segunda-feira, 31 de agosto de 2009
Ensaio sobre a Rotina
sábado, 29 de agosto de 2009
2 Recomendação
terça-feira, 25 de agosto de 2009
- Sonho atropelado era comido pelas pombas urbanas -
domingo, 23 de agosto de 2009
D. Maria
sábado, 22 de agosto de 2009
recomendando mais um (ou dois, talvez mais)
sexta-feira, 21 de agosto de 2009
1 Recomendação
Fragmentos
-Quero
Mão no azul, reflexo azul da cortina
Tentei limpar o chão, a sujeira espirrou na parede, não limpei.
Meu pescoço está doendo.
O que acontece? Por quê?
-Você quer bolacha?
-É, me dá logo!
Gosto estranho, mas bom.
Por quê?
Não deu certo, tem que ser natural.
Pára!Você pirou hoje.
Não, só estou fluindo.
Credo. Não flui mais.
-Vamos conversar?
-Aula 47
-Não!Falta sete!
-Falta nada.
Você pirou,a húngara também acha.
Fica quieta.
Por quê? O palhaço?
É, achei nojento.
Eu também. Isso é bom.
Isso o que?O que você fez?!
Nada.
Desisto.
Ah, vai desenhar.
Não, só consigo rabiscar.Traços, desejos de perspectiva.
Será que eu consigo?
Meu futuro!Estuda agora!
PREGUIÇA!Droga!
Vai, senta, você precisa.
Vai,muda,cresce.
NÃO!Fique aí, não vou.
Olha a luz!O vapor é tão legal.
Queria morar nessa casa.
Eu quero uma câmera.
Eu quero a vida.
Não, você não quer nada.
Caneta rosa.
Barulhos de régua.
Risos.
Gosto estranho.
Olha o reflexo!
Conversas.
Bocejos.
Saudades.
Lembranças.
Murmurinhos.
Você está estranha.
Não entendi.
Nem eu.
Distração.
Dor nas costas.
Pés.
Cheiros.
Quero ir ao banheiro.
Por que eu não vi nada?Não li nada?
Tem problema?
Tenho ciúmes.Demonstrei.
Foi o seu sorriso.
Deixa pra lá!Não quero ser assim.
Não vai.
Não mesmo.
Estou com sono.
Acordei.
Sapato de feijão preto.
-Que palavra marca essa transformação? [silêncio]
Alguém... Alguém...
RAC, RAC, RAC.Blocos de jeans se soltam.A tesoura pára.Ela está cega, é de criança.Não tem ponta.
Preguiçosa, reparadeira.Sonolenta.
-O que ele está falando?
-Vamos discutir a dinâmica dos relacionamentos amorosos: QUANTO dura um amor?
Sei lá, é a rotina, não é o amor.
Também acho.
Alguém se acomodou.
Saudade.
Faz uma surpresa.
Sim.
TICH, TICH (manivela) TICH, TICH, carvão!Funciona, funciona!
Viu?Quem mandou querer ser criativa?
Fica na tua.
Ele está filosofando?
Ai!Piada escrota!
Foi podre,mas ela é fofinha.
O quê?É só uma criança.
O chão está cheio de blocos de jeans.
Ninguém quer ouvir.
Sono.
Provas.
Sou uma aproveitadora.
Ano que vem.
A caneta caiu, pegou.
Silêncio.
Só um pezinho sacode.
Se aqui tem C, o que tem aqui?
G.
Sonolência.
O pé já não sacode.
Olhos pesados.
Estou pregada no chão.
As janelas estão fechadas.
Quero ar.
Tem alguém ouvindo música.
Aconteceu, olha eu.
É, você até que é legal!
E aí?O que é arte?
Não sei.
Ana e Lídia
quarta-feira, 19 de agosto de 2009
Recomendação!
domingo, 16 de agosto de 2009
um peqeno e breve post sobre o André, pai da Ariadne
– Eu vou pagar também. – André parou onde estava. – Quanto você quer? É só dizer.
André respirou fundo, aguardou um momento e então continuou. Abriu a porta e saiu.
– Vinte mil.
– Senhor...
– Cinqüenta mil.
– Senhor...
– Setenta mil.
Neste ponto, André tinha um combate interno para resolver. Precisava dinheiro. Se corromperia por setenta mil?
– Cem mil. Minha última oferta.
André sentia que ia fazer uma besteira.
Era treinado para isso. Bastaria uma bala. Quanto tempo trabalharia para ganhar o mesmo valor? Um ano, um ano e meio? Era uma tarefa fácil. Um cartucho e tudo resolvido. Ninguém saberia.
– Cadê o cara?
– Ele geralmente fica na esquina, observando minha casa. Da janela do quarto dá para ver perfeitamente.
André colocou o silenciador no cano do M4 e foi para a janela. Era muito óbvio que o homem na esquina estava rondando. Ele fumava encostado na parece do outro lado da rua e a todo momento olhava para a janela em que André estava.
– Apague a luz. – Disse André – e vá para a janela da sala.
Jorge obedeceu. Como esperado o homem agora olhava indiscriminadamente para a outra janela.
“Muito bem, André. Só uma.” Pensou.
Pela mira telescópica André via o rosto do homem. Um rosto comum, um tipo comum. Alguém vai sentir falta. “Que pena”.
O disparo silenciado pareceu ecoar aos ouvidos de André. Quando fechava os olhos ainda via o homem no momento que a bala atingiu sua cabeça. Com certeza não morreu na hora. Ainda vivera segundos o suficiente para temer mais dor, mas não o suficiente para saber de onde viera o disparo, e nem saber quem foi seu assassino.