quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Lembracinha para o Chu

Lembrei de você na hora,Chu!

Febre capitalista

Enfim o mercado de trabalho!Fora brutalmente jogado nele,mas estava feliz.Tinha confiança em si mesmo e sabia que no máximo dois dos formandos teriam sucesso.O resto morreria tentando chegar lá.Sabia também que,podia chegar lá e não ter sucesso.Não devia confiar em nenhum de seus colegas,todos eram concorrentes. De repente, percebeu que enquanto pensava em seus conhecimentos, ia ficando pra trás.Começou a se esforçar mais, pois se tivesse sucesso seria lembrado por muito tempo, isso se não fosse lembrado pra sempre.Passou na frente de uns vinte, eles eram seus amigos na faculdade, mas não se importou, estavam muito longe da escola.Todos já estavam maduros e tinham que entender que o mais forte vence.Seus amigos também não se importaram, sabiam que estavam em uma disputa louca e também queriam vencer. Continuou a avançar, não prestava atenção nem em si mesmo, queria vencer de qualquer jeito, parecia que se não conseguisse sua vida perderia o sentido, fora educado pra ganhar. Claro que quanto mais longe ia, mais cansaço sentia. Foi ficando cada vez mais difícil manter o ritmo, percebeu que o tempo tinha passado e ele nem notara. Estava à beira de uma crise de consciência quando viu que faltava pouco pra chegar à liderança. Deixou a crise de lado e se esforçou ao máximo, não se desgastara tanto pra parar e morrer aos poucos. Queria ser líder dos líderes. Deu certo, conseguiu passar na frente deles, estava acima de todos, estava sendo aclamado, podia ouvir os comentários. Foi se aproximando dele, podia sentir que o sucesso o atraía. Porém, atraía também alguns fortes concorrentes. Ele e mais cinco chegaram até o sucesso, que não foi conquistado facilmente, todos tiveram que trabalhar duro pra tentar superar os outros. Viu toda a euforia se transformar em ansiedade, viu alguns concorrentes morrerem tentando, o que o deixou ainda mais ansioso. Ele e mais um disputavam o difícil sucesso. De repente uma sensação estranha tomou conta dele, tinha vencido!Ele conquistara seu maior sonho, mas percebeu que estava morrendo, o desgaste fora grande demais. Não se importou, tinha alcançado seu objetivo e sabia que seria lembrado, sempre, como o espermatozóide vencedor.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Gazette - Reila (レイラ)

Desde que eu te conheci, quantos machucados eu suportei? E quantos me suportaram? Queria que você contasse só pra mim quando estivesse deprimida, e não pra todo mundo A verdade foi queimada nos meus olhos O que é você; imobilizada pelo silêncio, pensando? Eu não preciso de uma razão se ao menos você a retornasse para mim O quão mais é você; que se tornou nada Mais machucada do que eu, que fui deixado para trás Mesmo que nada tenha começado Mesmo que eu ainda não tenha dito essas palavras à você Em algum lugar Reila... Mesmo se eu tentar dizer o seu nome esta voz não te alcançará Reila... Abra seus olhos e sorria para me mostrar que foi tudo uma mentira... Vamos à algum lugar amanhã, se for um lugar que você deseja ir Eu irei até lá, não importa onde seja Você sempre foi assim, desde que eu me lembro Você estava indo pra algum lugar Mais uma vez me deixou pra trás e correu sozinha Não posso mais te alcançar, não posso mais te alcançar Mesmo já tendo te encontrado Tudo que eu guardei dentro de mim transbordou Tornou-se lágrimas e vazou Reila... Essas palavras que eu não pude dizer Reila... Eu canto-as pra você aqui e agora Reila... Eu te amo mais do que qualquer um Reila... Eu te amo, eu te amo... O quarto em que nós dois estávamos está do mesmo jeito de antes eu não tranquei a porta pra você poder voltar pra casa à qualquer hora Estarei sempre esperando por você, mesmo sabendo Ainda posso ver sua figura abrindo a porta Amanhã você certamente voltará pra casa, certo?

Não sei por que postei, mas whatever. Acho a música bonita e espero que vocês gostem.
P.S.: Isso é J-rock, não emo.

As marcas prateadas do tempo

Deu tudo certo. Chegou, mostrou e pediu. "Corta 4!" "Dá pra tirar 5." "Huumm...Então tira 5!" ... " Bom, está num porte médio." "Tenta tirar mais 1!" "Posso tirar 2" " Pode ser!" Ufa! Agora é entender qual é o jeito certo de arrumá-lo e pra isso abusaria do mousse. Era tão bom não ter de usar química. Ficava imaginando se pintaria o cabelo para desfarçar o grisalho quando fosse mais velha , ou então se pintaria de branco para acelerar o processo horrível de tranformação. Que horror! Raízes brancas com pontas pretas. Na verdade o que a mais assustava era envelhecer. Claro que deveria ser belo ver um mundo de aconteciementos durante longos anos, mas será que não se sentiria fora de seu tempo? Saudades do que passou? Ou então, cansaço da vida? Tinha uma enorme vontade de perguntar a uma anciã se achava útil continuar vivendo em idade tão avançada. Pareceria que vivia este final de vida esperando a morte chegar. Refletia esses absurdos em frente ao espelho. E decide parar de pensar essas coisas mirabolantes que faltavam anos para lhe alcançar. Algo a interrompe: " O que é isso em seu cabelo?" Pensou que pudesse ser uma folhinha, pois estava em época de outono e todas as árvores do sítio se descabelavam por aí. " Não sei, mãe." " É branco." Não pode ser!!!! Apenas suas amigas mais velhas tinham começo de cabelos brancos. Ela nunca tivera. E não seria agora, depois de um longo pensamento duvidoso da vida idosa com seus fios prateados, que apareceria um desgraçado fio branco em seus cabelos. Engraçado que sempre pensou que não se importaria se aparecesse um desses. " Tira pra mim, mãe."- pediu com uma falsa calma. "Pronto. Tirei." " Deixa eu ver!"- ordenou com certo inquietação desesperada em ver o infeliz.
" Era apenas um pouco de mousse que você não tinha espalhado bem!"

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Aos pedaços

Parei perdida, no meio das fotos. Uma delas, a maior, era um pedaço. Uma linha de uma antiga amizade. Na foto, eu e ela tínhamos doze anos. Éramos melhores amigas, naquela época. Nós sorríamos, abraçadas. Senti um pesinho no coração. Saudades. Algumas lembranças passaram por minha mente. Saudades. “Como mudamos!”, pensei, ”O que houve pra não nos vermos mais? Ah é! Amigos não ajudam a passar no vestibular.” Saudades. Marquei no verso seu nome, a data e nossas idades. Guardei a foto. O que sentia se parecia de leve com o luto. Sabia que aqueles anos, aqueles momentos, aquela amizade, dormiam para sempre. Pois o tempo passara. “Nós somos muito diferentes.” Apaguei a luz do quarto, tinha que esquentar meu jantar.

domingo, 27 de setembro de 2009

VIVA A PROLIXIDADE!

Queridos companheiros e companheiras, acho um absurdo esse argumento de os textos devem ser menores. Não faz nenhum sentido isso. Devemos ter a liberdade de escolher o tamanho adequado para nossos argumentos ou nossas narrativas. Não é porque as pessoas tem realmente preguiça de ler que devemos nos prender à esse fato. As pessoas certas, na hora certa e na disposição certa irão lê-los. É isso. Sou a favor da liberdade textual. Desde os erros gramaticais escrotos até o tamanho do texto. Afinal, temos que seguir tantos padrões em outros lugares...e aqui iriamos nos prender também? Olha que fui super sucinta...aehueahueahuea

sábado, 26 de setembro de 2009

Algumas considerações.

