem um gosto especial...



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minha redação nota 6 no vestibular da UFSC :P