sexta-feira, 11 de junho de 2010

Sobre largar a UNESP, recomeçar e tudo mais

Acho que desde que voltei de Rio Preto estou em estado de catatonia criativa (isso existe?), porque de certa forma queria me explicar para alguém (ou talvez para mim mesma), escrever sobre o que aconteceu e fechar de vez esse capítulo na minha vida. Mas o problema é esse. Encerrar.
Tá, vocês devem estar pensando "porque diabos ela veio escrever sobre isso aqui e não no blog dela?" o negócio é que aqui foi o primeiro lugar que eu contei que tinha largado a faculdade em algum comentário lá embaixo e já que o chu tá sempre desabafando por aqui, acho que eu também posso, né?
Toda história começa pelo começo, o problema é que a minha não tem ao certo uma direção. Quando me perguntam o motivo de eu ter optado por letras eu faço cara de paisagem, sempre tinha falado que queria jornalismo e aí... Letras? Ah, eu gosto de ler e de escrever, vai que funciona.
Passei na UNESP. E aí que eu me liguei que eu não queria. Mas, bom, era UNESP, tipo assim, quantas outras pessoas não queriam aquela vaga que eu tinha conseguido? A UNESP de Rio Preto tem seu curso de letras reconhecido como o melhor do país há 5 anos, quem diz não pra isso por um ano de cursinho? Não eu.
Junto com isso tinha meus pais e a lei. O que a lei tinha a ver com isso? No meu ano de vestibular foi decidido que o diploma de jornalista não seria mais exigido para que se exercesse a profissão, o que, de certa forma, tornaria a faculdade inútil. Meus pais, procurando o melhor para mim, disseram que o mais acertado seria fazer letras mesmo e depois uma especialização na área de comunicação social (na verdade eles esperavam que eu mudasse de ideia e decidisse buscar um mestrado e doutorado dentro da própria unesp e acabasse me tornando professora universitária).
Me mudei. E vou falar para vocês... Tudo que dizem sobre a vida de universitário é verdade. As festas, as pessoas, as experiências... Eu tive pouco tempo disso, admito, mas essa minha mania de ir um pouco mais rápido que me permitem as pernas, certamente me ajudou a vivenciar muito mais do que se eu tivesse outro ritmo.
As aulas eram puxadas e eu tentei levar da melhor forma possível, tirei 9 na minha primeira prova (latim rulez e devia ter aula disso no fisk, sério), ia pra festa ou pra algum canto toda semana, passei a viver em horários alternativos (dormir 8 da manhã, acordar 2 da tarde)...
Quando eu me toquei que era hora de voltar? Na aula de "Normas Gramaticais" (oi Erotilde, você me deu outra perspectiva, valeu ^^) a professora perguntou quem sempre quis letras, grande parte da sala levantou a mão e eu fiquei quieta, logo em seguida ela perguntou quem queria outra coisa, prontamente ergui meu braço (eu e mais 2 ou 3 gatos pingados ;P) e ela falou "se você não gostar disso verdadeiramente, não tem motivo para estar aqui, se você não quer ser professor, não faça um curso de licenciatura" e por aí foi o sermão, ela queria separar o joio do trigo (época de catequese feelings) e eu sabia que tinha que ir embora.
No fim de semana do dia das mães meus pais foram me visitar e eu dei a notícia (Ariadne fazendo sua mãe feliz desde 1992), no mesmo dia voltei pra Marília (isso num sábado) e na terça feira veio minha mudança. Sabe quando falam que pra tirar um band aid tem que ser rápido para que doa menos? O que as pessoas esquecem é que a pele arde muito depois e que se tinha alguma casquinha ali, ela provavelmente vai junto com o band aid e o machucado vai voltar a sangrar.
Não me despedi de ninguém, não me despedi da minha liberdade, não tive tempo pra nada, um dia acordei e estava aqui e aqui fiquei.
Não, eu não vou olhar pra trás e pensar "e se", eu não sou esse tipo de pessoa. Eu já estou no cursinho, eu já estou estudando, eu já estou me preparando, eu só não sei se estou bem.
Desculpa o big texto/desabafo, acho que é a primeira vez que eu coloco as ideias (blergh, MORRA nova ortografia) em palavras para que alguém leia, e de certa forma isso me faz bem... ^^

7 comentários:

Cauê Chu'bS disse...

welcome back

haja brisa disse...

ah, agora te entendi melhor ari...
mas acho que foi o melhor mesmo


welcome back (there) [2] ;]

lídia disse...

Sem problemas,Ari,esse blog também é seu =]

Kryan Simmons disse...

Isso aí Ari!
Admiro sua coragem! Tem gente que comeca nao gostando e segue em frente pra dps desistir. Ta certo que primeiro ano é sempre uma merda mas sempre tem um pouco da essencia do curso e se nao é o que vc quer não é aguentando anos de pressão daquilo que você vai resolver o problema.
No mais, welcome back!

Purple-Headed Tang Chasa disse...

É ... eu acho meio tensa a decisão e ainda mais a política do band-aid ... mas como o Sr.Carlos falou ... tem que ter muita coragem mesmo e isso é de admirar ...
welcome back!

Mariane disse...

Até a metade do primeiro ano eu pensava (juro, vcs vão mexingar por isso) em parar RI e estudar uns 3 anos de cursinho pra fazer medicina na famema. desde pequena eu queria medicina, acho que eu não me daria tão mal. porém, novas prioridades apareceram depois de um tempo, e percebi que o primeiro semestre foi só uma época MUITO ruim da faculdade e da minha vida em geral.
mas que bom que você agora pode escolher o que realmente quer ^^
gostei do desabafo, vc escreve realmente muito bem

Cauê Chu'bS disse...

eu jamais iria no seu consultorio ¬¬
e se vc fizesse isso, dim, eu iria te bater =P