quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Estranho

É engraçado, você convive com pessoas por anos, constrói vínculos, conta segredos, compartilha medos... Aí um dia você sai com essa pessoa e ela já não é mais a mesma pessoa. Ou você não é mais a mesma pessoa, fica difícil saber.

Nunca me encaixei em um grupo específico, a maior parte das vezes, eu andava com quem parecia me ‘aceitar’ mais e só, hoje acho que muitas vezes fui inconveniente com as pessoas, admito que tenho um déficit de semancol social e peço desculpas a qualquer um daqui com quem eu tenha sido mais carente, ou feito uma brincadeira idiota, ou tenha grudado em um momento que não podia e a lista vai longe, mas não é aí que eu quero chegar.

Hoje eu saí com pessoas que foram meus amigos ao longo de todo o terceiro, pessoas com quem continuei a conversar mesmo na faculdade, na pós faculdade, no cursinho, nas dúvidas, ansiedades e merdas que me aconteceram em 2010.

2011 eu resolvi mudar um pouco, não porque eu não gostasse ou não fosse fiel a quem eu era, mas sim porque eu sentia que quem eu estava sendo, não era quem eu sou de verdade (deu pra entender?), eu não conseguia olhar no espelho e encontrar quem eu procurava. Eu comecei a estudar de verdade (não quanto deveria, mas o suficiente), corri atrás da pessoa que me fez acreditar pela primeira vez que eu sou maior do que eu imaginava (ele escreveu um bilhete dia 07/05/2011 dizendo ‘é tempo de ser grande’ pra mim, e é impressionante o quanto isso fez parte de todas as coisas que eu pensava em fazer ao longo do ano), engordei e pela primeira vez em muuuito tempo parei de me comparar com todas as minhas outras amigas e me aceitar assim (sem doces e sem bacon nunca mas, tô gordinha mas não tô com vontade) e escolhi um curso universitário que atenda minhas habilidades e não mais as minhas expectativas surreais. Algumas pessoas falam que eu cresci, eu não sei na verdade o que aconteceu, eu só sei que eu me dediquei a fazer o que precisava fazer, e estou bem assim.

O negócio é que hoje eu saí com os meus amigos, mas eu não me senti em casa. Tá, quando eu conversava com a Lidinha e o Fernando eu me sentia mais a vontade, mas a maior parte do tempo, eu só queria ir para algum lugar onde eu sentisse que podia respirar. Aí eu vim desabafar aqui, porque eu nunca voltei para casa depois de uma saída com amigos me sentindo tão... Deslocada.

E é estranho, porque de repente, depois de hoje, eu sinto como se eu não tivesse mais a quem recorrer. É esquisito isso, porque ano passado, quando minha vida estava uma grande bosta, eu tinha amigos, hoje, se a minha vida virar uma grande bosta de novo, eu não sei o que eu tenho. Talvez seja só o stress do vestibular, das madrugadas e da infecção diabólica tomando conta de mim, mas eu li o texto do Chu e me senti mal.
(não, esse não é um texto bêbado, eu diria mais que é um texto preocupado ;P)

7 comentários:

Chala disse...

Ari, tava rolando uma "molequice" ontem.. fica fria! =]
acho que vai ver vc anda convivendo pouco com esse jeito de papo, meio doido, exagerado... esperava algo diferente e se decepcionou, num é?
sabe que eu tenho o costume de me "flexibilizar" pouco a ambientes diferentes: dou umas travadas e justamente me sinto deslocado - só perguntar pra Bi rsrs - isso mesmo com pessoas conhecidas e amigos de tempo, amigos ótimos e tudo mais... mas eles continuam bons amigos e depois nos vemos e conversamos de outro jeito etc... é só uma suposiçaozinha que pensei, lógico, mas vai ver é algo parecido com o que vc sente. =]

Chala disse...

e lendo seu texto só consegui pensar numa coisa: nem agradeci pelos cupcakes que vc levou lá pra todos!

desculpe :\ e brigado!

Ariadne disse...

ah é... o texto q vc postou logo lá em baixo me lembrou Caio F Abreu ^^

e sim, você definiu como eu me senti... acho q até por esperar menos gente do q apareceu eu fiquei meio Oo, sei lá

Kryan Simmons disse...

Ari, não sei se esse é o melhor conselho pra alguém te dar agora, mas tente relativizar mais as coisas. Às vezes nós criamos grandes dramas pra nós mesmos, nos colocamos em crise devido à nossa própria imaginação. Não estou querendo diminuir o sentimento do seu texto, que é válido, só estou dizendo que os nossos problemas são do tamanho que vemos eles.

Lidia disse...

Acho que também não esperava tanta gente,acho que queria que fôssemos só nós(Chu,Kah,Chala,Ari,Lídia,Fernando e Glauco).
Teve um momento,no Habib's,em que pensei que não fazia sentido ir para o Trapa's (parte do pessoal tinha ido pra lá),porque mal conhecia as pessoas,não era minha turma..
Porque as pessoas da minha turma agora têm outras turmas e convidam seus novos amigos pra sair comigo.E isso não é uma ficadica,não quero ser egoísta e exigir que seja pra sempre só a nossa turma,acho que mesmo que saíssemos sozinhos,poderia acontecer de depois de um tempo acontecer esse estranhamento.É o tempo.O que não significa que deixemos de gostar uns dos outros,é só que a convivência deixa de ser boa como antes.
eu ACHO.
Também acho que preciso entrar na faculdade e ter uma turma que vá ficar junta por quatro anos,porque a maior desvantagem de fazer cursinho é que todo ano é uma turma diferente,uma escola diferente..
Apesar de termos passado pouco menos de um ano juntas,Ari,foi muito bom compartilhar 2011 com você.Não sei pra onde iremos ano que vem e por quanto tempo nos sentiremos a vontade pra dividir AQUELAS nossas observações (inclui família,amigos,vida,bijuterias.. rsrsrsrrs),mas saiba que vou lembrar pra sempre!Amo você,bebê!
e amo todos vocês,queridos amigos tartaruguenses!

Cauê Chu'bS disse...

e eu me arrisco a completar que é esse sentimento de GROVE que às vezes dá uma sumida
essa coisa de família, mas assim
não é que deixamos de ser uma família, é que a família cresceu. e tomou proporções grandes e pá
eu me sinto assim, mas parto do princípio que muita coisa que sentimos vem da nossa cabeça então se eu estou deslocado num lugar, eu procuro me enturmar "a força"
normalmente dá certo, mas claro que já deu errado...
diria numa loucura que suas incertezas estão dentro da sua aceitação de si mesma. de repente vc PODE ter passado a tomar atitudes que te "impedem" de alguns escapismos mto loucos que funcionam (talvez)
num momento de loucura e incerteza meu, eu bebi pra caralho na rua pra ficar um pouco alheio do mundo =T subi no telhado de uma igreja e fui embora, efetivamente eu não fiz porra nenhuma, mas aquele momento foi essencial pra eu ficar bem =]
eu arrisco dizer que vc precisa é encher a cara mto loucamente u.u

Ariadne disse...

nossa chu, vc deveria desistir de imagem e som e ir pra psicologia *0* -not-

não preciso encher a cara loucamente ^^ fiz isso no interunesp e a única coisa q eu consegui foi barro em locais que até hoje eu não entendo como o barro chegou lá...