quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Porque A Origem é melhor que Ilha do Medo

(O Ministério da Saúde adverte, este texto contém spoilers.)
Sim, ambos os filmes são fantásticos e atrevo-me a afirmar, geniais (aliás, que safra essa de 2010, hein?). As paridades são muitas, a linha confusa entre realidade e ilusão e um protagonista obsessivo, amargurado e atormentado pelo seu passado são apenas duas delas. Se as semelhanças são tão aparentes, por que então A Origem é superior?
A resposta dessa pergunta não reside nas semelhanças e sim nas diferenças. Ilha do Medo é um suspense psicológico com toques de terror no qual o protagonista é alvo de uma conspiração para iludi-lo e assim tentar trazê-lo de volta a sanidade. Como um espelho, A Origem é um heist movie (aqueles filmes sobre assaltos, tipo Onze Homens e um Segredo) com background de ficção científica no qual o protagonista é o cabeça de uma conspiração para iludir um jovem bilionário e fazê-lo acreditar que uma idéia exterior é sua. Em ambos a ação se dá em torno do ludíbrio, mas se o primeiro baseia sua narrativa no momento da descoberta que toda a pretensa realidade é na verdade um engodo, o outro firma a sua na construção da ilusão.
A elegância alcançada no clímax de A Origem, no qual várias linhas narrativas se encaixam e fluem para o final da história é a coroação de um roteiro impecável e inimitável. Ao contrario do roteiro de “Ilha” que, apesar de também impecável, peca na utilização do suspense culminando num plot twist (mudança radical no rumo da narrativa), gênero já que assistiu seu ápice em O Sexto Sentido. O elenco de ambos é igualmente primoroso, destacam-se Ben Kingsley, Cillian Murphy e claro DiCaprio que apesar de fazer papeis muito parecidos dá vida a ambos com subjetividade e idiossincrasias próprias. Mas é no tema que A Origem realmente ultrapassa o filme de Scorsese. Enquanto este fica preso a um assunto (loucura) explorado – mesmo que magistralmente – à exaustão, aquele trata de um tema (sonhos) que poucos conseguiram utilizar de maneira satisfatória, e ainda apresenta conceitos interessantes somente para levá-los às ultimas conseqüências, exatamente como uma boa obra de ficção cientifica deve fazer.
Os motivos supracitados aliados a efeitos visuais que surpreendem pela sua ousadia e perfeição fazem com que A Origem seja, por enquanto, o melhor filme de 2010, mesmo tendo como concorrência um páreo tão difícil como Ilha do Medo.

6 comentários:

Kryan Simmons disse...

Daí que vem outra questão. A Origem não é tão original assim, já que outro filme famoso já explorou genialmente este tema, A Cidade dos Sonhos, claro que com grandes diferenças, mas no que se refere a psicologia do sonho lembra muita coisa.
Claro que o tema de Ilha do Medo também é batidaço, mas neste você consegue ver claramente o pânico dentro da mente do protagonista e observar este corroer as idéias de um ser humano de dentro pra fora pra mim como em poucos filme e pra mim é mais impressionante do que grandes efeitos visuais e o clímax(sensacional) de A Origem.

Ariadne disse...

deja vu?

lídia disse...

ué?tem dois textos iguais?(não li pq quero assistir o filmes)mas também tive o deja vu

Kryan Simmons disse...

Leiam atentamente os títulos.

Ariadne disse...

aaaaaaaaaaaaaaaaah.... mas realmente, olhando distraidamente dá uma sensação de deja-vu foda O.O
(e eu tive que abaixar e subir essa página umas 4 vezes pra me ligar, cursinho está me deixando mais lesada)

lídia disse...

annnnn,agora captei. =]