quarta-feira, 30 de setembro de 2009
Febre capitalista
terça-feira, 29 de setembro de 2009
Gazette - Reila (レイラ)
Desde que eu te conheci, quantos machucados eu suportei? E quantos me suportaram?
Queria que você contasse só pra mim quando estivesse deprimida, e não pra todo mundo
A verdade foi queimada nos meus olhos
O que é você; imobilizada pelo silêncio, pensando?
Eu não preciso de uma razão se ao menos você a retornasse para mim
O quão mais é você; que se tornou nada
Mais machucada do que eu, que fui deixado para trás
Mesmo que nada tenha começado
Mesmo que eu ainda não tenha dito essas palavras à você
Em algum lugar
Reila...
Mesmo se eu tentar dizer o seu nome
esta voz não te alcançará
Reila...
Abra seus olhos e sorria para me mostrar que foi tudo uma mentira...
Vamos à algum lugar amanhã, se for um lugar que você deseja ir
Eu irei até lá, não importa onde seja
Você sempre foi assim, desde que eu me lembro
Você estava indo pra algum lugar
Mais uma vez me deixou pra trás e correu sozinha
Não posso mais te alcançar, não posso mais te alcançar
Mesmo já tendo te encontrado
Tudo que eu guardei dentro de mim transbordou
Tornou-se lágrimas e vazou
Reila...
Essas palavras que eu não pude dizer
Reila...
Eu canto-as pra você aqui e agora
Reila...
Eu te amo mais do que qualquer um
Reila...
Eu te amo, eu te amo...
O quarto em que nós dois estávamos está do mesmo jeito de antes
eu não tranquei a porta pra você poder voltar pra casa à qualquer hora
Estarei sempre esperando por você, mesmo sabendo
Ainda posso ver sua figura abrindo a porta
Amanhã você certamente voltará pra casa, certo?
As marcas prateadas do tempo
segunda-feira, 28 de setembro de 2009
Aos pedaços
domingo, 27 de setembro de 2009
VIVA A PROLIXIDADE!
sábado, 26 de setembro de 2009
Algumas considerações.
quinta-feira, 24 de setembro de 2009
Atenção:órgãos na calçada
O Gato
quarta-feira, 23 de setembro de 2009
Achei!
terça-feira, 22 de setembro de 2009
Seleção de textos.
Anúncio
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
Mais Uma
sexta-feira, 18 de setembro de 2009
Os meus e os dela
quinta-feira, 17 de setembro de 2009
Pessoas
Texto antigo, mas relevante
quarta-feira, 16 de setembro de 2009
terça-feira, 15 de setembro de 2009
O recomeço
O que tínhamos em comum? Fomos padrinhos do mesmo casamento. Ambos sentíamos aversão à festas de família, pois todos nos cobravam por sermos solteiros.Tínhamos ilusões em comum.E queríamos um casamento perfeito.
Lua- de- mel na Grécia.
Apartamento dele que com uma breve reforma virou nosso.
Olhares. Sorrisos. Dias inteiros de amor. Felicidade. Perfeição.
Um dia ele fez xixi na tampa da privada e eu estava na TPM. Primeira briga. Banal.
Segunda briga.Acusações da primeira voltam a ser feitas.Foi o começo do fim.
Terceira. Quarta. Quinta. Sexta... Perdi a conta.
Um ano de casados.
Festinha bonitinha no ninho. Mas para nós era tudo meio forçado. Só no final da festa é que conseguimos sentir a velha ternura.Naquela noite, fizemos amor como no início.Decidimos salvar nosso casamento. Fomos ao divã. Exercícios. Análises. Vamos discutir a dinâmica do relacionamento.
Frustração.
Novo terapeuta.
Vocês trabalham bem em equipe?
Comunicação não violenta.
Paciência.
Meditação.
Renovar o namoro.
Tudo inútil.
Eu o acusava de ser falso.Ele dizia o mesmo de mim.
Depois de meses consegui enxergar o quanto eu havia ‘mudado’.Na realidade havíamos mostrado um ao outro apenas nossas melhores qualidades.E quando tivemos de viver efetivamente a vida em comum, não conseguimos manter a seleção de personalidade.Decepção pessoal.
Domingo.
Vinte e dois meses de casados.Caiu o sinal da TV a cabo.
Acusações.
Rancor.
Xingamentos.
Gritos.
Ameaças.
Caímos um ao lado do outro no sofá, exaltos.