Queridos VPMTistas, que revolução aconteceu neste blog! Apenas sugeri a publicaçao dos nossos textos, pois realmente acho que merecemos, não? Tenho algumas sugestões, mas como sei que pelos comentários ninguém iria ler, resolvi fazer este post. 1)Acho que as novas cores do blog deram um "tom " sério. Talvez alguma cor mais viva (vermelho, roxo, sei lá...) ajude a dar um ar mais VPMT. 2) Sugiro escolhermos mais imagens e colocarmos na lateral da página, e não só as da Mafalda e do UNO ( aliás, achei demais!) 3) Agora é meio que um protesto: as postagens estão muito longas, aí nem tenho "saco" pra ler . Não sei como podemos resolver isso ( se quiserem resolver) 4) Quanto aos texto que devemos votar na enquete, sinceramente, do fundo do meu coração, não achei nenhum digno de ser publicado. Muitas idéias clichês, muito erro de português (sei que iríamos corrigir e por favor, não levem pelo lado pessoal), mas e sei que temos textos muito bons. 5) Concordo em não tirarmos as pessoas inativas. Talvez estejam em um momento de "crise literária" ou de " criação". 6) Sugiro como forma de seleção dos textos, cada um escolher uns 3 ( ou mais) de própria autoria e colocar em votação. Cada semana votamos nos textos de uma pessoa. That's all folks! Aguardo comentários.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Atenção:órgãos na calçada

O dia estava frio e ensolarado, típico de inverno. Parei assim que saí do hotel e fiquei observando a avenida movimentada. De repente, um grito me chamou a atenção. Caída na calçada uma mulher gritava. Tinha os órgãos internos expostos por um rasgo na barriga e derramava seus fluídos na calçada. Era nojento olhar e, ao mesmo tempo, irresistível. Então percebi que as pessoas em volta nem notavam o quanto que ela estava sofrendo, não viam além daqueles órgãos esparramados pelo chão. Senti nojo por toda aquela cena. Como as pessoas passavam tranqüilas com suas capas da imortalidade? De repente uma menina de uns oito anos, que estava na outra calçada gritou: – Mãe! A mulher morreu! –Sim, filha, ela foi atropelada. – respondeu a mãe envergonhada. – Você não vai fazer nada por ela? – Vem, filha! Fica quieta! – Mas, mãe, você disse que... O resto eu não pude ouvir, pois a vaca se afastava rápido com a filha. Aquilo me deixou irado. Peguei o celular e liguei pro pronto socorro, mas ninguém atendia. Resolvi pega-la pra levar ao hospital, a coloquei no meu carro que estava longe. As pessoas ficaram com olhar de espanto, como se eu tivesse feito mal a ela. No caminho do hospital peguei os documentos dela e para minha surpresa ela era uma ex-colega de escola por quem sempre fui apaixonado. E o melhor, não tinha nenhum que mostrasse que ela era casada! Olhei cheio de esperanças para o banco de trás, ela sangrava tanto! Cheguei ao hospital e este estava fechado. Tentei outro e também estava fechado. A mulher já não reagia já tava mais pra lá do que pra cá. – É, fodeu! Levei a mulher pra ponte Rio - Niterói e resolvi fazer dos últimos instantes de sua vida os melhores. Parei o carro, peguei o material de socorro que tinha no porta–luvas e agradeci por ter feito o curso de corte-e-costura. A solução não ia durar muito, mas ela fez uma cara de aliviada. Tentei lembrar das coisas que gostava de fazer. Caminhava para o Rio, ela gostava de lá, gostava da praia. Era minha chance de fazê-la feliz. Tirei do porta-malas a antiga cadeira de rodas da minha falecida mãe, que Deus a tenha! Coloquei Marieta nela e fui empurrando a cadeira, olhando a paisagem. Ela estava fraca demais, então comecei a lembrá-la dos velhos tempos, contei as histórias... Acho que andei durante uma meia hora, quando percebi que ela tinha os olhos fechados. Disse a ela que se me ouvisse desse um gemido ou mexesse os dedos, qualquer sinal. Nada aconteceu. Levei-a de volta ao carro, entrei e parti para a praia o mais rápido que pude. Não podia deixar que ela partisse sem ver o teu querido pôr-do-sol. Cheguei na praia, tirei-a do carro de qualquer jeito e a carreguei nos braços. Paramos quando o mar encontra a areia, o dia estava lindo. O Sol se pondo assim como ela morria. A deitei na areia e disse: – Marieta, abre os olhos! O pôr-do-sol está lindo! Ela levantou as pálpebras devagar, olhou para o horizonte e suspirou. Vagarosamente disse: – Vinícius Ricardo! Você está me enforcando. – não tinha reparado que meu braço estava em volta de seu pescoço. A praia estava vazia, algumas pessoas andavam no calçadão e olhavam curiosos para nós. De repente vi que uns seis garotos vinham em nossa direção carregando gatinhos (um cada). – Ô, tio! Qué um gatinho aê? – Perguntou o mais próximo de nós. Eu disse que queria um, mas pedi para que levasse na minha casa, não sei por que até hoje não apareceu. Marieta gostou da idéia de ter um gatinho (se sobrevivesse) e também aceitou um. Ela estava muito mal, quase não respirava e quando estava quase parando seu coração apertou minha mão e o gatinho, disse: – Enterre o gato... Comigo... – Sim, Marieta! Como você quiser! – meus olhos estavam cheios de água. Iria perder minha amada novamente e dessa não teria como salva-la. – Marieta, eu só não enterro o gato, porque seria muita maldade. – disse tristonho -, mas eu te enterro quando e onde você quiser! – Seu viado, me enterra com o gato...! – Mas... Marieta me agarrou pelo pescoço e disse: – Me enterra com o gato! – Ta certo. – disse com medo. Ela me olhava de um jeito nervoso e desesperado. Tirou uma força incrível do além, talvez fosse o desespero de morrer tão jovem. Suas últimas atitudes não condiziam com aquela garota tão meiga que conhecia. O Sol já tinha desaparecido quando ela deu o último suspiro com aquele olhar maligno. – Marieta! – chorei durante uma hora, agarrado ao seu corpo frio. Olhava pra ela e não me conformava com o sistema, com a ordem natural das coisas e com o fato de que o gato estava vivo e brincando com os cabelos compridos da Marieta! Senti raiva dele e já que ele seria enterrado mesmo decidi estrangulá-lo! Acomodei Marieta delicadamente e o gato subiu em seu rosto! Um desrespeito! Peguei ele com força e quebrei seu pescoço! Cavei um buraco grande na praia com as mãos, chorava muito. Quando terminei já devia ser umas 4 da manhã, depositei o corpo dela no buraco, bem acomodado, ajoelhei a seu lado e, ainda chorando, disse algumas palavras: – Eu nunca vou te esquecer! Nunca! Coloquei o gatinho em cima do peito dela, e tampei a cova, nisso já estava amanhecendo. Fiquei por um tempo olhando o mar indo e vindo. Quando, reparei que a areia onde estava a cova começou a se mexer fiquei assustado e de repente a patinha do gato saiu. Minha primeira reação foi de correr o mais rápido para longe. Estava atravessando a Avenida Atlântica e acabei sendo atropelado. Para minha sorte, fui socorrido rapidamente. No hospital conheci a enfermeira Meire por quem me apaixonei. Casamos e hoje temos quatro filhos, sou muito feliz. Tudo isso graças à Marieta. Por: Lídia, Chu e Gigi.
