Ser despachada para viver na Franca do Imperador não foi tão glamouroso quanto eu esperava - eu preferiria do fundo do coração ter sido despachada para a França de verdade, com o rei e os castelos, ao invés do imperador. Um dia ainda irei para a França com cedilha, como boa relacionadora internacional que sou, ao invés de uma cidadezinha quase em Minas.
Ainda estou me adaptando a cultura local, e principalmente ao dialeto que aqui se fala, uma mistura de mineirês com paulistanês 3x mais lento e arrastado. Já estou adicionando também as gírias locais no meu vocabulário, como "fi", "benhê" e o corte de todas as palavras pelo meio.
Após 6 meses de vivência, descobri um lugar onde tocariam bandas de rochas rolando, e eu poderia escutar o tal do rock. Foi uma experiência emancipadora. Havia muitos meninos, munidos de seus blazers-palitós e all stars, porém todos conseguiam ser tão indies e blasés que mal se mexiam enquanto a banda tocava. Foi quando senti que blasé é absolutamente ridículo em um show - sou muito mais pular e curtir felicíssimamente. Os punks já sabiam disso quando inventaram suas rodinhas.
Então eu decidi não ficar aqui, no ano que vem, e voltar para a cidade da bolacha, que conseguiu comparativamente ganhar a disputa contra a Franca. Penso também em registrar o resto da minha estadia em fo
tos e aproveitar os últimos momentos.
E, enfim, eu disse um dia desses pra Laís, minha querida colega de classe, que eu estava com saudades de vocês, eus amiguinhos de Marília. Ela ficou horrorizada e perguntou se meus amigos de Franca não significavam nada. Pelo contrário. Eu tive a sorte de ter caído provavelmente na sala mais legal de todo o campus, onde as pessoas não ligam muito para o que falam delas e continuam a jogar videogame em campeonatos e sair desesperadamente pra comprar sorvete na vendinha. Vou sentir falta quando tiver que deixá-los longe da minha presença.
Meus seis meses de intercâmbio me mudaram muito. Primeiro ano de faculdade é foda... Tanta desgraça que acaba fazendo com que você cresça.
Ser despachada para viver na Franca do Imperador não foi tão glamouroso quanto eu esperava - eu preferiria do fundo do coração ter sido despachada para a França de verdade, com o rei e os castelos, ao invés do imperador. Um dia ainda irei para a França com cedilha, como boa relacionadora internacional que sou, ao invés de uma cidadezinha quase em Minas.
Ainda estou me adaptando a cultura local, e principalmente ao dialeto que aqui se fala, uma mistura de mineirês com paulistanês 3x mais lento e arrastado. Já estou adicionando também as gírias locais no meu vocabulário, como "fi", "benhê" e o corte de todas as palavras pelo meio.
Após 6 meses de vivência, descobri um lugar onde tocariam bandas de rochas rolando, e eu poderia escutar o tal do rock. Foi uma experiência emancipadora. Havia muitos meninos, munidos de seus blazers-palitós e all stars, porém todos conseguiam ser tão indies e blasés que mal se mexiam enquanto a banda tocava. Foi quando senti que blasé é absolutamente ridículo em um show - sou muito mais pular e curtir felicíssimamente. Os punks já sabiam disso quando inventaram suas rodinhas.
Então eu decidi não ficar aqui, no ano que vem, e voltar para a cidade da bolacha, que conseguiu comparativamente ganhar a disputa contra a Franca. Penso também em registrar o resto da minha estadia em fo
tos e aproveitar os últimos momentos.
E, enfim, eu disse um dia desses pra Laís, minha querida colega de classe, que eu estava com saudades de vocês, eus amiguinhos de Marília. Ela ficou horrorizada e perguntou se meus amigos de Franca não significavam nada. Pelo contrário. Eu tive a sorte de ter caído provavelmente na sala mais legal de todo o campus, onde as pessoas não ligam muito para o que falam delas e continuam a jogar videogame em campeonatos e sair desesperadamente pra comprar sorvete na vendinha. Vou sentir falta quando tiver que deixá-los longe da minha presença.
Meus seis meses de intercâmbio me mudaram muito. Primeiro ano de faculdade é foda... Tanta desgraça que acaba fazendo com que você cresça.
5 comentários:
olha soh qem ressucito oO"
1 - Bem Vinda de volta Marixa, você que criou ( praticamente) o blog e no começo levou a groove para a net, volta depois de uma grande ausência com a casa nova e muito mais movimentada que antes.
2 - Ótimo texto, gostei muito dos paralelos.
3 - Putz, acabei de conversar com meu irmão sobre algo próximo desse assunto e foi foda por que foi esfregado na minha cara ( mais do que eu conseguia ver ) que eu estou idealizando fodamente a Facul. E to vendo que vo quebrar minha cara. To fudido.
"Vou sentir falta quando tiver que deixá-los longe da minha presença.
O tom Marixesco de sempre...
Meus seis meses de intercâmbio me mudaram muito. Primeiro ano de faculdade é foda... Tanta desgraça que acaba fazendo com que você cresça. "
com uma grande dose de realidade.
OHHHHHHHHHH! Marixa tá viva!
Marixa, é sério mesmo que vc voltará pra Marialândia?
Gistei muito do texto. E claro, sempre com a humildade marixiana.
Marixana ressurgindo no blog!
Muito bom seu texto,um dos nossos melhores desabafos(acho que até mesmo a Liga Anti-Marixah tem que adimitir)
Valeu pela dose de realismo,tenho tentado fazer isso sempre pra não imaginar a facul como uma Malhação da vida.
'E claro, sempre com a humildade marixiana.'[2]
hehehehehe
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