Silêncio por algum tempo.
Olhei pra ele.Ele olhou pra mim.Nos abraçamos.Estava acabado.Choramos?Não. Não estávamos de luto pela nossa relação.Ela não tinha base, a euforia do namoro/noivado nos cegara.
Papelada.Advogados.Pensão?
Não quero.
Tirei férias.Pensei em viajar.Mas minha vida precisava de mim.Já tinha vendido meu antigo apartamento, logo tive de comprar outro.Cheguei a visitar alguns parecidos com o anterior.Então percebi que não precisava de um lounge,que não queria mais todo aquele glamour,já não queria ouvir o salto batendo no chão do apartamento o tempo todo.Pra quê usar salto dentro de casa?Conclui que algumas atitudes que tinha eram ridículas.Comprei um apartamento pequeno e simples.Móveis simples.
Olhei para minha simples sala.Deitei no sofá.Eu já não sou mais a mesma.Será que voltarei ao que era?Não sei e não quero.E tenho medo.Voltarei ao divã.
PS: Sim, mes amis eu, Marie Flufflin mudei de statistique.
segunda-feira, 14 de setembro de 2009
outro pequeno trecho da "Saga da Ariadne" como diz o Lhamo xDD
O 3º Batalhão do G.A.T.E. estava reunido em uma sala do DP recebendo instruções do Capitão Machado. Ele falava de ações táticas em espaços fechados como bancos, por exemplo, mas foi interrompido pela chegada de um Tenente da PM.
– Com licença, Capitão. – Disse o Tenente. – Tenho um recado para o André. Em particular, Senhor.
Machado fez sinal positivo para André, que agradeceu e saiu da sala.
– Sim, Tenente?
– André. Acharam a bolsa da sua filha. – E antes que André pudesse falar, completou. – Encontraram tem umas duas horas, com um playboyzinho perto de Osasco.
– E ele?
– Tentou reagir a abordagem da PM com um cano de ferro. Relataram que estava drogado.
– Foi preso?
– Não. – Respondeu o Tenente com um pedido de desculpas no olhar.
– Ele agrediu a minha filha! – Disse André indignado.
– É verdade. Mas se me permite dizer, Soldado, ele pagou fiança “adiantado” a alguém quando chegou na delegacia. Só estou dizendo o que ouvi dos policiais que o abordaram. Aliás, a bolsa será trazida para você mais tarde.
André pensou um pouco antes de perguntar:
– Quem é o moleque?
– Não sei o nome, mas devem ter registrado na ficha criminal.
– Eu quero o endereço desse cara.
– André, esse não é o melhor jeito. – Disse o Tenente, mas André agora ouvia muito pouco.
– Você tem filhos, não tem?
– Tenho sim, Soldado.
– E se fosse um dos seus?
O Tenente não respondeu, o que não poderia ser melhor confirmação de que concordava.
– Muito bem, então. Te trago o endereço do cara junto com a bolsa.
– Obrigado, Tenente.
Danielle saiu da escola e foi visitar Ariadne no hospital sem nem almoçar. Estava ansiosa para ver a amiga e pedir desculpas por não ter ligado.
Quando entrou no quarto, se deparou com um garoto que não conhecia. Este conversava com Ariadne demonstrando intimidade. Nenhum dos dois percebeu a chegada de Danielle, que se anunciou com um “oi” tímido e fraco.
Ariadne respondeu com um gesto mínimo e Diego a cumprimentou um pouco surpreso. Ariadne apresentou os dois e voltou a conversar com Diego.
– Ah, Di. – Disse Ariadne olhando para Danielle rapidamente ao falar o nome do amigo. – Você não teve culpa.
– Não, bebê. Eu devia ter ido atrás de você. Se eu não te conhecesse como eu conheço, teria te levado pra casa. Mas você faz tanta questão de ser teimosa. – Respondeu ele alisando os cabelos dela.
– Desculpa, Di... – Pediu Ariadne olhando para Danielle novamente.
– Só se você me prometer que das próximas vezes que a gente sair, você me deixa te levar até em casa.
Ariadne concordou com um brilho diferente no olhar e ainda mantendo os olhos em Danielle.
Esta brincava com o cabelo, como se quisesse fazer parte da paisagem, enquanto olhava para o chão, mas sempre lançando rápidos olhares para a amiga.
Ariadne e Diego conversaram mais um pouco. Diego não desviava o olhar de Ariadne e esta o alternava entre ele e Danielle, que continuava mexendo no próprio cabelo.