Estava esperando Nelsinho, sempre chegava na mesma hora. O ambiente estava pesado, talvez de tensão. O garçom trouxe o pedido e ele não “chegava”. Saiu, foi fumar um cigarro quando ele aparece. Nelsinho com cara de envergonhado, mesmo que muito frio. Tentou se explicar: – Nossa Madalena! Desculpa, a avó da vizinha da minha irmã passou mal! Precisei levá-la ao hospital. – Claro, - disse ela soprando uma baforada de cigarro na cara do Nelsinho. – e a minha vó é um hamster. – Madalena, é verdade! – exclamou – A avó da vizinha da minha irmã tá no hospital, numa cirurgia. – Aham, claro – Sugou o final do cigarro e soltando a fumaça continuou – não acredito em mais nada que vem de você. Deu as costas a ele, começou a andar como se estivesse só. E falou sem se dirigir ao homem: – Vamos tratar logo desse negócio. Aquela maconha que você me vendeu estava estragada! O cliente passou mal e, pois a família na parada, Nelsinho! Eu to f... – Eu... – Você é um incompetente! – gritou, esquecendo-se que estava em um restauranteVocê é um merda. Um traficante de merda! – Grita isso, não, filha! – implorou ele. – Eu grito sim! Faço escândalo, seu viado! Nelsinho saiu correndo para fora do restaurante. Madalena estava preparada, pegou o 38 e desistiu da idéia, pois estava em um lugar muito público, além do que, Nelsinho não faria nada. Ele saiu correndo e chorando muito. Ela apenas ligou o celular e falou para alguém: – Peguem ele, aquela bicha já era. Ligou para ele. Tudo isso tranquilamente, ninguém no restaurante notou, era apenas uma briga de casais. – Você tá fudido! – E riu falsamente, do outro lado da linha ouviu um grito abafado. Agora estava livre dele. Voltou calmamente para sua mesa e se preparou para comer sua feijoada. De repente ouviu um helicóptero, olhou pela janela, era da Polícia Federal. Uma sirene tocou, um carro de polícia parou na porta do restaurante. Seu coração acelerou, mas começou a feijoada fingindo que estava tudo bem. A polícia entrou fazendo escândalo, mandando todos colocarem a cabeça na mesa. Madalena foi a única a desobedecer, continuou comendo. Dois agentes do COTE (Comando de Operações Táticas Especiais) se aproximaram com um mp5 cada, ordenando que ela se abaixasse. Continuou comendo e após terminada algumas garfadas pegou um distintivo na bolsa, jogou na mesa indiferente. Os policiais cessaram os gritos e com cara de espanto viram que ela era sua superior. Levantou-se e saía quando disse: – Vocês sempre estragam meus momentos felizes! Todos no restaurante estavam pasmos, inclusive os policiais tão treinados. Madalena tirou da bolsa uma nota de dez reais e entregou para o garçom e caminhou sensualmente até a saída, deixando os policiais espantados. Na porta parou e acendeu outro cigarro, quando olhou para seu carro do outro lado da rua, viu que havia um homem encostado no capô. Era o Reinaldo, seu capanga. – Acabei o serviço, madame. – disse. – Ótimo! Agora desencosta do meu carro, vagabundo! - É a mãe! – Respondeu tirando uma Mac10 da jaqueta e pois a arma em seu pescoço. Nelsinho saiu de trás do carro e disse: – Entra nessa porra de carro que nós precisamos conversar longe dos seus amigos. – Você não me dá medo – Falou superséria para disfarçar o pavor. Madalena dirigia seu carro importado ao lado, no banco de passageiros, estava Reinaldo apontando sua arma para ela e atrás Nelsinho todo folgado. – Então, Dona Madalena – disse o Nelsinho – vai chamar seus amigos? – deu uma risada cruel. Reinaldo o acompanhou. O coração dela batia acelerado. Tinha o problema da polícia, tinha a traição dos seus capangas. Que droga de vida! Por que tinha entrado naquele negócio?! Seu salário era bom, por que quisera mais?! No meio dessa crise de consciência entrou outro carro, parado no meio da pista. Então, num golpe de sorte, Madalena contornou o carro por trás só perdendo o retrovisor esquerdo. Agora o carro a seguia de perto, Madalena não entendia o que estava acontecendo. Embora não demonstrasse tanto, Reinaldo e Nelsinho não pareciam entender o fato. Por instinto, Madalena acelerava para manter distância do veículo preto, que a seguia de perto, acelerou tanto que a polícia também começou a persegui-la. Pensou: “Se eu parar o carro, o cara de trás se ferra e os caras do meu lado também. E o máximo que acontece comigo é uma multa ou detenção leve.” Só que enquanto pensava isso não olhou para a rua e acabou atropelando uma mulher. Tudo isso acabou com seu plano, então resolveu parar alguns quilômetros adiante e alegar insanidade mental. Quando começou a desacelerar o carro, Reinaldo começou a gritar: – Você não vai parar sua vadia! Você vai levar a gente até a estrada! Acelera esse carro! Acelera se não eu te mato! – Mata – disse ela tranquilamente, oferecendo o pescoço. Parou o carro,se virou com um sorriso louco para Reinaldo, que deu dois disparos. Madalena saiu do carro alegando tentativa de seqüestro e dizendo que os criminosos tinham se matado. A polícia jogou Madalena contra o próprio carro e deu voz de prisão por corrupção e tráfico de drogas. O carro que estava seguindo Madalena misteriosamente desapareceu. Ela alegava à polícia dessa perseguição, mas a consideraram louca e a internaram numa clínica. Quando saiu, todo esse caso havia sido esquecido pela mídia graças a um casal gay escandaloso. Com facilidade conseguiu que sua pena fosse cumprida em regime condicional aberto. Um dia em casa o telefone tocou. Ela atendeu, mas ninguém respondia do outro lado. Desligou o telefone xingando quem quer que fosse. Não passaram cinco minutos e o celular tocou. – Alô? – Perguntou irritada. – Quer recomeçar o trabalho? – Perguntou uma voz conhecida. – Claro. Quando? – Agora que o Nelsinho já era. É só dizer o melhor momento. – Falando no defunto – disse ela com um sorriso malicioso – obrigado por me salvar aquele dia. – Foi nada, meu amor – disse o homem. - Te encontro nas costas do Redentor em 10 minutos. – Rápido, hein? Cuidado com as multas. – Você me conhece – disse ela maliciosa – a propósito. Você me ligou agora a pouco? – Não. Por quê? – Estranho... – disse olhando para o telefone de canto de olho. – Bom. Em 10 minutos no Redentor. Ela desligou o celular, pegou a bolsa e as chaves do carro e saiu sensualmente pela porta. Por: Gigi, Lídia e Chu.

