Ela andava por aí com a cabeça baixa desde o término da relação, evitava as ruas pelas quais sabia que ele poderia passar, mudou o restaurante em que geralmente almoçava e parou de ir ao cinema, mudou de amigos, pois eles eram os mesmos que os dele, tentou mudar de casa mas não conseguiu, mudou apenas a fechadura.
O encontro era inevitável, ela sabia, mas era esperta, já tinha ensaiado uma história sobre os homens que ela tinha conquistado e sobre como a vida estava boa após o fim da relação, o único que sabia disso era o espelho, assim como o único que sabia de suas lágrimas era o travesseiro.
Um dia estava andando pela rua, com a cabeça e a auto estima baixas como sempre, tropeçou e foi obrigada a olhar para frente, viu ele vindo na sua direção. Ele estava lindo, cabeça alta, olhos brilhantes, andar confiante. Ela tentou parecer melhor, ergueu a cabeça e fez a melhor cara que podia, ficou esperando ele cumprimentá – la, mas ele passou. Ele simplesmente passou.
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