– Bebê, posso ir agora? Falei pra minha mãe que ia almoçar em casa...
– Ah... Tem que ser agora? – Perguntou Ariadne.
– Desculpa... Eu volto à noite.
– Promete?
– Prometo.
– Tá bom, Di. Manda um beijo pra sua mãe.
– Quem era seu amigo, Ari? – Perguntou Danielle, quando Diego já havia ido embora.
– Ah, o Di... – Respondeu Ariadne displicente.
– Ele tava com você no dia do assalto?
– Tava. A gente tinha ido ao cinema. – Disse mantendo o tom anterior.
– Vocês...
– Só um beijinho. Nada demais.
– Faz tempo que vocês se conhecem?
– A gente namorou um tempinho ano passado, mas ainda sai de vez em quando, mesmo tendo terminado.
– Você gosta dele?
– Não tem como não gostar, ele é legal comigo, me trata bem, sempre me liga...
– Ah é, essa história de ligar...
– O que tem?
– Eu não liguei por isso. Sei que sou a primeira garota com quem você fica e não tava afim de ser só uma aventura. Queria algo sério, mas já vi que você não pensa assim.
Ariadne não sabia o que dizer e Danielle não estava disposta a facilitar. Esta ia saindo pela porta, quando Ariadne a chamou.
– Eu fiz besteira, me desculpa!
– Pensa bem. – Respondeu Danielle de costas. – Vai que você muda de idéia...
Danielle passou por Vanessa quando saía. Esta cumprimentou a outra, mas não teve retorno.
– Nessa, que bom que você veio! Tá com o celular?
– Quê?
– Dá o celular!
Vanessa entregou o celular sem muita certeza do por que. Ariadne discou o número de Danielle decidida. Não sabia o que ia falar, não sabia se aquela dor que sentia era falta de analgésico. Só sabia que precisava dela, precisava ouvir a sua voz e, mais do que tudo naquele momento, sentir o seu toque macio.
Ela atendeu ao telefone, mas ao ouvir a voz de Ariadne desligou o aparelho sem dizer nada.
Ariadne sentia uma profunda tristeza. Desabafava com Vanessa, mas não era suficiente. Queria muito falar com Danielle, que não atendia ao telefone. Será que ela chorava como Ariadne neste momento?
André saiu do DP e foi diretamente ao hospital levar a bolsa para a filha, que ainda chorava quando ele entrou.
– Ariadne... – Chamou. – Tudo bem?
– Sim. – Mentiu ela tentando parar de chorar.
– A Dani veio?
Ariadne acenou com a cabeça, sem conseguir responder verbalmente
– Aconteceu alguma coisa?
Ariadne fez que não.
– Vanessa, por favor, nos deixe um minuto.
Vanessa obedeceu imediatamente.
– Ariadne, – Retomou André. – talvez não agora, que eu tenho um pouco de pressa, mas qualquer coisa que queira me dizer vá em frente e diga. Quando você fica triste eu também fico.
Ariadne não falou e nem demonstrou vontade de falar. André como havia dito tinha um pouco de pressa e não esperou muito mais. Entregou-lhe a bolsa, que ainda tinha os documentos da garota, e foi embora.
André se dirigiu à loja de armas onde comprou o M4, para comprar o G3 SG1 que foi oferecido da outra vez.
O vendedor não questionou o fato de André estar comprando um rifle que há duas semanas não tinha dinheiro para comprar e vendeu a arma, quatro pentes e mais cem cartuchos, somando onze mil quinhentos e vinte reais, que André pagou à vista com cartão.
Não era complicado chegar à casa do “playboy”. André chegou lá por volta das 20:00. Bateu na porta e esperou até que uma mulher com seus quarenta e poucos anos atendeu à porta. André estava com o equipamento tático completo, incluindo a balaclava, o que fez a mulher se recusar a deixá-lo entrar. Com paciência e um pouco de persuasão, André conseguiu permissão para entrar na casa e falar com o garoto.
A mulher, mãe do garoto, esclareceu que ele já prestara depoimento na delegacia e fora liberado, ao que André respondeu que ele seria submetido a outro interrogatório e ele, André, levaria o garoto sozinho.
Ela resistiu, fazendo André usar spray de pimenta nela para poder pegar o garoto, que descera a escada perguntando à mãe o que estava acontecendo.