O Gato

Estava eu andando pela rua de tarde e vi um gatinho. Eu parei e olhei pra ele, que correspondeu. Eu dei um passo na direção dele. Ele, para minha surpresa, não fugiu como todos os outros. Tinha um olhar diferente, um olhar de como me conhecesse e ao mesmo tempo de piedade. Por estar chateado naquele dia, precisava de companhia, levei-o pra casa. Lá esquentei um pouco de leite e pus ração em um potinho. Sentei ao lado dele, esperando que ele começasse a comer desesperado. Mas o gato olhou para o pote e olhou para mim. – Come gatinho, vamos é uma delicia. –dizendo isso, peguei um punhadinho de ração e levei até sua boca. Ele virou a cara e para minha surpresa disse “Não preciso de comida, preciso de amor, assim como você!”. Eu levantei de susto e olhei pro gato. Ele olhou pra mim, sentou, abriu a boca e de dentro dele saiu um cara gritando: – Pegadinha do Malandro! Eu fiquei em choque e quis bater e ao mesmo tempo agarrá-lo. Porque estava muito carente. Ele disse que trabalhava para a CIA e eu era suspeito de algo que até hoje não sei. Só depois de um tempo notei que ele devia ter uns dois metros. Como ele coube naquela fantasia ou como não estranhei o tamanho do gato? Comecei a ficar com medo, não percebi a diferença entre um gato e um cara fantasiado de gato. Se não era capaz disso, então devia ter sido enganado durante toda minha vida. Fiquei olhando para o teto, deitado no sofá, o homem-gato estava deitado no outro sofá. – Sabe cara – ele disse. – gostei de você, você parece boa pessoa. – Você quase me matou! – disse com raiva. – Mas foi engraçado. – Você aproveitou da minha carência! – Ainda assim foi engraçado. – Hum... – Vem comigo que eu te mostro um mundo novo. – convidou ele, me abraçando. Depois desse dia, realmente minha vida mudou, saíamos todos os dias juntos. O homem-gato me mostrou que o mundo pode ser visto de vários ângulos. Por exemplo, o terreno baldio da minha rua, ou um beco que passo todos os dias e nunca reparei. O homem-gato era muito atencioso, depois dos nossos longos passeios íamos para casa e nos divertíamos jogando UNO, vídeo-game, assistindo TV, comendo bobagens ou inventando textos malucos. Mas um dia, ele disse que estava cansado da fantasia, disse que era hora de mostrar o mundo real. – Agora eu boiei geral. No nosso passeio seguinte fomos à uma favela. Não acreditei no que via, crianças, gatos, cachorros disputavam pau a pau seu café da manha na lateral da feira. Molecada sem futuro eu já podia ver, só vão à escola pra comer. Apenas. Como vão aprender sem incentivo de alguém? Resolvemos então, morarmos juntos na favela. Montamos uma ONG onde ensinamos atividades depois das aulas, como: malabares, curso de palhaço, montagem de marionetes, teatro, dança, esportes em geral. Mas para participarem devem fazer uma prova mensal comprovando que estão aprendendo. A comunidade gostava bastante da gente. Mas como sempre há complicações, ocorreram alguns problemas. Uns moradores, que não sabem aceitar outros pontos de vista, implicaram de eu e o homem-gato morarmos juntos. Ficavam falando que não aceitavam bichas. Queriam nos matar. Sorte que apareceu na novela um casal homossexual, também mostrava que não tinha nenhum problema. Aí o pessoal aceitou mais nosso namoro. Nossa ONG ia bem e nosso barraco era lindo. O gato falava em oficializar tudo, causar polêmica, sair na VEJA. Eu preferia uma festa simples, com trocas de alianças, mas sem documento e polêmica. Foi um período ruim do nosso relacionamento, não tínhamos momentos de alegria, discutindo o progresso das crianças. Agora nossa relação era muito íntima e eu não queria perder isso. Tinha medo de botar tudo a perder. Sentamos para decidir o que seria feito da nossa relação. O gato disse compreender minha preocupação e me contou sua preferência em fazer algo público. Entendi seu lado. Juntos decidimos que seria melhor mesmo fazer algo polêmico, não por nós. Mas por todos os caras que um dia foram reprimidos. A sociedade brasileira devia encarar isso. Fizemos então, o casamento que aconteceu na Ilha de Caras. Saiu muito caro, mas os meninos da favela venderam gatinhos por seis meses e eu e o gato pedimos no farol por três meses. E por sermos um casal polêmico que faria a revista vender muito, a Caras ainda deu 30% de desconto. Assim que a noticia da festa se tornou pública, recebemos vinte convites de entrevista, foi tão divertido ver nossos rostos estampados em revistas e pôsteres, mas nada foi melhor que a cara de bunda dos que eram contra a nossa união. O próximo passo era adotar uma criança, chegamos a anunciar isto numa entrevista, e fomos ridicularizados pela equipe. Processamo-os por danos morais e difamação. Fomos reembolsados com 50% dos lucros da edição e um pedido de desculpas formal e por escrito. Fomos a um orfanato e resolvemos escolher um menino com mais de seis anos, porem nenhum deles ser adotado por um casal gay. Ficamos muito chateados, ainda mais que a imprensa nos metralhou. Resolvemos mesmo assim adotar um garoto menor, ele sim gostava de nós, já que só tinha um ano e não fora afetado pelos conservadores idiotas. Criamos nosso bebê com muito amor. Ele cresceu na nossa ONG, aprendeu malabarismos e se tornou o melhor palhaçinho da comunidade. Tudo foi bem, até os seus seis anos. Ele começou a ter raiva de ser filho do casal viado (como nos chamavam os que ainda não nos aceitavam) e o filho do homem-gato. Foi ficando cada vez mais revoltado, não importava o que eu e o gato fizéssemos. Decidimos deixar a favela. Voltamos para minha antiga casa. Ele ficou deprimido por ficar longe de seus amigos. Odiou a escola nova. Pegou uma gripe forte e em uma semana morreu. Alguns jornais fizeram reportagens pequenas, eu não quis dar entrevistas. Mas o gato quis. Não o reconheci, ele estava usando a morte do nosso bebê pra aparecer. Brigamos feio. Ele disse que o garoto estorvava e que queria mais tempo comigo. Senti nojo dele. Começamos a nos empurrar e em dois minutos estávamos nos socando. Caímos no chão, eu por cima dele. Ele me arranhou, me socou e tentou me enforcar. Mas eu consegui lhe dar uma bofetada e ele me soltou. Então apertei seu pescoço com força: – Eu te odeio gato! Ele me olhou suplicante e perguntou: – Você vai me matar? – não agüentei, o soltei e deitei exausto no sofá. Fiquei olhando o teto durante uma meia hora, acho que cheguei a dormir. Quando saí daquele “transe”, me virei pra ele para avisar que queria o divórcio. – Gato, eu... – mas no chão só havia um gatinho. Por: Chu, Gigi e Lídia.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Sugestões

Essas são sugestões para subistituir a Koopa Troopa e o Jack,ou só a Koopa Troopa.Gostei da idéia de reformar o blog =]

Achei!

Como vocês já perceberam(ou não)descobri como fazer uma enquete. (Se não descobriu,vire os olhos para o canto esquerdo do blog) O caminho:painel-configurações-layout-adicionar um gadget-adicionar uma enquete. Talvez as alternativas deixem a desejar,mas não tinha muita idéia de quantos textos,se não gostarem de nenhuma,deixem sugestão no comentário ou criem outra enquete ou esperem até dia 30 quando essa acaba.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Seleção de textos.

Então gente, fiquei realmente empolgada com esse negócio de publicações de textos. Acho que daria umas coisas legais. Sugiro que só sejam selecionados textos literários, porque tem muuuuito texto. ai já fica algo mais específico e fácil de selecionar. Textos literários que digo, são todos os que não são comentários pessoais do tipo: hoje estou feliz (estilo uns de "nã tenho nada pra fazer então to aqui), críticas de livros/filmes e coisas próximas. Enfim, acho que entenderam, textos textos (com história). Outra coisa que sugiro é de ser estipulada uma quantidade máxima e que haja uma seleção por votos. E que podem ser divididos por ano de postagem, mês, data...sei lá..pra ficar mais fácil a votação. Dá pra fazer enquetes aqui, né? Enfim...aceito sugestões. Comentem aí! =)

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Precisa-se de examinadores para o vestibular
De preferência,com traumas profundos(perda dos pais de forma trágica,abusos,violência,abandono na infância,tensão familiar séria,entre outros).Com,no mínimo,conhecimento sobre métodos de tortura psicológica.Os candidatos devem ser mestres ou doutores em qualquer matéria,desde que seja completamente inútil.Paga-se bem.
P.S.:Fruto de exercícios massacrantes,trágicos(UNICAMP),da leve pressão que coloco sobre mim mesma e de uma pontinha de loucura :P

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Hoje comprei um Trindent e não consegui nem mascar direito. Malditos apelidos. ¬¬

Mais Uma

Pra deixar o blog sempre ativo, vim postar mais uma recomendação. Dessa vez vou falar do Stranger Than Fiction, ou Mais Estranho Que A Ficção. Filme de 2006 que vem mostrar caras velhas em papéis novos. Dirigido por Marc Foster e vindo do roteiro de Zach Helm, Mais Estranho Que A Ficção traz um tipo diferente de comédia/drama. É a velha história de protagonista dentro de um livro do filme. Refiro-me ao velho estilo de filme, em que a personagem principal vê sua história sendo contada como um livro. Mas, Marc Foster quis fazer algo diferente. Inicialmente, Harold Crick(Will Ferrell) começa a ouvir uma voz que narra sua vida. Então resolve pedir ajuda a um mestre literário(Dustin Hoffman) de modo a desvendar que tipo de história ele está envolvido. Paralelamente e coesivamente, ele conhece Ana Pascal(Maggie Gyllenhaal) e a partir de seu relacionamento com a moça, tenta determinar se vive uma tragédia ou comédia. Marc Foster acerta em Mais Estranho Que A Ficção principalmente por não se tornar óbvio apostando na inteligência do espectador, algo mínimo para um bom filme. Com um humor rápido e sutil, como podemos ver na cena que ela sai na hora errada do ônibus, o filme vai aproximando o espectador do protagonista na medida em que esse tentar tomar controle de seu destino. Por fim, temos uma relação de ficção-realidade incrível. De modo que o filme vira um de seus argumentos. Não vou dar spoiler, mas o final decepciona a princípio, porém depois comprova a idéia que o filme traz usando-se de exemplo. Resumindo, é um drama com um toque de comédia e estranhamente ficção. 4 estrelas

