sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Fragmentos

-Você quer bolacha?
-Quero
Mão no azul, reflexo azul da cortina
Tentei limpar o chão, a sujeira espirrou na parede, não limpei.
Meu pescoço está doendo.
O que acontece? Por quê?
-Você quer bolacha?
-É, me dá logo!
Gosto estranho, mas bom.
Por quê?
Não deu certo, tem que ser natural.
Pára!Você pirou hoje.
Não, só estou fluindo.
Credo. Não flui mais.
-Vamos conversar?
-Aula 47
-Não!Falta sete!
-Falta nada.
Você pirou,a húngara também acha.
Fica quieta.
Por quê? O palhaço?
É, achei nojento.
Eu também. Isso é bom.
Isso o que?O que você fez?!
Nada.
Desisto.
Ah, vai desenhar.
Não, só consigo rabiscar.Traços, desejos de perspectiva.
Será que eu consigo?
Meu futuro!Estuda agora!
PREGUIÇA!Droga!
Vai, senta, você precisa.
Vai,muda,cresce.
NÃO!Fique aí, não vou.
Olha a luz!O vapor é tão legal.
Queria morar nessa casa.
Eu quero uma câmera.
Eu quero a vida.
Não, você não quer nada.
Caneta rosa.
Barulhos de régua.
Risos.
Gosto estranho.
Olha o reflexo!
Conversas.
Bocejos.
Saudades.
Lembranças.
Murmurinhos.
Você está estranha.
Não entendi.
Nem eu.
Distração.
Dor nas costas.
Pés.
Cheiros.
Quero ir ao banheiro.
Por que eu não vi nada?Não li nada?
Tem problema?
Tenho ciúmes.Demonstrei.
Foi o seu sorriso.
Deixa pra lá!Não quero ser assim.
Não vai.
Não mesmo.
Estou com sono.
Acordei.
Sapato de feijão preto.
-Que palavra marca essa transformação? [silêncio]
Alguém... Alguém...
RAC, RAC, RAC.Blocos de jeans se soltam.A tesoura pára.Ela está cega, é de criança.Não tem ponta.
Preguiçosa, reparadeira.Sonolenta.
-O que ele está falando?
-Vamos discutir a dinâmica dos relacionamentos amorosos: QUANTO dura um amor?
Sei lá, é a rotina, não é o amor.
Também acho.
Alguém se acomodou.
Saudade.
Faz uma surpresa.
Sim.
TICH, TICH (manivela) TICH, TICH, carvão!Funciona, funciona!
Viu?Quem mandou querer ser criativa?
Fica na tua.
Ele está filosofando?
Ai!Piada escrota!
Foi podre,mas ela é fofinha.
O quê?É só uma criança.
O chão está cheio de blocos de jeans.
Ninguém quer ouvir.
Sono.
Provas.
Sou uma aproveitadora.
Ano que vem.
A caneta caiu, pegou.
Silêncio.
Só um pezinho sacode.
Se aqui tem C, o que tem aqui?
G.
Sonolência.
O pé já não sacode.
Olhos pesados.
Estou pregada no chão.
As janelas estão fechadas.
Quero ar.
Tem alguém ouvindo música.
Aconteceu, olha eu.
É, você até que é legal!
E aí?O que é arte?
Não sei.
Ana e Lídia

6 comentários:

lídia disse...

Eu não uso drogas,é tudo que tenho a dizer.

nadamuitoriginal disse...

eaueaeahuae
esse texto é do ano passado,né?
gostei. =D

Purple-Headed Tang Chasa disse...

Muito bom ... lembro varias coisas da escola =D

"Saudades."

Cauê Chu'bS disse...

L.I.N.D.O.

Priscila Pozzoli disse...

É o que chamamos de DEVANEIO...
ou como dizem os greguitos, DELÍRIO.
=D
Legal, Lídia!

Beijos

Anônimo disse...

engraçado e estranho, mas gostei...