terça-feira, 1 de fevereiro de 2022

vcs têm tido a impressão...

 ...de que as coisas tão tudo errado, aí vem uma nostalgia absurda, só que quando paramos pra pensar nesse passado meio romantizado, percebemos que tinha tanto ou mais angústia e impressão de incompletude do que agora?

tem em mim uma saudade absurda de um passado meio indeterminado no qual eu era supostamente mais feliz, só que não era de fato, mas a mesma saudade grita com força, como se antes eu tivesse passeando contente num campo idílico lindão e hj tivesse, não o inferno, mas um purgatório bem mais ou menos

já assistiram a the good place? eu adoro essa série

nela tem um "lugar médio" que é o lugar das pessoas nem mto boas, nem mto ruins (depois que morrem); me sinto meio que nesse lugar.

acho que a dificuldade é em me conectar; eu amo os amigos que tenho hj (beijo, chu), mas não compartilho minha vida com eles (ou será que compartilho e só to brisando feito um tonto?), e, se de fato não compartilho, nem sei como se faz isso nessa fase da vida. antes era simples, né? sei lá, nem era simples na vdd. eu digo que era por conta dessa nostalgia infundada.

enfim, foi bom desabafar aqui: mesmo que ninguém leia, guardo com mto carinho esse lugarzinho virtual

espero de coração que estejam super bem! 💓



3 comentários:

Lídia disse...

[abraço virtual]
Oi Chala!
As vezes me pego pensando "em como a vida deveria ser épica mas não é". Parece que tenho uma crença de que a vida tinha que ser cheia de feitos heroicos, fogos de artifício, aplausos e grandes conquistas. Não consegui delimitar isso melhor ainda, é uma sensação vaga e incômoda de que deveria ter feito/sido mais. Pode ser só algo individual, um tipo de autossabotagem, mas acabei lembrando dela quando você fez a comparação com The Good Place (não assisti mas já tinha ouvido falar).
Estar na média parece pouco, né? A média não parece suficiente porque sempre vai faltar um item importante ou a realidade não vai ser brilhante como a fantasia.

Essa resposta vai ficar gigante, vou continuar em uma postagem.
De qualquer forma, fica o meu abraço e o desejo de que você consiga apreciar mais o presente <3

Cauê Chu'bS disse...

o universo e a humanidade são imensos demais pra que a gente possa apreender só com o nosso olhar. de alguma maneira, me sentir minúsculo me colocou mais intensamente em contato com a realidade. gosto de ser irrelevante pq significa que as calamidades que a humanidade enfrenta não são minha culpa, então eu posso curtir o espetáculo do fim do mundo como conhecemos junto com o meu cinismo.

o fato de eu ser minúsculo não diminui as relações que construo e acredito que elas é que vão me fazer sentir bem de existir dividindo essa realidade com pessoas interessantes e que me motivam a ser melhor. E mesmo sendo minúsculo, há uma infinidade de seres infinitamente menores, capazes de coisas incríveis, com muito menos recursos biológicos do que os que eu posso me munir pra existir enquanto macaco de smartphone

"the past is far behind us, the future doesnt exist". o que sobra é hoje, o agora. e no agora, eu sou só um corpo digerindo o almoço, respirando, com coração batendo firme pra se encarregar de levar oxigênio e nutrientes a cada célula que trabalha árdua, incansável e ignorante das minhas preocupações.

Deus está em seu paraíso (Minha mente, habitando meu corpo...), está tudo bem com o mundo (... está onde deve estar pra que eu possa dar o meu melhor).

Ariadne disse...

Acho que sou uma pessoa ruim.
Pq eu não sinto nostalgia com o passado.
Na verdade, eu sinto um alívio absurdo por ter saído dele.
Às vezes eu brinco com o meu marido se, sabendo o que sabemos hoje, gostaríamos de voltar a ser os nossos eus de 15 anos. E não, eu não gostaria.
Eu não sinto nostalgia. Sinto angústia e medo, lembro de uma pessoa que não sabia quem era, o que queria, como ser quem era... Acho que foi a fase que eu menos gostei de ser quem eu sou. De verdade, eu tenho 30 anos e ainda tenho pesadelos com o interação. Essas coisas marcam hahahahah.

Mas numa coisa vc está certo: as amizades da vida adulta, não são nem um pouco iguais às da adolescência, minha entrega e dedicação não é nem um pouco parecida mesmo