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Os meus e os dela

---Coisas no sense de uma pessoa e seu pseudônimo no sense---
P.S.:Marie invadindo:Não gostei dos óculos e não queria usar,a Lídia estava querendo fazer montagens e viajou na maionese.Sofia,estou contigo.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Pessoas

Grávida de trigêmeos bivitelinos. Aqui só nascerá o isolado, os outros dois tendem a ser grudados demais e soam como mais importantes. O parto. Se ele não nascer não nascerá os outros ou não dormirei essa noite pensando nele, e como ele poderia ter ficado lindo, grande ou mirrado mas, simpático. Milhares de pessoas, acho que dessa vez não exagero, porém vou falar com garantia; centenas de pessoas passam por mim todos os dias. São milhares ou centenas de pensamentos diferentes. Milhares ou centenas de vidas diferentes. São milhares ou centenas de realidades diferentes. São milhares ou centenas de escolhas diferentes. Se apenas uma única pessoa resolvesse falar comigo. Ela, a única, faria da matemática, com suas probabilidades, um caminho. Ela se isolaria das outras, se destacaria na minha realidade, pensamento, vida de todas as milhares ou centenas de pessoas. Mudaria consideravelmente o destino, se é que existe, o caminho da vida de uma forma mais efetiva. Afinal, só de essas milhares ou centenas de pessoas já estarem no mesmo local que eu, interferem na minha vida e nas delas também. Todos os dias peço pra mim mesma, pro meu destino - o caminho da vida- faça esse encontro com o desconhecido. Não que minha vida seja um completo tédio, só de monotonia. Mas espero com ansiedade o que o imprevisto pode me dar de presente. Esse encontro de realidades. Passo por todos com a mesma cara de auto-confiança que finjo ter, vou até o final da plataforma, pro último vagão. Assim tem menos gente, menos contatos, menos possibilidades de dar errado qualquer choque de realidade não desejado. Abro um texto de arte renascentista,muito metida para um trem, nele: " a arte reflete sua realidade, seu contexto". As pessoas são tudo o que as rodeiam, ou só a arte? Renascimento, século XVI, quinhentos anos atrás...Voltar quinhentos anos, fugir quinhentos anos, não estar quinhentos anos à frente. Finjo ler o texto, na verdade as pessoas quinhentos anos após são mais interessantes. Completos reflexos dos quinhentos anos passados. Agora um deszoom temporal. Estou na frente de um computador escrevendo, parindo idéias. Inúteis com toda a certeza. Impessoalidade máxima, não correrá risco de me chocar. É melhor garantir o previsível pra não se machucar ou machucar alguém. Ouço choros abafados, talvez nem tão distantes, será uma ilusão de minha consciência, uma repressão por ser assim?

Texto antigo, mas relevante

Desiludido Canto Ateu Estou certo, vou parar de morrer Vou ficar longe dessa frieza Às vezes acho que estou sozinho Às vezes tenho certeza Quem diz aqui já conhece a morte Não vi Deus, nem céu, apenas minha voz a ecoar Você se esforça para deixar sua crença mais forte E não vê que tudo que acredita é um mito a se contar Não é mais escuro do lado oposto Nem é mais bonito do que a verdade Tenha a sabedoria de que não tem um bom gosto O fim da vida ainda sim é menor que sua maldade Chorei até sangrar lágrimas no meu rosto Mais belo que seu Deus é um ato de bondade Calamidades para o céu eu gritei Desafiei a vida, nem assim ele me olhou Pela luz, convicção e caminho implorei Até um castigo eu aceitaria, ele sequer se incomodou Hoje, você vai ouvir meu corpo Estou com você, vamos ser parte um do outro Não há castigo pra mim, estou sozinho e morto Estou dentro e com você, em cima, em baixo, e envolto Não me diga que você escreve por linhas tortas Porque conheço teus caminhos Forjados em humanos que ainda sonham sozinhos Um sonho que nunca ninguém vai ver Nem mesmo aqueles que se puseram a morrer Os que descobrem a verdade já não tem a quem dizer Não venho chamar sua atenção Essa, ninguém além de todos pode ter O que venho buscar junto com perdão É uma luz no fim do túnel pra se correr A minha alma faleceu Meu corpo pereceu Meu coração endureceu Mas até no inferno, ainda serei ateu Se o senhor é bondoso como dizem Porque há tantas mortes e maldades? Porque destrói tanto se é o Criador? Porque não nos mostra solidariedade? Dentre as coisas que conheço, Nada sei mais do que a dor Eu amei você a vida inteira sem valor Pelo menos demonstre uma vez o que é amor Esse canto você sempre vai ouvir Tua cria nunca vai te esquecer A verdade que está sempre a sorrir É que sua mentira nunca vai morrer

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Fui assaltado de novo (duas vezes em quarenta dias).
Dessa vez levaram minha bicicleta e meu MP4 recem-ganhado com 4 dias de uso (¬¬). Algo que me faz pensar o quanto é vantajoso ser um criminoso whatever.
Guardei dinheiro por um ano pra montar aquela bicicleta, avaliada em aproximadamente R$900,00. Semana passada perdi o MP4 na rua, não sei onde nem como. Ganhei outro da minha mãe como presente de aniversário. Não foi paga nem a primeira prestação ainda (¬¬).
Perdi a motivação de trabalhar para ter o que quero. Outro bostinha whatever que nem aqueles vai acabar levando embora também.
Posso muito facilmente conseguir uma arma em alguma boca whatever e começar uma vida como assaltante. Tudo que eu quisesse seria alcançado sem muita dificuldade. Com a cabeça fria que eu sei que tenho, planejamento e contatos não seria difícil conseguir uma outra bicicleta até melhor que a minha, ou mesmo um carro ou whatever.
É muito fácil chegar e passar a mão em cabeça de bandido falando que ele é uma vítima da sociedade. Eu sou tão vítima da sociedade quanto ele.
Falta polícia efetiva no país.
Essa maldita lei do desarmamento tirando armas dos civis, a polícia trabalhando contra as pessoas erradas e a certeza da impunidade. Quer coisa melhor?
Já que sou vítima da sociedade, eu vou roubar, matar, estuprar, traficar, etc.
Não vou trabalhar honestamente pra boyzinho/merdinha vir e me tirar o que eu conquistei com O MEU suor.
A vítima não rouba uma bicicleta e nem um Banco, ela rouba comida. Essa pessoa precisa de ajuda, apoio, mas pra que? Pra perde a conquista pra um outro merdinha? É muito mais conveniente sair roubando, matando. Pelo menos se me roubarem, pra recuperar é dois palito.
Tem gente morrendo na mão de moleque que nem os que levaram minha bicicleta. Gente que conquistou o seu espaço, "cultivou" uma família.
Agora põe na mente que os filhos desse cara nunca mais vão vê-lo.
"A vida é sofrida,
Mas não vou chorar.
Viver de que?
Eu vou me humilhar?
É tudo uma questão
De conhecer o lugar.
Quanto vem,
Quanto tem,
Minha parte quanto dá?
Porque
Hoje eu sou ladrão,
Artigo 157.
As cachorro me ama,
Os playboy se derrete.
Hoje eu sou ladrão,
Artigo 157.
A polícia bola um plano,
Eu sou o HERÓI dos pivete."
Racionais Mc's - Eu Sou 157

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Extensão (ou identidade)

