"Há apenas dor e torpor..."
Por toda parte, ele as via. Olhava para cada uma e pensava se não seria ela. Mas nunca a sorte sorria para ele. Tentou fugir da realidade em revistas que as mostravam como tinham vindo ao mundo, mas isto só lhe trazia de volta à lembrança de que ele não as tinha.
Não precisava ter todas. Uma só já bastava, desde que fosse gente boa.
"O que me falta? Do que preciso? Quanto tempo mais devo esperar?". Sua sensação era como se não houvesse mais alegria no mundo para ser sentida. E mesmo os textos que escrevia... de nada adiantavam. Escrevia-os apenas para chamar a atenção. Talvez a atenção de uma delas...
Não. Precisava conhecer novos ares, gente nova. A Esperança é a última que morre. Humpf! Frase ridícula, no contexto. Se bem que, quando se está num mar de tristezas, a única coisa que se vê são lágrimas. O afogamento nas tormentas da depressão só permite que se veja o seu sofrimento refletido nele. Um sofrimento que espanta a Esperança e não permite que ela volte. Pois quando a tristeza ganha alguém, ela vence as batalhas afastando do deprimido suas armas de defesa.
Precisava agir rápido, antes que caísse mais fundo na depressão.
Mas de que adianta, se não terei o que quero?
Como sei que não terei?
Terei?...
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