André pegou o rapaz pelo pescoço enfiou a pistola na sua cara e o fez sair da casa. Algemou-o e o fez entrar no carro. André sentou ao volante e foi para o local do assalto, dito por Wesley e Bruno. Tratava-se de uma rua pouco movimentada, onde André tirou o garoto do carro e deu a primeira coronhada na testa.
– Você lembra do que fez aqui na noite de ontem? – Perguntou André muito nervoso ao garoto caído no chão.
– Não senhor.
André deu a segunda coronhada e repetiu a pergunta com mais força.
– Não fiz nada, senhor, eu sou estudante!
– Estudante, é? Seu maconheiro desgraçado! – Xingou dando a terceira coronhada.
– Tá bom, senhor. Eu bati numa menina. – Respondeu chorando.
– Com o que, seu desgraçado? – Perguntou André dando um soco na boca do rapaz.
– Com um cano! Um cano! – Respondeu virando de bruços.
– Não vai virar as costas pra mim, não, seu otário! – Disse André dando outra coronhada na nuca do garoto.
O “playboy” escondia o rosto ensangüentado com os punhos algemados enquanto chorava.
– Você bateu numa menina com um cano só pra roubar ela?
– Sim, senhor, foi só isso!
– Como só isso? – Perguntou gritando e batendo no garoto mais um pouco. – E se você matasse ela?
– Perdão, senhor!
– Perdão é o cassete! Quanto você pagou pra ser liberado?
– Duzentos, senhor. – Respondeu desesperado.
– Prefere ser preso ou continuar apanhando?
– Sou estudante, senhor, não posso ser preso.
– Ah não?!
André foi até o carro e pegou o recém-comprado G3. Um senhor passava por eles, mas não gastou muito tempo para ver a cena.
– Pode olhar, senhor. É a justiça sendo feita! – Gritou André para o homem, que não olhou para trás e nem demonstrou vontade de olhar. E voltando-se para o garoto. – Vou perguntar de novo. Apanhar ou ser preso?
– Por favor, senhor...
André deu outra coronhada, mas desta vez com o rifle, talvez tivesse quebrado a mandíbula do outro.
– Apanhar ou ser preso?
Como o outro não respondeu. André deu alguns chutes em seu corpo. André o ergueu e encostou-o na parede. Deu duas coronhadas com o rifle em seu nariz e em seguida outra da esquerda para a direita. O garoto foi novamente ao chão.
– Sabe por que você não vai ser preso? – Perguntou num sussurro ao ouvido do outro. – Porque não vai sobrar você pra colocarem numa cela. Você perdeu.
André levantou e chutou o rosto do garoto.
– Sabe o que mais me incomoda agora? Você virou a vítima. E por você, seu playboyzinho de merda, se eu te mato, amanhã ou depois tem passeata pela paz. – Disse com um sorriso nervoso. – Não é irônico?
André pegou a pistola, engatilhou e mirou.
mais uma vez, tive ajuda da própria Ari.
desta vez na parte que a Dani conversa com a Ari no hospital
nom consta aki, mas resumindo:depois d a Ari ser levada ao hospital, a Camila ligou para a Dani a fim de saber sobre a Ari, que nom chegava em casa e nom atendia ao celular. assim descobriu que a Ari tinha sido agredida, contou para André e ambos sairam a procura dela. como André é policial, não demorou mto para axa-la, se dirigindo ao hopital em seguida. lá Camila ligou para Dani e contou onde Ari estava.
Dani foi ve-la no dia seguinte (segunda)
vlw gente
obrigado pelo apoio
domingo, 13 de setembro de 2009
Um Hino Ao Amor
terça-feira, 8 de setembro de 2009
Aproximadamente 2 bilhões de pessoas vivem indignamente pela pobreza.
segunda-feira, 7 de setembro de 2009
mais um curto trecho da história da Ariadne
Ariadne estava voltando a pé para casa. Precisava de tempo para pensar.
Enquanto caminhava seu celular tocou. Pegou o celular e viu que Danielle finalmente ligava. E agora? Como poderia falar com ela depois do que fez? Abriu o celular e ia responder, quando algo frio como metal bateu com força em sua nuca. Seu gemido de dor foi ouvido por Danielle enquanto caía ao chão. No outro lado da linha, Danielle assustada chamou pela outra ao telefone que agora estava abandonado a pouca distância de onde a dona do aparelho tentava entender o que estava acontecendo.