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O recomeço

Gravata ajeitada, véu posto. Flashes, flashes, flashes. Igreja e branco. Não sou católica nem virgem. ‘Mas tradição é tradição’, disse minha futura sogra. Festa glamourosa, tudo o que sempre sonhamos nos nossos seis meses de namoro/noivado.
O que tínhamos em comum? Fomos padrinhos do mesmo casamento. Ambos sentíamos aversão à festas de família, pois todos nos cobravam por sermos solteiros.Tínhamos ilusões em comum.E queríamos um casamento perfeito.
Lua- de- mel na Grécia.
Apartamento dele que com uma breve reforma virou nosso.
Olhares. Sorrisos. Dias inteiros de amor. Felicidade. Perfeição.
Um dia ele fez xixi na tampa da privada e eu estava na TPM. Primeira briga. Banal.
Segunda briga.Acusações da primeira voltam a ser feitas.Foi o começo do fim.
Terceira. Quarta. Quinta. Sexta... Perdi a conta.
Um ano de casados.
Festinha bonitinha no ninho. Mas para nós era tudo meio forçado. Só no final da festa é que conseguimos sentir a velha ternura.Naquela noite, fizemos amor como no início.Decidimos salvar nosso casamento. Fomos ao divã. Exercícios. Análises. Vamos discutir a dinâmica do relacionamento.
Frustração.
Novo terapeuta.
Vocês trabalham bem em equipe?
Comunicação não violenta.
Paciência.
Meditação.
Renovar o namoro.
Tudo inútil.
Eu o acusava de ser falso.Ele dizia o mesmo de mim.
Depois de meses consegui enxergar o quanto eu havia ‘mudado’.Na realidade havíamos mostrado um ao outro apenas nossas melhores qualidades.E quando tivemos de viver efetivamente a vida em comum, não conseguimos manter a seleção de personalidade.Decepção pessoal.
Domingo.
Vinte e dois meses de casados.Caiu o sinal da TV a cabo.
Acusações.
Rancor.
Xingamentos.
Gritos.
Ameaças.
Caímos um ao lado do outro no sofá, exaltos.
Silêncio por algum tempo.
Olhei pra ele.Ele olhou pra mim.Nos abraçamos.Estava acabado.Choramos?Não. Não estávamos de luto pela nossa relação.Ela não tinha base, a euforia do namoro/noivado nos cegara.
Papelada.Advogados.Pensão?
Não quero.
Tirei férias.Pensei em viajar.Mas minha vida precisava de mim.Já tinha vendido meu antigo apartamento, logo tive de comprar outro.Cheguei a visitar alguns parecidos com o anterior.Então percebi que não precisava de um lounge,que não queria mais todo aquele glamour,já não queria ouvir o salto batendo no chão do apartamento o tempo todo.Pra quê usar salto dentro de casa?Conclui que algumas atitudes que tinha eram ridículas.Comprei um apartamento pequeno e simples.Móveis simples.
Olhei para minha simples sala.Deitei no sofá.Eu já não sou mais a mesma.Será que voltarei ao que era?Não sei e não quero.E tenho medo.Voltarei ao divã.
PS: Sim, mes amis eu, Marie Flufflin mudei de statistique.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

outro pequeno trecho da "Saga da Ariadne" como diz o Lhamo xDD

O 3º Batalhão do G.A.T.E. estava reunido em uma sala do DP recebendo instruções do Capitão Machado. Ele falava de ações táticas em espaços fechados como bancos, por exemplo, mas foi interrompido pela chegada de um Tenente da PM.

– Com licença, Capitão. – Disse o Tenente. – Tenho um recado para o André. Em particular, Senhor.

Machado fez sinal positivo para André, que agradeceu e saiu da sala.

– Sim, Tenente?

– André. Acharam a bolsa da sua filha. – E antes que André pudesse falar, completou. – Encontraram tem umas duas horas, com um playboyzinho perto de Osasco.

– E ele?

– Tentou reagir a abordagem da PM com um cano de ferro. Relataram que estava drogado.

– Foi preso?

– Não. – Respondeu o Tenente com um pedido de desculpas no olhar.

– Ele agrediu a minha filha! – Disse André indignado.

– É verdade. Mas se me permite dizer, Soldado, ele pagou fiança “adiantado” a alguém quando chegou na delegacia. Só estou dizendo o que ouvi dos policiais que o abordaram. Aliás, a bolsa será trazida para você mais tarde.

André pensou um pouco antes de perguntar:

– Quem é o moleque?

– Não sei o nome, mas devem ter registrado na ficha criminal.

– Eu quero o endereço desse cara.

– André, esse não é o melhor jeito. – Disse o Tenente, mas André agora ouvia muito pouco.

– Você tem filhos, não tem?

– Tenho sim, Soldado.

– E se fosse um dos seus?

O Tenente não respondeu, o que não poderia ser melhor confirmação de que concordava.

– Muito bem, então. Te trago o endereço do cara junto com a bolsa.

– Obrigado, Tenente.

Danielle saiu da escola e foi visitar Ariadne no hospital sem nem almoçar. Estava ansiosa para ver a amiga e pedir desculpas por não ter ligado.

Quando entrou no quarto, se deparou com um garoto que não conhecia. Este conversava com Ariadne demonstrando intimidade. Nenhum dos dois percebeu a chegada de Danielle, que se anunciou com um “oi” tímido e fraco.

Ariadne respondeu com um gesto mínimo e Diego a cumprimentou um pouco surpreso. Ariadne apresentou os dois e voltou a conversar com Diego.

– Ah, Di. – Disse Ariadne olhando para Danielle rapidamente ao falar o nome do amigo. – Você não teve culpa.

– Não, bebê. Eu devia ter ido atrás de você. Se eu não te conhecesse como eu conheço, teria te levado pra casa. Mas você faz tanta questão de ser teimosa. – Respondeu ele alisando os cabelos dela.

– Desculpa, Di... – Pediu Ariadne olhando para Danielle novamente.

– Só se você me prometer que das próximas vezes que a gente sair, você me deixa te levar até em casa.

Ariadne concordou com um brilho diferente no olhar e ainda mantendo os olhos em Danielle.

Esta brincava com o cabelo, como se quisesse fazer parte da paisagem, enquanto olhava para o chão, mas sempre lançando rápidos olhares para a amiga.

Ariadne e Diego conversaram mais um pouco. Diego não desviava o olhar de Ariadne e esta o alternava entre ele e Danielle, que continuava mexendo no próprio cabelo.

– Bebê, posso ir agora? Falei pra minha mãe que ia almoçar em casa...

– Ah... Tem que ser agora? – Perguntou Ariadne.

– Desculpa... Eu volto à noite.

– Promete?

– Prometo.

– Tá bom, Di. Manda um beijo pra sua mãe.

– Quem era seu amigo, Ari? – Perguntou Danielle, quando Diego já havia ido embora.

– Ah, o Di... – Respondeu Ariadne displicente.

– Ele tava com você no dia do assalto?

– Tava. A gente tinha ido ao cinema. – Disse mantendo o tom anterior.

– Vocês...

– Só um beijinho. Nada demais.

– Faz tempo que vocês se conhecem?

– A gente namorou um tempinho ano passado, mas ainda sai de vez em quando, mesmo tendo terminado.

– Você gosta dele?

– Não tem como não gostar, ele é legal comigo, me trata bem, sempre me liga...

– Ah é, essa história de ligar...

– O que tem?

– Eu não liguei por isso. Sei que sou a primeira garota com quem você fica e não tava afim de ser só uma aventura. Queria algo sério, mas já vi que você não pensa assim.

Ariadne não sabia o que dizer e Danielle não estava disposta a facilitar. Esta ia saindo pela porta, quando Ariadne a chamou.

– Eu fiz besteira, me desculpa!

– Pensa bem. – Respondeu Danielle de costas. – Vai que você muda de idéia...

Danielle passou por Vanessa quando saía. Esta cumprimentou a outra, mas não teve retorno.

– Nessa, que bom que você veio! Tá com o celular?

– Quê?

– Dá o celular!

Vanessa entregou o celular sem muita certeza do por que. Ariadne discou o número de Danielle decidida. Não sabia o que ia falar, não sabia se aquela dor que sentia era falta de analgésico. Só sabia que precisava dela, precisava ouvir a sua voz e, mais do que tudo naquele momento, sentir o seu toque macio.

Ela atendeu ao telefone, mas ao ouvir a voz de Ariadne desligou o aparelho sem dizer nada.

Ariadne sentia uma profunda tristeza. Desabafava com Vanessa, mas não era suficiente. Queria muito falar com Danielle, que não atendia ao telefone. Será que ela chorava como Ariadne neste momento?

André saiu do DP e foi diretamente ao hospital levar a bolsa para a filha, que ainda chorava quando ele entrou.

– Ariadne... – Chamou. – Tudo bem?

– Sim. – Mentiu ela tentando parar de chorar.

– A Dani veio?

Ariadne acenou com a cabeça, sem conseguir responder verbalmente

– Aconteceu alguma coisa?

Ariadne fez que não.

– Vanessa, por favor, nos deixe um minuto.

Vanessa obedeceu imediatamente.

– Ariadne, – Retomou André. – talvez não agora, que eu tenho um pouco de pressa, mas qualquer coisa que queira me dizer vá em frente e diga. Quando você fica triste eu também fico.

Ariadne não falou e nem demonstrou vontade de falar. André como havia dito tinha um pouco de pressa e não esperou muito mais. Entregou-lhe a bolsa, que ainda tinha os documentos da garota, e foi embora.

André se dirigiu à loja de armas onde comprou o M4, para comprar o G3 SG1 que foi oferecido da outra vez.

O vendedor não questionou o fato de André estar comprando um rifle que há duas semanas não tinha dinheiro para comprar e vendeu a arma, quatro pentes e mais cem cartuchos, somando onze mil quinhentos e vinte reais, que André pagou à vista com cartão.

Não era complicado chegar à casa do “playboy”. André chegou lá por volta das 20:00. Bateu na porta e esperou até que uma mulher com seus quarenta e poucos anos atendeu à porta. André estava com o equipamento tático completo, incluindo a balaclava, o que fez a mulher se recusar a deixá-lo entrar. Com paciência e um pouco de persuasão, André conseguiu permissão para entrar na casa e falar com o garoto.

A mulher, mãe do garoto, esclareceu que ele já prestara depoimento na delegacia e fora liberado, ao que André respondeu que ele seria submetido a outro interrogatório e ele, André, levaria o garoto sozinho.

Ela resistiu, fazendo André usar spray de pimenta nela para poder pegar o garoto, que descera a escada perguntando à mãe o que estava acontecendo.

André pegou o rapaz pelo pescoço enfiou a pistola na sua cara e o fez sair da casa. Algemou-o e o fez entrar no carro. André sentou ao volante e foi para o local do assalto, dito por Wesley e Bruno. Tratava-se de uma rua pouco movimentada, onde André tirou o garoto do carro e deu a primeira coronhada na testa.

– Você lembra do que fez aqui na noite de ontem? – Perguntou André muito nervoso ao garoto caído no chão.

– Não senhor.

André deu a segunda coronhada e repetiu a pergunta com mais força.

– Não fiz nada, senhor, eu sou estudante!

– Estudante, é? Seu maconheiro desgraçado! – Xingou dando a terceira coronhada.

– Tá bom, senhor. Eu bati numa menina. – Respondeu chorando.

– Com o que, seu desgraçado? – Perguntou André dando um soco na boca do rapaz.

– Com um cano! Um cano! – Respondeu virando de bruços.

– Não vai virar as costas pra mim, não, seu otário! – Disse André dando outra coronhada na nuca do garoto.

O “playboy” escondia o rosto ensangüentado com os punhos algemados enquanto chorava.

– Você bateu numa menina com um cano só pra roubar ela?

– Sim, senhor, foi só isso!

– Como só isso? – Perguntou gritando e batendo no garoto mais um pouco. – E se você matasse ela?

– Perdão, senhor!

– Perdão é o cassete! Quanto você pagou pra ser liberado?

– Duzentos, senhor. – Respondeu desesperado.

– Prefere ser preso ou continuar apanhando?

– Sou estudante, senhor, não posso ser preso.

– Ah não?!

André foi até o carro e pegou o recém-comprado G3. Um senhor passava por eles, mas não gastou muito tempo para ver a cena.

– Pode olhar, senhor. É a justiça sendo feita! – Gritou André para o homem, que não olhou para trás e nem demonstrou vontade de olhar. E voltando-se para o garoto. – Vou perguntar de novo. Apanhar ou ser preso?

– Por favor, senhor...

André deu outra coronhada, mas desta vez com o rifle, talvez tivesse quebrado a mandíbula do outro.

– Apanhar ou ser preso?

Como o outro não respondeu. André deu alguns chutes em seu corpo. André o ergueu e encostou-o na parede. Deu duas coronhadas com o rifle em seu nariz e em seguida outra da esquerda para a direita. O garoto foi novamente ao chão.

– Sabe por que você não vai ser preso? – Perguntou num sussurro ao ouvido do outro. – Porque não vai sobrar você pra colocarem numa cela. Você perdeu.

André levantou e chutou o rosto do garoto.

– Sabe o que mais me incomoda agora? Você virou a vítima. E por você, seu playboyzinho de merda, se eu te mato, amanhã ou depois tem passeata pela paz. – Disse com um sorriso nervoso. – Não é irônico?

André pegou a pistola, engatilhou e mirou.

mais uma vez, tive ajuda da própria Ari.

desta vez na parte que a Dani conversa com a Ari no hospital

nom consta aki, mas resumindo:depois d a Ari ser levada ao hospital, a Camila ligou para a Dani a fim de saber sobre a Ari, que nom chegava em casa e nom atendia ao celular. assim descobriu que a Ari tinha sido agredida, contou para André e ambos sairam a procura dela. como André é policial, não demorou mto para axa-la, se dirigindo ao hopital em seguida. lá Camila ligou para Dani e contou onde Ari estava.

Dani foi ve-la no dia seguinte (segunda)

vlw gente

obrigado pelo apoio

domingo, 13 de setembro de 2009

Um Hino Ao Amor

Mais uma recomendação. Mas atenção, estejam preparados para um péssimo diretor. Estou falando do filme Piaf - Um Hino Ao Amor um filme belo e muito técnico, mas com um roteiro confuso e um diretor pouco ousado. Mesmo assim, o filme se torna uma boa experiência. Como de costume das cinebiografias musicais, temos uma protagonista excêntrica e muito bem representada. A jovem Marion Cotillard demonstra um talento digno do Oscar que levou. Destaque para cenas em que ela entra no palco pela primeira vez, aterrorizada. Mas até como criança Piaf - que significa pardal, em francês - é homenageada, já que as pequenas atrizes Pauline Burlet e Manon Chevallier mostram vigor ao mostrar uma criança doce, notável na cena em que Edith canta o hino da frança(belíssimo!) na rua e encanta pela primeira vez seu público. Mas Olivier Dahan faz um aborto cronológico. Há vários cortes sem sentido e que alteram o peso da história dificultando o entendimento da mesma e afastando a protagonista do público. Além disso, a filha de Edith Piaf mal é retratada pelo cineasta de forma que quando descobrimos sobre ela parece inacreditável que o filme esteja mesmo se referindo à filha da cantora. Com uma trilha sonora deliciosa, ótimas atuações e uma fotografia que acompanha o ritmo da história, La Môme(título original) merece ganhar seus Oscars de melhor atriz e melhor maquiagem. Mas é uma pena que nem o diretor, nem o roteirista almejaram uma grande obra, fazendo uma triste homenagem à magnífica cantora francesa. 3 estrelas

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Aproximadamente 2 bilhões de pessoas vivem indignamente pela pobreza.

"I dreamed a dream in time gone by When hopes were high and life worth living, I dreamed that love would never die I dreamed that God would be forgiving." Apenas o que resta sonhar.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

mais um curto trecho da história da Ariadne

Ariadne estava voltando a pé para casa. Precisava de tempo para pensar.

Enquanto caminhava seu celular tocou. Pegou o celular e viu que Danielle finalmente ligava. E agora? Como poderia falar com ela depois do que fez? Abriu o celular e ia responder, quando algo frio como metal bateu com força em sua nuca. Seu gemido de dor foi ouvido por Danielle enquanto caía ao chão. No outro lado da linha, Danielle assustada chamou pela outra ao telefone que agora estava abandonado a pouca distância de onde a dona do aparelho tentava entender o que estava acontecendo.

Seu agressor não parou, bateu em Ariadne com o cano de ferro mais algumas vezes. Pegou a bolsa da garota e bateu com o cano no braço que Ariadne erguera numa fraca tentativa de se defender.