Seu agressor não parou, bateu em Ariadne com o cano de ferro mais algumas vezes. Pegou a bolsa da garota e bateu com o cano no braço que Ariadne erguera numa fraca tentativa de se defender.
Pelo telefone ainda aberto, Danielle ouvia a amiga gemer enquanto era agredida violentamente. Danielle chorava. Não podia acreditar que fosse verdade, não podia ajudar, não sabia onde a amiga estava e não conseguia desligar o telefone.
Ouvia o som do cano batendo no corpo de Ariadne que agora devia estar inconsciente, já que parara de gemer.
Danielle chorou com mais força enquanto o telefone caía de sua mão. Era como se um pedaço dela estivesse sofrendo aquelas agressões e prestes a morrer.
O agressor finalmente parara. Pegara o celular no chão e fora embora levando também a bolsa da garota.
Ariadne, sem poder movimentar o corpo, pensava em Danielle, nas coisas que talvez nunca dissesse. Um som de motor vinha de longe, se aproximando. Já perto de Ariadne pararam o veículo. Tinha medo de sofrer mais. Uma porta foi aberta.
– Que aconteceu aí, irmão? – Um homem perguntou distante.
– Porra! Foi grave! Ajuda aqui! – Disse um outro bem próximo de Ariadne.
– Carai! – Respondeu o primeiro homem, que agora se aproximara.
Ariadne sentiu seu corpo ser erguido por dois braços fortes.
– Abre a porta pra mim. – Disse o homem que a carregava.
O som de uma porta de carro abrindo chegou a Ariadne e ela foi posta cuidadosamente em um banco macio. As portas se fecharam e o carro voltou a andar.
– Pro hospital, irmão?
– Óbvio que é pro hospital, sua besta! – Respondeu o homem que agora ia com Ariadne no banco de trás. – ‘Cê não consegue falar, né? Beleza...
Os bolsos da calça da garota foram cuidadosamente vasculhados e de um deles foi tirado um cartão escolar.
– Então, seu nome é Ariadne? Beleza, Ariadne. A gente vai te levar prum hospital. Vamo’ te ajudar.
Poderia ser mentira, mas isso tranqüilizara Ariadne, que aos poucos perdia a consciência, enquanto lembrava de Danielle.
postado com muito atraso
jah tinha escrito essa parte há algumas semanas, mas whatever
espero que tenham gostado.
qualquer duvida posta nos comentário que eu posso responde
sexta-feira, 4 de setembro de 2009
25-Myrella
Na porta, em números que um dia foram dourados, lia-se 25 e embaixo o nome da ocupante escrito com batom 'Myrella'.A moça também deixara a marca de sua boca.
Abriu a porta. O chão, como no hotel inteiro, era de madeira,cheio de fendas. As paredes deviam ser cor-de-rosa, mas o tempo as deixara com um tom amarelado.Do lado esquerdo havia uma marca na parede indicando que ali fora o lugar de um espelho. Marcas no chão indicavam o lugar da cama e de uma penteadeira. A janela era de madeira, também muito velha e cheia de frestas.
Parecia que ainda era possível sentir o cheiro do perfume barato da moça. Sentia que a qualquer momento ela entraria e o envolveria em seus braços e naquela atmosfera suja que ele sempre tivera curiosidade de provar.
‘Chega. ’Pegou a marreta e as ferramentas. Arrancou a janela, a porta e derrubou as paredes. O hotel foi envolvido pela poeira e pelo barulho de pelo menos dez marretas que batiam ao mesmo tempo.
Um pouco antes do fim do expediente, atreveu-se a levantar as tábuas do assoalho para ver o que encontrava. Alguns insetos mortos, pitucas de cigarro, algumas moedas, três alianças e algo que talvez fosse um ninho de rato. Ao examinar mais de perto, percebeu que eram calcinhas e meias de renda que os ratos haviam roubado de Myrella. As peças estavam roídas e sujas, mas com certeza agradaram muitos homens antes de agradar aos ratos.
Após mais um dia de trabalho, o antigo hotel foi reduzido a um monte de entulho.
Algum tempo depois, ao passar pelo terreno entulhado, sentiu como se tivesse freqüentado aquele lugar, podia ouvir as vozes das moças com seus clientes, via o corredor de paredes ensebadas parcialmente iluminado, com seus quadros simples e meramente decorativos. Sentia o cheiro do perfume barato. Sentiu saudades das lembranças que nunca vivera.