Pelo telefone ainda aberto, Danielle ouvia a amiga gemer enquanto era agredida violentamente. Danielle chorava. Não podia acreditar que fosse verdade, não podia ajudar, não sabia onde a amiga estava e não conseguia desligar o telefone.

Ouvia o som do cano batendo no corpo de Ariadne que agora devia estar inconsciente, já que parara de gemer.

Danielle chorou com mais força enquanto o telefone caía de sua mão. Era como se um pedaço dela estivesse sofrendo aquelas agressões e prestes a morrer.

O agressor finalmente parara. Pegara o celular no chão e fora embora levando também a bolsa da garota.

Ariadne, sem poder movimentar o corpo, pensava em Danielle, nas coisas que talvez nunca dissesse. Um som de motor vinha de longe, se aproximando. Já perto de Ariadne pararam o veículo. Tinha medo de sofrer mais. Uma porta foi aberta.

– Que aconteceu aí, irmão? – Um homem perguntou distante.

– Porra! Foi grave! Ajuda aqui! – Disse um outro bem próximo de Ariadne.

Carai! – Respondeu o primeiro homem, que agora se aproximara.

Ariadne sentiu seu corpo ser erguido por dois braços fortes.

– Abre a porta pra mim. – Disse o homem que a carregava.

O som de uma porta de carro abrindo chegou a Ariadne e ela foi posta cuidadosamente em um banco macio. As portas se fecharam e o carro voltou a andar.

– Pro hospital, irmão?

– Óbvio que é pro hospital, sua besta! – Respondeu o homem que agora ia com Ariadne no banco de trás. – ‘Cê não consegue falar, né? Beleza...

Os bolsos da calça da garota foram cuidadosamente vasculhados e de um deles foi tirado um cartão escolar.

– Então, seu nome é Ariadne? Beleza, Ariadne. A gente vai te levar prum hospital. Vamo’ te ajudar.

Poderia ser mentira, mas isso tranqüilizara Ariadne, que aos poucos perdia a consciência, enquanto lembrava de Danielle.

postado com muito atraso

jah tinha escrito essa parte há algumas semanas, mas whatever

espero que tenham gostado.

qualquer duvida posta nos comentário que eu posso responde

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

25-Myrella

Era um hotelzinho antigo e sujo. Na realidade, era onde as prostitutas do centro atendiam seus clientes. Depois de mais de trinta denúncias de agentes de saúde, fora interditado e devido às dívidas do dono, leiloado. Então ele entrara na história, ele trabalhava na empresa de demolição.
Na porta, em números que um dia foram dourados, lia-se 25 e embaixo o nome da ocupante escrito com batom 'Myrella'.A moça também deixara a marca de sua boca.
Abriu a porta. O chão, como no hotel inteiro, era de madeira,cheio de fendas. As paredes deviam ser cor-de-rosa, mas o tempo as deixara com um tom amarelado.Do lado esquerdo havia uma marca na parede indicando que ali fora o lugar de um espelho. Marcas no chão indicavam o lugar da cama e de uma penteadeira. A janela era de madeira, também muito velha e cheia de frestas.
Parecia que ainda era possível sentir o cheiro do perfume barato da moça. Sentia que a qualquer momento ela entraria e o envolveria em seus braços e naquela atmosfera suja que ele sempre tivera curiosidade de provar.
‘Chega. ’Pegou a marreta e as ferramentas. Arrancou a janela, a porta e derrubou as paredes. O hotel foi envolvido pela poeira e pelo barulho de pelo menos dez marretas que batiam ao mesmo tempo.
Um pouco antes do fim do expediente, atreveu-se a levantar as tábuas do assoalho para ver o que encontrava. Alguns insetos mortos, pitucas de cigarro, algumas moedas, três alianças e algo que talvez fosse um ninho de rato. Ao examinar mais de perto, percebeu que eram calcinhas e meias de renda que os ratos haviam roubado de Myrella. As peças estavam roídas e sujas, mas com certeza agradaram muitos homens antes de agradar aos ratos.
Após mais um dia de trabalho, o antigo hotel foi reduzido a um monte de entulho.
Algum tempo depois, ao passar pelo terreno entulhado, sentiu como se tivesse freqüentado aquele lugar, podia ouvir as vozes das moças com seus clientes, via o corredor de paredes ensebadas parcialmente iluminado, com seus quadros simples e meramente decorativos. Sentia o cheiro do perfume barato. Sentiu saudades das lembranças que nunca vivera.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Foi com o vento.

Vi hoje o grande clássico de todos os tempos E o vento levou. Não estou recomendando, já que esse é um filme que não precisa disso. Quando comecei a ver o filme me senti rapidamente confortável. "Estou favorecido com tudo o que sei de história e cinema, e o arco narrativo não será nada mais do que o primeiro e maior de todos os clichês". Tolo engano. O filme usa de idéias e artifícios pouco usados, é recheado de reviravoltas dramáticas e desenvolve um ritmo constante, calmo e encantador. Os protagonistas são simplesmente magnéticos, pra falar o mínimo. Dito isso, o filme ainda mudou minha visão sobre a guerra da secessão e seus participantes. Também me mostrou uma relação senhor-escravo muito interessante e pouco explorada por outros filmes. Não à toa, nossa coadjuvante escrava levou o oscar de 39(a primeira de sua etnia a atingir esse prêmio). Bom, resumindo, para todos que tem dúvidas se esse filme é um clássico merecidamente, eu as sano, sim! É O clássico. Mas não se rendam às suas quatro horas de projeção, ele vale a pena. Assisti muito cansado, e não peguei no sono em nenhum momento. Ufa! Desabafei!

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Bobagens

O prelúdio, perdido e sangrando; o fim chorando e o começo se retorcendo. O meio é um sádico vendo o circo pegar fogo e se divertindo muito com isso. Quando se chora e por bobagens,quando se odeia e mata, quando se mente,quando se é feliz,vivemos na miséria de uma sociedade onde aprendemos que o que não gostamos é bobagem, que quando uma pessoa discorda, suas motivações são bobagens, que a felicidade está nas coisas simples, nas bobagens. Somos a bobagem, é assim que nossa grande sociedade e cultura lida com nosso universo e suas peculiaridades, banalizamos, pois se sabe que banalizar é algo que torna mais tragável, uma droga doce e viciante, torna mais fácil para você encarar o fato de que tudo que você acredita é contrariado todos os dias e você não faz nada, não que devesse fazer, ou que pudesse fazer, mas banalizar torna mais fácil ignorar. E claro, não fugindo a regra, esse texto também é uma bobagem, cheio de baboseiras, e acreditar nele, refletir sobre ele, isso sim é uma bobagem extraordinária; mas pensemos nisso um instante, banalizamos tudo vira normal, apenas pequenas bobagens, isso me deixa puto, mas mesmo minha raiva (um sentimento conhecido por tornar as pessoas normais em descontrolados, claro que isso acontecer é normal, não é sinal de problemas psiquiátricos) é totalmente, completamente uma bobagem, certo? Não interfere no real humor, inabalável, mascara de todas as horas, estereotipo que é uma armadura constante. Agora sinta toda a redundância cansativa desse texto, saboreei toda raiva e indignação reprimida nele que é forçada por mim nesse instante, pense em mim, que apesar de toda suposta consciência, é um babaca que nunca nem sequer tentou fazer a diferença nessa sociedade ou em qualquer outra, e tenta extravasar isso na contente ilusão de que esse texto é uma ação, e não apenas masturbação moral. E mesmo que não seja ilusão, mesmo que vire ação e isso ajude a mudar as coisas, penso em quantos entenderiam a real essência desse texto, penso em todos os textos e livros mal compreendidos, que ao se tornarem ação resultou em estupros, violência, morte, tortura e tudo que era perguntado, no que acreditar, pelo que viver ou morrer? Pelo que matar? Pelo que violentar a mente das pessoas inocentes as fazendoelas acreditarem que somos grandes exemplos a serem seguidos? E como sempre, inevitavelmente, os motivos escolhidos foram quase sempre, bobagens.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Huumm...

- Deus existe ?
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-Tomara!